domingo, 20 de novembro de 2016
Animais Fantásticos e Onde Habitam (2016)
Do grande baú que gerou os livros e filmes sobre o bruxinho Harry Potter, ou seja, a imaginação da escritora britânica J.K. Rowling, vem o que pretende ser uma nova franquia, tão bem-sucedida quanto a primeira. Pontapé inicial desse projeto, a aventura Animais fantásticos e onde habitam saiu como livro em 2001 e agora inspira o primeiro filme – que já tem quatro sequências em desenvolvimento. Contando com um roteiro da própria autora – o primeiro de sua autoria –, o diretor David Yates (dos últimos quatro filmes de Harry Potter), o produtor David Heyman (de todos os oito filmes daquela franquia) e Stuart Craig (desenhista de produção de todos os oito também), trata-se de uma empreitada que navega nas conhecidas águas da magia, ainda que todos os personagens sejam novos, aprofundando o tema da zoologia bizarra que já frequentava a saga original.
O parentesco com o universo Harry Potter é garantido, pois o protagonista aqui é Newt Scamander (Eddie Redmayne), que os leitores mais atentos lembrarão como autor de um dos manuais usados pelo bruxinho em Hogwarts, cerca de 80 anos depois desta história – o que transforma este filme numa espécie de prequel. Magizoologista, o britânico Scamander chega à Nova York de 1926 com uma discreta maletinha – de onde podem sair, no entanto, os mais incríveis animais que a imaginação puder conceber.
Newt chega com uma missão secreta, envolvendo um de seus animais. São tempos pós-I Guerra, de muita intolerância, desigualdade, xenofobia, autoritarismo e traços de fundamentalismo religioso. Por isso, os bruxos vivem clandestinamente, tentando escapar à atenção dos humanos e severamente vigiados por agentes de seus próprios órgãos de segurança, como a MACUSA, sigla para Congresso Mágico dos EUA.
Evidentemente, a missão de Newt não está autorizada e ele é rapidamente detectado pela agente Tina Goldstein (Katherine Waterston), após um tremendo tumulto causado num banco, por uma das criaturas de Newt, um bichinho obcecado por coisas brilhantes que escapou da maleta.
O incidente une os caminhos não só de Newt e Tina como de um humano não-bruxo – “não-maj”, no jargão local. Trata-se de Jacob Kowalski (Dan Fogler), um modesto operário que apenas buscava um financiamento bancário para seu sonho de abrir uma padaria e se viu envolvido na confusão.
Ao trio se soma a irmã de Tina, Queenie (Alison Sadol), capaz de ler pensamentos e que se toma de amores por Kowalski – por mais que romances mistos entre bruxos e humanos não sejam permitidos naquele tempo e lugar. Além destas inúmeras referências evidentes a outros períodos históricos, inclusive o atual, a história joga com contrastes instigantes entre o apego do magizoologista por suas inusitadas criaturas, o que o transforma num precursor dos ecologistas, diante do rigor burocrata de Tina e dos integrantes da MACUSA e também do fanatismo antibruxo dos novos salemianos, liderados pela beata Mary Lou (Samantha Morton).
Como boa parte das aventuras de Harry Potter, Animais fantásticos e onde habitam explora personagens ambíguos, como o diretor de segurança mágica da MACUSA, P. Graves (Colin Farrell) e o garoto Creedence (Ezra Miller), um dos órfãos oprimidos pela beata. Não falta, igualmente, um toque contemporâneo sobre magnatas da imprensa, no caso, Henry Shaw (Jon Voight), e sua íntima relação com a política, através da figura de um filho senador (Josh Cowdery).
Curiosamente, a Nova York dos anos 1920 foi recriada inteiramente nos estúdios britânicos de Leavseden, nos arredores de Londres, com algumas locações extras em Liverpool. A rivalidade entre britânicos e norte-americanos é também um dos temperos de humor na história, como a disputa do título de melhor escola de bruxaria do mundo entre a yankee Ilvermorny e a britânica Hogwarts.
Mesmo ancorado no universo Harry Potter, o desafio de Animais fantásticos e onde habitam tem sua particularidade, já que não se trata mais de uma história infanto-juvenil com personagens idem, que cresciam com seus fãs a cada novo livro e filme. Aqui a identificação do público – também preferencialmente infanto-juvenil – tem que ocorrer pelas paixões destes personagens adultos, como o desprendido Newt e o divertido Kowalski, que se engajam na aventura com entusiasmo de criança grande. Johnny Depp, desta vez, é vilão e aparece só numa ponta de luxo – pelo menos, neste capítulo inaugural da franquia.
Nomeado ao Oscar de Direção de Arte. Vencedor do Oscar de Figurino.
(Fantastic Beasts and Where to Find Them - 2016)
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A Garota no Trem (2016)
“Cuidado com o vão entre a janela e a realidade que acontece por de trás dela” deveria ser o aviso para todos os voyeurs de plantão, tal como Rachel Watson de A Garota no Trem. Fragmentos do cotidiano da vida alheia são suficientes para alimentar a imaginação. O público sabe disto por experiência própria, é claro, mas também conhece os seus perigos pelo que o cinema ensinou, especialmente com o mestre Alfred Hitchcock, para saber que a constante observação da personagem de Emily Blunt renderá problemas no filme de Tate Taylor.
Às referências ao cineasta inglês que redefiniu o gênero de suspense vão além de Janela Indiscreta (1954), a exemplo da associação direta aos trens de A Dama Oculta (1938) e Pacto Sinistro (1951), assim como à Testemunha Ocular do Crime, da escritora Agatha Christie. No entanto, as origens do longa estão no best-seller homônimo de Paula Hawkins, uma jornalista britânica que, em seu primeiro livro, teve os seus direitos para o cinema adquiridos antes da publicação, talvez pela interessante sinopse, aparentemente cinematográfica.
Rachel pega o mesmo trem, sempre no mesmo horário e, já há algum tempo, criou um interesse especial pelos moradores de uma casa que vê no caminho, Megan (Haley Bennett) e Scott (Luke Evans), que ela enxerga da sua janela como sendo um casal perfeito. Justamente o que não conseguiu manter com Tom (Justin Theroux), seu ex-marido, por quem ainda procura, quando está bêbada (ou seja, quase sempre, pois ela é alcóolatra), apesar de ele já estar casado com Anna (Rebecca Ferguson) e ter uma filha. Mas quando um intruso atrapalha a sua fantasia e um desaparecimento aparece nos noticiários, a protagonista se envolve no caso, buscando solucioná-lo incessantemente, enquanto tenta recuperar a memória de uma noite em que voltou para casa cheia de sangue.
A armadilha do livro, porém, está em sua narrativa, muito difícil de ser adaptada para as telas, pois se divide na voz de três narradoras, Rachel, Megan e Anna, em tempos diferentes. No entanto, o trabalho de Erin Cressida Wilson, roteirista do cult Secretária (2002) e de O Preço da Traição (2009), na adaptação saiu-se melhor do que as expectativas, por conseguir condensar algumas passagens do livro em uma mesma cena coesa.
Em sua essência, o roteiro é muito fiel ao livro. As mudanças que os fãs mais sentirão, além da já conhecida alteração de cenário – sai Londres, entra Nova York –, é a figura do Kamal, um pouco diferente da original em que é um refugiado dos Balcãs, não só pelo casting do venezuelano Edgar Ramírez, mas por ser mais plano em seu desenvolvimento. As mulheres, pelo menos, continuam sendo marcantes e complexas.
Isso porque, desde sua origem, em uma comparação com o livro de Gillian Flynn e o filme de David Fincher, Garota Exemplar – feita pelos próprios editores para alavancar as vendas –, A Garota no Trem não apresentava um suspense tão surpreendente quanto, mas que tinha na construção das personagens a sua melhor qualidade. Isso fica mais claro no longa, que torna a resolução do mistério mais previsível, mesmo investindo de maneira instigante na protagonista não confiável, nem para ela própria.
Sorte que Tate Taylor, que já demostrou seu talento para direção de atrizes em Histórias Cruzadas (2011), tem outro bom elenco à disposição para garantir a força das três personas. Blunt está ótima na vulnerabilidade perigosa de Rachel em seu alcoolismo e há de se destacar o trabalho de Ferguson, com uma Anna bem mais interessante do que a do romance. Isso é essencial para uma obra que fala de machismo e questões de gênero, pois, assim como a trama já citada da exemplar Amy, traz uma história policial em que a violência extrema exterioriza aquela violência diária que se esconde e mina um casamento, ou qualquer relação.
Em sua parte técnica, distinguem-se o “efeito Bourne” da montagem nos flashes da protagonista, que não funciona sempre tão bem, e o “efeito Vertigo” na fotografia – olha Hitchcock aqui, mais uma vez – que dialoga com o fato de ela ser alcóolatra e também, de modo mais sutil nas cenas cotidianas, de A Garota no Trem se basear em pontos de vista, que sempre podem ser disformes e traiçoeiros em sua subjetividade.
(The Girl on the Train - 2016)
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
Aquarius (2016)
Aquarius explora com perícia as contradições da classe média brasileira e também mecanismos atávicos de dominação e convivência social, a partir do microcosmo do Recife. Conta, para isso, com uma extraordinária heroína, Clara, uma ex-crítica musical e escritora madura, interpretada com brio por Sonia Braga.
Uma crônica demolidora desenha-se na tela a partir de um conflito básico: o pequeno e antigo prédio em que Clara (Sonia Braga) mora há décadas, onde viveu parte fundamental de sua história, na praia da Boa Viagem, foi inteiramente comprado por uma construtora, que se prepara para demoli-lo. O plano é substituí-lo por mais um daqueles imensos e horrorosos espigões que infestam, como pragas, toda a faixa à beira-mar da capital pernambucana, a ponto de impor suas enormes sombras na praia, a partir do começo da tarde.
Clara, no entanto, não vende seu apartamento. Resiste a todas as investidas: aumento da oferta monetária, tentativa de cooptação de seus filhos e, finalmente, à estratégia do incômodo, do assédio de violência crescente. No apartamento vazio acima do seu, fazem “festas”, com muito barulho, mulheres, bebida, impedindo a única moradora de dormir. Num outro dia, o prédio é invadido por evangélicos, que ali realizam um culto e ocupam as escadas e o estacionamento.
A ideia é pressionar Clara para sentir-se uma intrusa, ter medo e partir, satisfazendo a expectativa geral. Mas essa notável personagem feminina foi elaborada com tanta sofisticação, tantas nuances, que o filme, afinal, fala de muitas outras coisas além da batalha central. Entre elas, inclusive, o papel das mulheres como Clara, ou uma parente, a tia Lúcia (Thaia Perez), na expansão das liberdades na vida e no mundo. São mulheres que não se conformam aos papeis socialmente estabelecidos, sexuais inclusive (o filme toca no sensível ponto da vida amorosa das mulheres maduras), que estão sempre empurrando fronteiras. Quem não gostar, que as enfrente.
Num filme tão rico em camadas, Aquarius pode ser lido também como uma crônica familiar e social do País. Quer se conheça ou não bem o Brasil, é possível enxergar as nuances das relações sociais entre patroas e empregadas (numa chave diferente da de Que Horas Ela Volta?, mas igualmente complexa); as enormes diferenças sociais e especialmente a arrogância e truculência de um certo tipo de elite, representada pelos donos da construtora. Há uma conversa, em particular, entre Clara e o neto do dono da construtora, Diego (Humberto Carrão), em que isso é mostrado à perfeição, quando ele fala da “pele morena” dela e do quanto ele imagina que a família dela “deve ter batalhado para chegar onde chegou”. Um retrato dessa polarização que o Brasil enfrenta há muito, ainda sem solução à vista. Por isso, um filme como Aquarius é tão importante.
(Aquarius - 2016)
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domingo, 6 de novembro de 2016
Indignação (2016)
Indignação parece situar-se num outro planeta tamanhas as transformações por que o mundo passou – em termos morais, sociais, culturais – desde os anos de 1950 até hoje. É um momento antes de todas as rebeliões da década de 1960, que estabeleceram os padrões que persistem até o presente.
O protagonista é Marcus Messner (Logan Lerman), jovem judeu de Newark, que trabalha no açougue do pai amoroso e controlador (Danny Burstein), e tem uma mãe compreensiva (Linda Emond). O ano é 1951. Para evitar ser convocado para a Guerra da Coréia, o rapaz entra para uma universidade em Winnesburg, Ohio, o que parte o coração do pai, que jamais teve o filho longe dele, mas também o deixa aliviado – afinal, seu filho, não morrerá na guerra, como o do vizinho.
O mundo se abre para Marcus longe da casa dos pais – é, finalmente, dono de sua vida. Uma de suas primeiras atitudes é não aceitar o convite para participar de uma fraternidade composta apenas por rapazes judeus. O protagonista é um rebelde que se declara ateísta e fala de forma complexa, beirando o esnobismo. Mas há algo de vulnerável nisso tudo – uma máscara que esconde suas fragilidades e medos diante de um mundo que ele pouco conhece.
Entra em cena outra aluna da universidade, Olivia Hutton (Sarah Gadon): jovem, loura e pura. No primeiro encontro, eles saem para jantar num restaurante francês caro. Logo depois, dentro do carro, ao lado de um cemitério, a inocência dele é enterrada junto com os mortos. A personagem feminina é complexa – uma cicatriz num pulso dá conta de seu passado –, mas o retrato dela no filme não é tanto, pois ela parece existir apenas para ser objeto do desejo do protagonista e satisfazer às necessidades sexuais dele. O que é a mesma posição de muitas personagens femininas ao longo da obra de Roth.
Lançado em 2008, Indignação é um romance de Roth que deve muito a um de seus grandes sucessos, O Complexo de Portnoy, de 1969. Marcus é, porém, um retrato pálido de Portnoy – e isso certamente tem a ver com o momento de escrita de cada um dos dois livros. O primeiro foi produzido na era das contestações, dos questionamentos e da possibilidade de revoluções. O mais recente encontra um cenário no qual o conservadorismo ganha força e, curiosamente, deveria ser o mais forte, contestador, ultrajante, mas não é o caso, pois deixa-se contaminar pela época de sua produção.
Schamus – roteirista de filmes com O Segredo de Brokeback Mountain e O Tigre e o Dragão – é excessivamente reverente a Roth. Ao seu filme devem ser associadas palavras como “bom gosto” e “comprometimento”, mas isso nem sempre corresponde a elogios. Há algo de frio aqui, muito calculado, que torna o resultado um tanto anódino, e a jornada do protagonista, às vezes, vazia. Ainda assim, há uma cena central e longa entre Marcus e o reitor da universidade (interpretado pelo dramaturgo Tracy Letts) que sinaliza toda a força do material. Aqui, o diretor – que também assina o roteiro – não faz concessões. Em um diálogo que transita entre o patético e o cômico, abarcando todas as variações entre as duas pontas, ele cria um embate entre gerações, entre visões de mundo, e mostra tudo aquilo que seu filme poderia ter sido.
(Indignation - 2016)
Florence: Quem é Essa Mulher? (2016)
Florence Foster Jenkins (1868-1944) foi uma figura peculiar. Dona de uma grande fortuna e nenhum talento para o canto lírico, passou boa parte da vida se enganando, sentindo-se como uma soprano. A culpa, no entanto, não era apenas dela: amigos, músicos e artistas não tinham coragem de contar-lhe a verdade – especialmente porque podiam aproveitar-se de seu dinheiro e contatos.
A vida da norte-americana serviu de inspiração para o longa francês Marguerite, e agora também para Florence: Quem é essa mulher?, de Stephen Frears (A Rainha), que traz Meryl Streep no papel principal, pelo qual conquistou sua vigésima indicação ao Oscar. A grande diferença entre os dois filmes está especialmente no tom. O primeiro tende para o lado trágico, enquanto este, mais para o cômico – embora existam doses de tragédia e comédia em ambos.
Florence, de certa forma, também se aproveitava das pessoas influentes – especialmente relacionados à música – que circulavam à barra de sua saia, para, por meio de seus nomes, conseguir marcar recitais e reservar teatros prestigiosos para suas apresentações desastrosas, embora ela não visse as coisas por esse prisma.
O roteiro de Nicholas Martin tem como um dos fios condutores a improvável relação da protagonista com seu marido, St Clair Bayfield (Hugh Grant), um ator sem talento que faz pequenos monólogos antes dos recitais da mulher, mas que mantém uma relação amorosa com uma jovem atriz boêmia, Katheleen (Rebecca Ferguson), passando as noites em seu apartamento. Tudo funciona numa espécie de acordo tácito entre ele e Florence, que aliás, contraiu sífilis em seu primeiro casamento e, pelo resto da vida, padeceu com dores e males diversos.
Esse mundo de ricos com arranjos sociais peculiares é visto pelo prisma de Cosmé McMoon (Simon Helberg, da série The Big Bang Theory), um jovem pianista que consegue emprego para acompanhar Florence em suas desastrosas aulas de canto, e, mais tarde, em sua grande apresentação em público.
Há um humor – especialmente pela falta de noção da protagonista – mas também uma melancolia muito grande em Florence. O filme tem um grande carinho pela personagem, que, facilmente, cai no ridículo sozinha. Mas Frears nunca a ridiculariza – ele não a poupa de si mesma (até porque nem haveria como), mas também não exagera em seu retrato para algum efeito de humor. Pelo contrário, o que fica, ao final, é a profunda tristeza de uma sociedade que vive de aparências, especialmente quando se tem dinheiro para as comprar e manter.
Florence é também um filme sobre o sonho americano, sobre a capacidade de se reinventar, desde que se possa pagar o preço. A protagonista e o marido convidam o pianista para o seu universo. Se no começo ele estranha, com o tempo percebe o quão vantajoso pode ser para ele fazer o jogo de aparências do casal. Mas, mais do que isso, ao seu modo, aquela redoma de vidro em que vivem é um pequeno mundo feliz.
Nomeado aos Oscar de Melhor Atriz (Meryl Streep) e Figurino.
(Florence Foster Jenkins - 2016)
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Those People (2015)
No Upper East Side de Manhattan, um jovem pintor alegre está dividido entre uma obsessão com seu infame amigo socialista e um novo romance promissor com um pianista de concerto estrangeiro mais velho.
(Those People - 2015)
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sexta-feira, 4 de novembro de 2016
Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 (2011)
Indicado aos Oscar de Maquiagem, Efeitos Visuais e Direção de Arte.
(Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2 - 2011)
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Oscar 2012
Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 (2010)
Nomeado aos Oscar de Efeitos Especiais e Direção de Arte.
(Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1 - 2010)
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