domingo, 30 de maio de 2010

A Morte Pede Carona (1986)


Um jovem, Jim Halsey (C. Thomas Howell), está levando um carro para a Califórnia. No caminho ele dá carona a um psicopata, John Ryder (Rutger Hauer), que mata todos os motoristas que lhe dão carona. Entretanto, Jim consegue escapar, mas o louco assassino começa a persegui-lo de maneira implacável. Para piorar as coisas, a polícia pensa que Jim é o autor das mortes.

(The Hitcher - 1986)

Contatos de 4º Grau (2009)


Pegando carona na técnica do pseudocumentário o terror “Contatos de 4º Grau” procura fazer seu público acreditar que se baseia numa história real. Para isso, recorre a imagens de uma entrevista com uma suposta psicóloga real, a dra. Abigail Tyler, nas dependências da Universidade Chapman (que realmente existe nos EUA). Ela testemunha a jornada de horror a que foi submetida, bem como outros habitantes da cidade de Nome, no Alasca – outro dado real – por conta de um estranho fenômeno de abdução alienígena.

Interpretada na “recriação dos fatos” por Milla Jovovich (Resident Evil), a dra. Tyler está abalada, a princípio, pela morte violenta do próprio marido – assassinado diante de seus olhos, em sua própria casa, por pessoa não identificada. A psicóloga tenta reconstruir sua vida, cuidando de seus dois filhos pequenos – um dos quais passou a sofrer de cegueira depois da morte do pai – e retomando o atendimento a seus pacientes. Em sua clínica, ela se depara com uma estranha afluência de pessoas, de todos os sexos e idades, sofrendo de insônia.

O que chama a atenção da médica não é apenas a insônia, é a repetição de relatos idênticos de todos os afetados. Todos eles dizem acordar pontualmente às 3 horas da manhã, perdendo o sono sem motivo aparente, e avistando uma misteriosa coruja branca diante de suas janelas. Procurando explorar melhor o fenômeno, a dra. Tyler submete os pacientes à hipnose. Sob seu efeito, eles começam a vivenciar um grande terror, ao lembrar de contatos com misteriosos seres malignos. O prosseguimento da experiência leva à morte de algumas pessoas e o xerife local (Will Patton, de O Preço da Coragem) proíbe a médica de continuar com a hipnose.

A dra. Tyler recorre à ajuda de um colega (Elias Koteas, de O Curioso Caso de Benjamin Button) e a um especialista em culturas antigas (Hakeem Kae-Kazim) – com quem ela descobre que seu marido havia entrado em contato pouco antes de morrer. Com sua ajuda, ela acha evidências de uma violenta abdução alienígena que, por alguma razão, atinge a cidade de Nome, onde várias pessoas teriam desaparecido sem deixar vestígios.

Num balanço das verdades e mentiras do filme, sabe-se que o diretor e roteirista Olatunde Osunsanmi e seu produtor, Terry Lee Robbins, foram mesmo alunos da Universidade Chapman. Entretanto, no site da instituição, não há nenhuma dra. Abigail Tyler. Jornais do Alasca, como o Anchorage Daily News, também relatam nunca ter ouvido falar dos desaparecimentos em Nome. O truque poderia ser perdoado se o filme fosse realmente impactante e mantivesse o bom ritmo de seu suspense. Mas isso não acontece. Desde as primeiras imagens, quando a atriz Milla Jovovich identifica-se diante das câmeras, dando seu nome e profissão verdadeiros - como se isto fosse necessário -, fica bem claro que o que virá depois não terá muitas condições de convencer ninguém.

(The Fourth Kind - 2009)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Gossip Girl - 3º Temporada (2009)


(Gossip Girl - The Complete Third Season - 2009)

A Trilha (2009)


Em lua de mel no Havaí, Cliff e Cydney conhecem outras pessoas e ficam amigos de dois casais. Enquanto passeiam pelas florestas tropicais, no entanto, os protagonistas descobrem que um psicopata está perseguindo e matando turistas.

(A Perfect Gateway - 2009)

domingo, 16 de maio de 2010

Amor Sublime Amor (1961)


Este é um exemplo pioneiro da abordagem shakespeariana do drama adolescente, executada muitas décadas antes de virar moda. A premiada adaptação para o cinema de um musical da Broadway transfere para as gangues de Nova York a história de Romeu e Julieta, transformando os Capuletos e os Montecchio nos Sharks (porto-riquenhos) e Jets (poloneses). A direção vigorosa de Robert Wise segura as cenas sem música, mas o filme decola mesmo nos números musicais, ao dar liberdade para que Jerome Robbins coreografe danças que parecem lutas e lutas que parecem danças em locações genuínas.

“Amor Sublime Amor” tropeça na escolha do elenco ao escalar o insosso Richard Beymer para o papel principal e Natalie Wood, que, apesar de encantadora, tem dificuldades de convencer como uma porto-riquenha. Os coadjuvantes, porém, estão perfeitos: Russ Tamblyn como o líder dos Jets, George Chakiris como sua contraparte nos Sharks e uma vulcânica Rita Moreno como a melhor amiga da mocinha, parando o show em “I like to be in América”. Todos os números de Leonard Berstein e Stephen Sondheim se transformaram em clássicos do cancioneiro norte-americano: “I fell pretty”, “when you’re a Jet”, “tonight”, “gee officer krupke”, “Maria”, “stay cool, boy” e “there’s a place for us”.

Vencedor de 10 Oscar: Melhor Filme; Ator Coadjuvante (George Chakiris); Atriz Coadjuvante (Rita Moreno); Direção de Arte; Fotografia; Figurino; Direção (Robert Wise e Jerome Robbins); Edição; Música; e Som. Indicado ao Oscar de Roteiro Adaptado.

(West Side Story - 1961)

sábado, 15 de maio de 2010

Direito de Amar (2009)


Em um certo momento no filme “As Horas”, a personagem de Nicole Kidman, a escritora Virginia Woolf, faz comentários a respeito do livro que está escrevendo, Sra. Dalloway, que narra um único dia na vida de uma mulher. “E aquele dia é a vida inteira dela”, conclui. Isso serve como fio condutor para o filme inteiro, que conta um só dia na vida de várias personagens. “Direito de Amar” tem muito em comum com aquele filme, e não apenas pelo fato de ter Julianne Moore no elenco e de a ação se passar num único dia na vida do protagonista.

Direito de amar encontra sua força na interpretação melancólica e contida de Colin Firth. O inglês compõe um personagem cheio de nuances e contornos dramáticos e, por isso mesmo, muito crível.

Como “As Horas”, “Direito de Amar” tem como protagonista um personagem homossexual, mas nunca transforma esse fato na sua razão de existir ou em uma bandeira a ser hasteada. George (Firth) é um professor universitário que sofre com a morte de seu amante, Jim (Matthew Goode, de Match Point – Ponto Final), num acidente de carro. Devido aos preconceitos da época, os anos 50, ele nem mesmo pode assistir ao seu funeral, o que foi expressamente proibido pela família de Jim.

George planeja como será seu último dia de vida. Para ele, o suicídio não é uma saída, mas sua única opção, depois da morte do namorado. Mesmo assim, tenta levar normalmente suas últimas horas, como se fosse um dia qualquer: vai à universidade, dá aulas e combina um jantar com sua amiga Charley (Julianne Moore). As melhores cenas acontecem na companhia de Charley, quando vêm à tona dores do passado e do presente e a força da amizade parece capaz de superar os problemas. Mas, como o amigo, Charley é um desastre emocional ambulante. Abandonada pelos filhos crescidos, vive isolada em sua casa refinada, desesperada por um pouco de carinho e atenção.

George esconde-se por trás de uma máscara que criou para si. O mundo o vê como um homem bem-resolvido, sem problemas, sem que ninguém imagine realmente os conflitos e a solidão que o dominam. Kenny (Nicholas Hoult, de “Um Grande Garoto”) é um aluno que se interessa por ele, mas George vê no garoto mais uma projeção do seu passado do que interesse emotivo ou sexual.

Nomeado ao Oscar de Melhor Ator (Colin Firth)

(A Single Man - 2009)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Idas e Vindas do Amor (2010)


Veterano diretor de Uma Linda Mulher, sucesso que revelou o potencial de estrela de Julia Roberts 20 anos atrás, Garry Marshall é o cineasta por trás da comédia romântica “Idas e Vindas do Amor”. O maior atrativo está no elenco recheado de astros, inclusive a própria Julia Roberts. Infelizmente, só isso não dá conta do recado.

O roteiro de Katherine Fugate arma uma trama bastante simples e batida, seguindo os encontros e desencontros amorosos de um grupo de pessoas de diferentes profissões e classes sociais, todas moradoras de Los Angeles, num Dia dos Namorados.

Quem está duplamente ocupado nesse dia é Reed Bennett (Ashton Kutcher, de Jogo de Amor em Las Vegas). Dono de uma floricultura, ele está atolado de pedidos de entregas. E também escolheu justamente essa data para pedir em casamento a mulher de seus sonhos, Morley (Jessica Alba, de O Quarteto Fantástico), entregando-lhe um anel de noivado.

O dia parece especial também para a melhor amiga de Reed, a professora primária Julia (Jennifer Garner, de Juno). Até agora, ela não tem dado sorte no amor. Mas agora ela sente ter achado o homem de sua vida no atraente médico Harrison Copeland (Patrick Dempsey, de Encantada). Como ele teve de ir para San Francisco a trabalho, ela é convencida por Reed a não deixar passar a ocasião, indo encontrá-lo de surpresa.

Uma visita do dr. Copeland à sua floricultura alerta Reed sobre um lado desconhecido da personalidade do médico – que faz uma dupla encomenda de flores. A partir daí, Reed continua dividido entre duas missões: alertar a melhor amiga e também lidar com a reação inesperada de Morley ao seu pedido de casamento.

Outros casais enfrentam seus próprios dilemas, como os idosos Estelle (Shirley MacLaine) e Edgar (Hector Elizondo), com várias décadas de casamento nas costas e um grande segredo prestes a ser revelado. Até mesmo seu neto (Bryce Robinson), de apenas 9 anos, sofre para declarar-se à sua amada, que ninguém sabe quem é.

Num avião, dois passageiros (Julia Roberts e Bradley Cooper), trocam ironias que parecem insinuar uma tentativa de conquista. Mas os objetivos de ambos, por mais que sejam amorosos, têm alvos bem diferentes daqueles que a maioria do público espera.

Nem todos esses bons atores conseguem dar ritmo à história, que sucumbe sob o peso de um exagero de clichês e da falta de personagens realmente simpáticos, por quem a platéia sinta vontade de torcer. A mais próxima disso é apenas a irresistivelmente adorável Anne Hathaway (O Casamento de Rachel), no papel de Liz, uma moça atrapalhada que tem como segundo emprego um serviço de chamadas eróticas – o que dá margem a uma série de malentendidos tanto com sua chefe durona no escritório (Queen Latifah), como diante de um pretendente meio provinciano (Topher Grace, de Homem-Aranha 3).

(Valantine's Day - 2010)

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Alice no País das Maravilhas (2010)



A “Alice no País das Maravilhas” de Tim Burton é um passaporte para a maturidade da personagem criada por Lewis Carroll, tornando-se uma bela e casadoira jovem de 19 anos (interpretada pela australiana Mia Wasikowska).

A história de Alice torna-se um pequeno conto feminista, aproveitando o contexto vitoriano original da história de Carroll e o cenário do mundo fantástico matriarcal, que sedia uma guerra entre duas irmãs e rainhas (Helena Bonham-Carter e Anne Hathaway).
Alice é órfã de pai e está sendo praticamente empurrada para um noivado e casamento precoces – na época, nem tanto. Na festa que foi tramada como uma verdadeira conspiração para que ela diga sim, ela avista um misterioso coelho no jardim, olhando seu relógio. Um símbolo, como tantas coisas nesta história, que sinaliza o tempo que passa tão rápido entre a infância e a adolescência, rumo à vida adulta. Seguindo o animal, Alice cai no buraco que a leva ao Mundo Subterrâneo, cenário de aventuras das quais ela não retornará a mesma.

Alice aumenta e encolhe seu tamanho, mediante a ingestão de um líquido ou de um bolo, e encontra-se com criaturas míticas, como o gato risonho (voz de Stephen Fry nas cópias legendadas), a lagarta Absolem (Alan Rickman) e o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp). Personagem secundário na história original, o Chapeleiro Maluco aqui é um coadjuvante com direito a muito espaço e peripécias. Em vários momentos, ele será o protetor de Alice, em outros, seu instigador e mais seria, quem sabe, se Burton tivesse total liberdade e este não fosse, afinal, um filme para crianças.

Alice cresceu, sim, mas não pode voar tão alto. E seu destino de empresária rumo à China parece também um pouco demais...

Indicado ao Oscar de Direção de Arte, Figurino e Efeitos Visuais.

(Alice in Wonderland - 2010)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

In the Loop (2009)



Estamos ante uma divertida, aguda, inteligente, corrosiva e incisiva paródia sobre o mundo da alta política, que trata sobre as distintas posturas que adotam a alta classe política inglesa e norte-americana frente uma suposta possível guerra no Oriente Médio.

Mostrando-nos um caótico ambiente cheio de mal entendidos e metáforas, encontramos imberbes conselheiros influentes, tudo isso em um ambiente “a beira de um ataque de nervos” e com alguns diálogos abundantes em referências culturais.

No entanto, depois de quase duas horas de filme, é inevitável que acabemos fartos de tanta inteligência e agudeza, pois mesmo estando diante de algo sublime e muito, mas muito cheio de piadas e trocadilhos, para nós, que não somos britânicos, muitas vezes tudo acaba sem sentido.

Nomeado ao Oscar de Roteiro Original.

(In the Loop - 2009)