domingo, 31 de julho de 2016
Eu Matei a Minha Mãe (2009)
Ganhador de três inexplicáveis prêmios em mostra paralela no Festival de Cannes, o drama canadense ¨Eu matei a minha mãe¨ resume-se a um exercício de ego do diretor, roteirista e protagonista Xavier Dolan. Com traços autobiográficos, o longa mostra um adolescente rebelde saindo do armário. Mas ele é dono de um ego tão inflado que se torna incapaz de perceber que existam pessoas ao seu redor – especialmente sua mãe, vivida por Anne Dorval.
Filhos de pais divorciados, Hubert (Dolan) vive com a mãe com quem tem uma péssima relação. Não há muita justificativa, apenas a rebeldia e a má vontade de Hubert, que no filme é retratado como o gênio incompreendido, enquanto a mãe é a megera cafona. Ela não sabe que ele é gay e que tem um namorado (François Arnaud), que tem uma mãe perfeita, juvenil, divertida e de bom gosto.
O desejo reprimido de Hubert de matar a sua mãe parece crescer proporcionalmente à incapacidade dela de lidar com um filho. Com isso, seguem então cenas da cartilha do rebelde-sem-causa: briga com a mãe, bateção de porta, fuga de casa, a incapacidade de cuidar de sua própria vida de forma adulta – faz parte da geração de rebeldes mimados.
Fica claro que há muito de Dolan no personagem, com seu egocentrismo e rebeldia de butique. Enquadramentos estranhos e algumas cenas em preto e branco apenas para ter um ar mais sofisticado para as filosofadas do diretor sobre a maternidade, transformam ¨Eu matei a minha mãe¨ numa sessão chata de terapia. Algumas pessoas procuram um médico para lidar com suas neuroses, outras fazem cinema – nesse caso, podem até resultar bons filmes, mas aqui é pura petulância.
(J'ai tué ma mère - 2009)
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