quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
O Lobo do Deserto (2014)
Desde seu lançamento, Lawrence da Arábia (1962) se tornou a referência absoluta para filmes sobre a vida no deserto. A relação estabelecida entre qualquer obra com esta ambientação e o clássico de David Lean é imediata, e com O Lobo do Deserto não é diferente. O primeiro longa do cineasta Naji Abu Nowar, britânico de ascendência jordaniana, possui ecos da cinebiografia de T.E. Lawrence, que vão desde locações até a presença de um soldado inglês na trama. Mas diferente do escopo magnificente de Lawrence da Arábia, um épico por excelência, o trabalho de Nowar se utiliza das grandiosas paisagens desérticas para narrar uma história mais intimista, nos moldes do conto de formação.
O longa se passa na província de Hejaz, durante a Primeira Guerra Mundial, e acompanha o garoto Theeb (Jacir Eid Al-Hwietat) que vive em uma tribo de beduínos com seus dois irmãos: o mais velho – que acaba de assumir o posto de líder após a morte do pai, um respeitado xeique – e o do meio, Hussein (Hussein Salameh Al-Sweilhiyeen) com quem Theeb possui uma relação bastante próxima. Quando um misterioso guia surge no acampamento da tribo acompanhando o soldado inglês Edward (Jack Fox), Hussein é designado para guiá-los até um antigo poço romano, e Theeb, sem permissão, decidir seguir o trio.
O ponto de partida é simples e Nowar o desenvolve com muita segurança, apostando na economia de diálogos e explicações. Seu filme se faz entender pelas imagens e pela criação de atmosferas, que transitam por diversos gêneros. Em seu primeiro ato, o longa busca inspiração nos faroestes de emboscada, quando Nowar faz com que, mesmo com a amplidão do cenário, sua narrativa se torne sufocante. Os caminhos estreitos entre as rochas, o poço abandonado, os sons que vêm do alto dos penhascos, são todos signos familiares aos westerns filmados em Monument Valley por John Ford, por exemplo, e que o longa utiliza de maneira exemplar para criar um clima crescente de suspense e tensão latente.
A violência suprimida, presente desde as primeiras cenas – Theeb e Hussein “brincando” com uma faca, o garoto sendo desafiado pelo irmão a matar um bode para o jantar, em seu primeiro rito de passagem – explode de maneira impactante, sempre filmada com uma crueza bastante realista, mas evitando o sensacionalismo. Esse sentimento de veracidade também acompanha o desempenho do elenco, em especial o de Jacir Eid Al-Hwietat como o protagonista. A espontaneidade do jovem ator é fundamental para que o drama de amadurecimento do personagem seja crível tanto nos momentos tensos – a angustiante sequência do tiroteio durante a noite – quanto nos mais dramáticos.
Mesmo bastante exigido, Al-Hwietat corresponde, e o diretor extrai o máximo de sua atuação para mostrar a perda da inocência através do olhar infantil. Theeb é forçado a encarar a realidade da maneira mais dura, embarcando em uma exaustiva jornada que, ao final, transformará sua visão sobre o mundo que o cerca. Através das competentes reviravoltas do roteiro, Nowar mantém parte dos elementos de suspense já trabalhados, incluindo até um McGuffin – a caixa protegida pelo soldado inglês – mas conduz seu filme para o caminho do drama de luta pela sobrevivência, ancorado por uma inesperada relação entre Theeb e outro personagem.
É a partir deste ponto que Nowar expõe de maneira mais incisiva o panorama histórico e político de sua história, pois o peso da interferência inglesa no Império Otomano é sentido por todos os personagens. Os guias beduínos que perdem sua função com o advento dos “burros de ferro” (apelido dado aos trens das ferrovias construídas pelos britânicos), os xeiques que vêem seu poder ameaçado nesta nova ordem e os rebeldes que lutam contra os colonizadores são mostrados como vítimas, em maior ou menor grau, das circunstâncias, e Nowar acerta em não julgá-los, mesmo quando enfrentam grandes dilemas morais. Afinal, em uma região com tantas particularidades, os códigos de honra também são distintos.
Partindo de estereótipos para muitas vezes subvertê-los, o cineasta faz da luta de Theeb pela sobrevivência uma batalha pela preservação de sua identidade. Manter-se fiel às suas raízes é a base para a construção de seu caráter, e esta noção fecha o ciclo iniciado pelo provérbio citado ainda nos créditos de abertura. "Se os lobos oferecerem amizade, não conte com a sorte. Eles não ficarão ao seu lado quando você estiver enfrentando a morte", dizia o pai de Theeb (que significa “lobo” em árabe). E ao final, seguindo seus instintos, o garoto compreende com clareza o significado destas palavras.
Nomeado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (Jordânia).
(Theeb - 2014)
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domingo, 24 de janeiro de 2016
Quando Estou Com Marnie (2014)
A última animação japonesa que vi, a também nomeada ao Oscar "Os Contos da Princesa Kaguya", me encantou. Afirmo que não foi diferente com "Quando estou com Marnie".
A personagem principal nesta animação é a pequena Anna, garota órfã que vive com sua tutora. Inicialmente, para mim, ela seria na verdade um garoto, pois Anna não é nada feminina, se veste como um garoto, tem cabelos curtos e pouco expressa seus sentimentos, além disso, sofre de asma.
Por isso, ela sai de Sapporo, a cidade em que vive, para passar uns dias em uma cidade litorânea, pois o ar puro fará bem à sua saúde. Nesta pequena cidade ela descobre uma mansão abandonada e em ruínas, que logo lhe chama a atenção. É nesta mansão, aparentemente mal assombrada, que Anna conhece Marnie, garotinha solitária e misteriosa que lá vive.
Com o desenrolar da história passamos a nos questionar se seria Marnie um fantasma ou uma personagem fruto da imaginação de Anna. Além do mais, o que aquela garota faz naquela mansão, qual é a sua verdadeira história?
Vale muito a pena assistir este filme para conhecer estas respostas, pois este filme é encantador!
Nomeado ao Oscar de Melhor Filme em Animação.
(Omoide no Mânî - 2014)
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Steve Jobs (2015)
Mais um filme chato sobre a história do criador da Apple.
Gente, a história de Steve Jobs não é interessante e o fato dele ter ignorado a filha durante anos incomoda ainda mais.
Palmas para a interpretação de Kate Winslet, que está perfeita em seu papel coadjuvante e que, aliás, deveria vencer. Mesmo assim o filme não vale a pena ser visto, afinal seu roteiro é tão chato e confuso, que conseguiu vencer o Globo de Ouro, mas foi totalmente ignorado pela Academia, nem sendo nomeado.
Nomeado aos Oscar de Melhor Ator (Michael Fassbender) e Atriz Coadjuvante (Kate Winslet).
(Steve Jobs - 2015)
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Spotlight: Segredos Revelados (2015)
Muitos afirmam que "Spotlight - Segredos Revelados" é o mais do mesmo, afinal filmes sobre pedofilia relacionado à Igreja Católica há aos bocados e filmes sobre os bastidores do jornalismo também. Aqui, ambas temáticas são misturadas, resultando num filme bom, que de certa forma me agradou.
Confesso que realmente a safra de filmes a cada ano está pior, pois a indústria cinematográfica não tem apresentado nada autêntico, dando lugar à infinitas continuações ou remakes. Já os seriados estão cada vez melhores!
Bem, como dito, este filme é sobre pedofilia e Igreja, assuntos difíceis de serem tratados, no entanto, tudo aqui foi bem dirigido e o roteiro bem escrito. Quem tiver curiosidade e interesse, assista a este filme. Creio que ainda muito burburinho virá quando este título for mais disseminado ao público.
Nomeado ao Oscar de Direção (Tom McCarthy), Ator Coadjuvante (Mark Ruffalo), Atriz Coadjuvante (Rachel McAdams) e Edição. Vencedor do Oscar de Melhor Filme e Roteiro Original.
(Spotlight - 2015)
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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
Anomalisa (2015)
Definitivamente esta não é uma animação para crianças, pois há cenas de sexo explícito e nudez frontal. Bem, isto não vem ao caso.
Na verdade, "Anomalisa" trata do tédio da vida contemporânea, da volatilidade que afeta nossas relações e da insignificância de nossa existência.
Michael Stone, o personagem principal, não se sente confortável com nada que o cerca, inclusive a sua família, tudo soa, literalmente, a mesma coisa. Digo literalmente, pois o som emitido por todas as vozes do filme, com exceção da de Michael, é a mesma. Homens e mulheres foram dublados propositalmente pela mesma pessoa.
Entretanto, Lisa tem uma anomalia, sua voz soa diferente da dos demais, o que a torna inicialmente interessante. Mas como tudo na vida de Michael é volátil, o que era diferente em Lisa vai se esvaindo ao se concluir o filme.
Nomeado ao Oscar de Melhor Filme em Animação.
(Anomalisa - 2015)
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domingo, 17 de janeiro de 2016
Creed: Nascido para Lutar (2015)
Este é o sétimo filme do personagem Rocky Balboa (Sylvester Stallone), mas aqui ele deixa de ser o protagonista e dá o lugar para o filho de seu adversário Apollo Creed, o jovem Adonis Johnson Creed (Michael B. Jordan).
Eu não acompanhei toda a saga de Rocky, ví apenas o primeiro e o quinto filme e afirmo que este aqui não me agradou. Há filmes melhores sobre o boxe.
Quem sabe, Stallone ganhe seu primeiro Oscar, como coadjuvante, já que não conseguiu o de melhor ator, nem o de roteirista, quando seu filme ¨Rocky: Um Lutador¨ recebeu o Oscar de Melhor Filme em 1977.
Nomeado ao Oscar de Ator Coadjuvante (Sylvester Stallone).
(Creed - 2015)
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Ponte dos Espiões (2015)
Esta é a história real de Rudolf Abel (Mark Rylance) que foi detido nos Estados Unidos acusado de espionagem. Lembramos que o filme se passa durante a Guerra Fria.
Para livrá-lo destas acusações, o advogado norte-americano James B. Donovan (Tom Hanks) é recrutado para a sua defesa. Isto traz graves consequências à Donovan, pois sua família passa a ser ameaçada já que ele, um norte-americano, está defendendo um espião soviético.
Com o decorrer do filme, um espião norte-americano é pego em solo soviético e um estudante americano é acusado de espionagem na Alemanha Oriental. O papel do advogado muda, e ele passa a ser encarregado das negociações nas trocas dos prisioneiros entre Estados Unidos e União Soviética.
Um bom filme.
Nomeado aos Oscar de Melhor Filme, Direção de Arte, Trilha Sonora, Mixagem de Som e Roteiro Original. Vencedor do Oscar de Ator Coadjuvante (Mark Rylance).
(Bridge of Spies - 2015)
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sábado, 9 de janeiro de 2016
A Grande Aposta (2015)
Este filme foca os anos anteriores do estouro da bolha imobiliária norte-americana que devastou a economia mundial. Ou melhor, o filme conta a história daqueles que previram a crise e que através disto ganharam muito dinheiro.
O filme é incrível, com um roteiro muito bem escrito e uma edição precisa. Até aqueles que, assim como eu, não entendem nada de economia, bolsa de valores, toda a sua linguagem e termos, irão gostar desta obra.
¨A Grande Aposta¨ é um filme indispensável por si só e admirável por seu roteiro e pela atuação de Steve Carell.
Indicado ao Oscar de Melhor Filme, Direção (Adam McKay), Ator Coadjuvante (Christian Bale) e Edição. Vencedor do Oscar de Roteiro Adaptado.
(The Big Short - 2015)
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Joy: O Nome do Sucesso
Esta é a história real da jovem Joy que fez fortuna ao inventar o esfregão de lã em que as donas de casa não precisavam por a mão para torcer a sujeira. Na verdade, parece que David O. Russell recrutou o elenco de seu filme anterior, ¨O Lado Bom da Vida¨ para contar uma nova história.
Seu acerto foi confiar à Jennifer Lawrence o papel de Joy Mangano, o que a torna merecedora de uma nova indicação ao Oscar, assim como foi lembrada pelo Globo de Ouro.
Nomeado ao Oscar de Melhor Atriz (Jennifer Lawrence).
(Joy - 2015)
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O Bom Dinossauro (2015)
¨O Bom Dinossauro¨ se baseia na não extinção dos dinossauros e em sua evolução. Aqui, eles são os seres desenvolvidos, que se preocupam em plantar e colher alimentos para garantir a sua sobrevivência, enquanto os seres humanos apenas soltam grunhidos. Na verdade, o único ser humano que vemos no filme, durante quase todo o tempo, é o pequeno Spot.
A história é toda focada no pequeno dinossauro Arlo, que se perde de sua família e recebe a ajuda de Spot para voltar para a casa. O que inicialmente poderia ser entendido como uma competição pela sobrevivência se transforma em amizade.
Apesar de ser uma animação fraca, ¨O Bom Dinossauro¨é um filme razoável de se ver e que foi nomeado à melhor animação no Globo de Ouro. Não acredito muito que possa concorrer ao Oscar, mas sempre há surpresas!
(The Good Dinosaur - 2015)
domingo, 3 de janeiro de 2016
Descompensada (2015)
Comédia sem graça sobre uma redatora que não acreditava no amor, e que de repente se vê apaixonada por um médico cirurgião de celebridades do esporte.
Filme que não oferece nada e que por alguma razão foi nomeado ao Globo de Ouro de Melhor Filme em comédia. Eu não ri, não achei graça. Será que ando tão rabugento assim? Ou os filmes deste ano que estão fracos mesmo?
(Trainwreck - 2015)
A Garota Dinamarquesa (2015)
Cinebiografia de Lili Elbe (Eddie Redmayne), que nasceu Einar Mogens Wegener e foi a primeira pessoa a se submeter a uma cirurgia de mudança de gênero. Em foco o relacionamento amoroso do pintor dinamarquês com Gerda (Alicia Vikander) e sua descoberta como mulher.
Indicado ao Oscar de Melhor Ator (Eddie Redmayne), Direção de Arte e Figurino. Vencedor do Oscar de Atriz Coadjuvante (Alicia Vikander).
(The Danish Girl - 2015)
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O Quarto de Jack (2015)
Nomeado ao Oscar de Melhor Filme, Direção (Lenny Abrahamson) e Roteiro Adaptado. Vencedor do Oscar de Melhor Atriz (Brie Larson).
(Room - 2015)
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