sexta-feira, 29 de maio de 2009
Anjos e Demônios (2009)
Na Suíça, o acelerador de partículas LHC consegue criar a tão sonhada antimatéria. Não muito longe dali, o Vaticano prepara o funeral do Papa. O que dois fatos tão díspares poderiam ter em comum entre si? Respostas, só vendo “Anjos e Demônios”, nova aventura do simbologista (existe isso?) Robert Langdon (vivido por Tom Hanks), personagem criado pelo escritor Dan Brown no livro O Código da Vinci.
“Anjos e Demônios” não é nem uma continuação, nem um prequel de “O Código da Vinci”, mas outra aventura vivida pelo mesmo personagem, na tentativa de desenvolvimento de uma nova franquia editorial e cinematográfica. “Anjos e Demônios” é melhor que O Código da Vinci, bem melhor. O diretor Ron Howard (que entre um filme e outro ainda dirigiu Frost/Nixon) libertou-se dos excessos verborrágicos e literários de “O Código da Vinci” e realizou agora um trabalho de mais ritmo, maior impacto visual e linguagem cinematográfica mais desenvolvida. Claro que o personagem principal continua despejando toneladas de pensamentos verbalizados sobre a platéia, mas mesmo assim o filme consegue manter um bom pique de ação, aventura e suspense. Com direito a uma intrigante “teoria da conspiração” envolvendo os mais altos escalões da Igreja Católica.
Basicamente, a estrutura do roteiro lembra aquela brincadeira Caça ao Tesouro, muito popular em festas infantis e acampamentos juvenis. Ou seja, nada além de uma pista que leva à outra, que leva à outra e assim sucessivamente, com o relógio correndo contra todos. Mas bem eficiente como entretenimento, com um final espetacular e muitas “viradas inesperadas”. Mas se eu falar muito, elas deixarão de ser inesperadas. Boa parte do ritmo aventuresco do filme deve ser creditada à vibrante trilha sonora do ótimo Hans Zimmer, autor que já ultrapassou a marca de 100 longas em seu currículo. Se algo claudica na imagem, lá estão as cordas e as percussões alucinadas de Zimmer para não deixar a peteca cair e manter a adrenalina pulsando.
E mais: belas locações em Roma (tem como Roma não ser bela?), uma protagonista feminina eficiente e sensual (a israelita Ayelet Zurer) e coadjuvantes do porte de Armin Mueller Stahl e Ewan McGregor. Destaque também para a elaboradíssima direção de arte que chegou a construir em estúdio cenários reproduzindo a Basílica de São Pedro, que não foi liberada pelas autoridades do Vaticano a servir como locação. Como bom entretenimento, é diversão garantida.
(Angels & Demons - 2009)
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