terça-feira, 31 de julho de 2012

Pânico 4 (2011)


Em “Pânico 4”, Sidney (Neve Campbell) finalmente está superando seus traumas do passado, lançando um livro de memórias chamado “Saindo da escuridão”. Ainda assim, ela é perseguida por lembranças. A cada dia jovens conhecem sua história mais por meio da série de filmes “Stab” - que já chegou ao número sete – do que pela série de livros da ex-jornalista Gale Weathers (Courtney Cox).

Quando Sidney volta à sua cidadezinha para uma tarde de autógrafos, crimes acontecem e colocam em risco a vida dos jovens locais. Mais do que encenar as mortes do primeiro “Stab” – e por tabela do Pânico original – essa matança reinventa os crimes. Ou, como os personagens insistem em dizer: novas regras.

Pânico 4 abre com uma série de gags que são engraçadas e sagazes – talvez um tanto demais, pois custa para o filme se reencontrar novamente. Demora para que a narrativa entre nos eixos e prove que não é apenas uma refilmagem disfarçada, mas tem algo de novo a acrescentar. E como tem! Nesta última década, a juventude mudou, especialmente a forma como se comunicam e, mais do que isso, o que comunicam. Vivemos na era do excesso de informação – o que resulta num enorme volume de informação desnecessária. Esqueça “A Rede Social”, pois “Pânico 4” tem muito a dizer sobre a juventude conectada que envia vídeos, textos, posts, scraps e comentários de onde estiver.

(Scream 4 - 2011)

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Hop - Rebeldes sem Páscoa (2011)


Alguém já se perguntou por que existem tantos filmes sobre Papai Noel e praticamente nada sobre o coelho da Páscoa? A resposta vem pulando em “Hop – Rebeldes sem Páscoa”, misto de animação e live action. Adultos infantilizados, animais humanizados e três coelhas que agem como as personagens de “As Panteras” estão no cardápio oferecido pelo filme.

Ao centro da trama estão dois filhos pródigos – E. B, um coelho que quer ser estrela do rock, e Fred O’Hare (James Marsden), que se tornou o primeiro humano coelho da Páscoa. Resume-se a isto a história do filme.

E. B. mora na Ilha de Páscoa com o pai e, curiosamente, não tem irmãos, o que é raro para um coelho. Ele é o herdeiro de uma fábrica de doces, operada por pintinhos, que produz guloseimas que serão entregues pelo coelho da Páscoa no mundo todo – “menos na China, mas só por enquanto”, alerta o pai.

Longe dali, em Los Angeles, Fred é o filho-problema que só dá desgosto aos pais (Gary Cole e Elizabeth Perkins). Sem emprego nem perspectivas, ele atropela E. B, que foi para a cidade em busca de fama. Os dois passam a morarem juntos e ajudar-se mutuamente. O rapaz tenta uma vaga numa empresa de videogames e o animalzinho, num show de talentos. Já na Ilha de Páscoa, os pintinhos, incitados por um líder com sede de poder, rebelam-se contra anos de exploração e pretendem dar o troco – e não será com bicadas.

Há poucos momentos engraçados e não justificam a existência do filme. Os pintinhos, liderados pelo megalomaníaco Carlos, roubam a cena – o que pode ser uma vingança da espécie defendendo suas fêmeas, uma vez que coelhas não botam ovos, mas levam a fama durante a Páscoa.

(Hop - 2011)

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Um Retrato de Woody Allen (1997)


Ainda adolescente, Woody Allen, tornou-se fã do Jazz de Nova Orleans, montando um grupo que ainda hoje se apresenta regularmente em Nova York. Em 1996, ele embarcou com sua banda para uma turnê na Europa - dezoito cidades em 23 dias - e a cineasta americana Barbara Kopple acompanhou e produziu um documentário revelador sobre o polêmico ator e diretor.

Apesar de a missão consistir em acompanhar a banda, o olhar da diretora sobre a vida privada de Allen, conseguiu criar uma pequena obra prima sobre a personalidade conturbada do cineasta e a convivência com a atual mulher, Soon Yi Previn. Tudo isso, embalado pela deliciosa trilha sonora de Woody Allen’s Jazz Band!

(Wild Man Blues - 1997)

domingo, 22 de julho de 2012

Confiar (2010)


Atualmente a maioria da população brasileira tem acesso à Internet, mas o que isso realmente significa? Será que utilizamos essa ferramenta para o nosso benefício? Diariamente surgem pesquisas sobre seus benefícios ou malefícios, facilidades e comodidades geradas por esta tecnologia em nossa modernidade e principalmente ouvimos, e muito, falar sobre os perigos que se escondem por trás da rede.

Certa vez um artigo da revista Le Monde Diplomatique, que se intitulava “Os Jovens se Despem na Internet” abordava a questão da sexualidade exacerbada que se encontra nas redes sociais e da banalização desta questão aqui no Brasil. O texto se mostrava interessante por justificar a atitude desses jovens através da análise crítica do capitalismo, criticando como as pessoas sentem prazer em exibirem on line aquilo que elas possuem de mais valor.

Como a maioria dos jovens não possuem dinheiro para comprar objetos de valor, eles exibem on line aquilo que possuem de mais valioso: seus corpos jovens e sexualmente atraentes. Isto os transforma em objetos, de certa forma valorativos e que atraindo a atenção de alguns e inserindo-os neste cruel sistema capitalista.

“Confiar” aborda exatamente o lado negativo da Internet e como seu mau uso pode colaborar para a ação de estupradores e pedófilos. Além disso, o filme é capaz de nos mostrar como a relação de uma família pode consequentemente desestabilizar-se devido a isto.

(Trust - 2010)

A Turma do Charlie Brown (1977)


Charlie Brown e sua turma vão passar as férias em um acampamento de verão. Lá, participam de uma corrida de barcos contra três meninos malvados, que farão de tudo para vencer. Na disputa, Charlie, Snoopy e seus amigos vão enfrentar muitos desafios e aventuras para derrotar o trio de valentões.

(Race for Your Life, Charlie Brown - 1977)

terça-feira, 17 de julho de 2012

Glee 3D: O Filme (2011)


“Compramos coisas que não precisamos, com o dinheiro que não temos, para agradar pessoas que não gostamos.”Essa frase não é de Marx, mas consegue de certa forma explicar a lógica (cruel) do capitalismo.

Ao assistir “Glee – O Filme” tive mais uma prova de como tudo vira produto para preencher o vazio existente na vida do ser humano moderno.

Esses seres humanos são mostrados em “Glee – O Filme”, com toda a superficialidade necessária para não se alcançar uma análise profunda e assim não causar nenhum espanto. 'Sofrem' de síndrome de asperger, obesidade, homossexualidade, excesso de mimos e é em “Glee” que encontram a cura para todos os seus problemas.



Todos os entrevistados no filme estão usando uma mercadoria glee (afinal tudo vira produto): mãos em formato de L, porque são losers (perdedores) e ser loser atualmente vende. Uniformes de colégios tradicionais, pois cria um ar de “eu sou hipster” e ser hipster também vende. Camisetas com sua personalidade ou “falta” de personalidade estampada, pois isso também vende e necessito mostrar ao mundo como eu me sinto.

“Glee” é mostrado como a solução dos problemas, mas, e quando Glee acabar? Bem, talvez esses jovens já sejam adultos ou tenham se suicidado antes que a maturidade aconteça. Mas caso sobrevivam, buscarão ajuda em alguma outra série televisiva ou na psiquiatra mais próxima.

(Glee: The 3D Concert Movie - 2011)

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Felicidade é um Cobertor Quente, Charlie Brown (2011)


Aqui Linus está sendo pressionado por sua irmã Lucy para se livrar de seu cobertor, chegando à conclusão que o cobertor realmente é um vício, uma mania ou algo qualquer que ele não consegue viver sem. O cobertor representa para ele o acalanto para suportar o mundo, a maioria de nós possui algum e quem não tem olha o mundo por uma janela mais cruel.

Qual é o seu "cobertor"? O que você usa como "válvula de escape"?

Algumas pessoas encontram conforto na música (como o Schroeder), outras em perturbar a vida alheia (como a Lucy) e algumas pessoas roem unhas e comem chocolates.

Tinha uma brincadeira que eu fazia com um amigo meu. Vez por outra ele ficava muito desesperado ou ansioso e comia muito, dai eu falava "Comida não é amor!". Pois é... O que procuramos em cobertores ou em tantas outras coisas é o conforto, o apoio, o colo com cafuné, o ombro amigo, o amor (no sentido mais amplo) ou qualquer coisa que nos ajude a suportar os problemas cotidianos, as perdas e os fracassos.

Se a vida não é tão fácil, por que precisamos complicar ainda mais? Será que sentimos falta de complexidade?! A felicidade deve estar em procurar beleza na simplicidade das pequenas coisas do cotidiano, pois é do dia a dia que fazemos nossas vidas.

Gosto muitos dos Peanuts do Charles Schulz, seus personagens são encantadores e os diálogos sempre nos suscitam algum tipo de reflexão com toques de humor. As definições e explicações de tantas coisas que complicamos pela vida são sempre definidas de maneira simples e, de certa forma, inocente como os olhos de uma criança.

(Happiness Is a Warm Blanket, Charlie Brown - 2011)

sábado, 14 de julho de 2012

Coração Selvagem (1990)


Marietta Pace Fortune (Diane Ladd) é uma sulista rica e de comportamento instável que não aceitava que Sailor Ripley (Nicolas Cage) namorasse sua filha Lula Fortune (Laura Dern), mas não por se preocupar com ela e sim pelo simples fato de que Marietta queria tanto transar com Sailor que foi ao banheiro masculino para tentar seduzi-lo. Mas como ele a repudiou categoricamente, ela imediatamente mandou Bob Ray Lemmon (Gregg Dandridge), um capanga, para cumprir uma ameaça dita no banheiro. Entretanto, Sailor reagiu prontamente e, com as mãos limpas, matou Bob Ray.

Quase dois anos depois ele foi posto em liberdade e, juntamente com Lula, viaja para a Califórnia, fazendo com que Ripley quebre sua condicional. Durante o trajeto ele dá vazão à fixação que tem por Elvis Presley, enquanto Lula tem obsessão por "O Mágico de Oz". Enquanto a viagem transcorre, eles fazem muito sexo, compartilham seus passados, são perseguidos por Marcello Santos (J.E. Freeman), um assassino contratado por Marietta, e conhecem diversos tipos bizarros, mas principalmente conhecem Bobby Peru (Willem Dafoe), um ex-fuzileiro naval que convence Sailor a participar de um assalto a banco.

Indicado ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante (Diane Ladd).

(Wild at Heart - 1990)

Superman - O Filme (1978)


Jor-El (Marlon Brando), um renomado cientista, prevê a destruição do seu planeta e alerta o governo, que não lhe dá crédito. Assim, decide salvar seu filho, mandando-o para a Terra, onde terá superpoderes. Na Terra, ele usa o nome de Clark Kent (Christopher Reeve) e já adulto e trabalhando como repórter em um jornal, não demonstra ter superpoderes.

Mas quando uma situação inesperada põe em risco a vida de Lois Lane (Margot Kidder), uma colega de trabalho, ele obrigado a se revelar para o público, ficando conhecido popularmente como Superman. Descontente com o surgimento de um super-heroi na cidade, Lex Luthor (Gene Hackman), um gênio do mal, o obriga a se desdobrar para evitar a morte de milhões de pessoas.

Indicado ao Oscar nas categorias Edição, Trilha Sonora e Som. Recebeu um Oscar Especial por seus efeitos visuais (categoria inexistente naquela época).

(Superman - 1978)

Ladrões de Bicicleta (1948)


Indicado ao Oscar de Melhor Roteiro. Recebeu um Oscar Honorário por ser considerado o melhor filme em língua estrangeira lançado nos Estados Unidos no ano de 1949, época em que a categoria Melhor Filme Estrangeiro ainda não existia.

(Ladri di biciclette - 1948)

Glória Feita de Sangue (1957)


Alguns dias atrás eu havia visto "Assim Estava Escrito" outro filme em que Kirk Douglas atua e hoje enquanto eu assistia "Glória Feita de Sangue" comecei a me incomodar com o quanto o pai Kirk se parece com seu filho Michael! E não é apenas nas características físicas que são parecidos, mas também no talento.

E Kirk Douglas em um filme dirigido por Stanley Kubrick não poderia dar resultado melhor, "Glória Feita de Sangue" é um filme que me surpreendeu. A história se passa em plena Primeira Guerra Mundial, quando a França luta contra a Alemanha nas trincheiras. Não posso deixar de citar que o filme capta bem a mensagem de que a música é uma linguagem universal, pois a cena final em que uma moça alemã canta uma canção para os soldados franceses é de emocionar.

Segue a crítica:

O tema da guerra é recorrente na carreira de Stanley Kubrick. O romance de Humphrey Cobb, sobre um incidente vergonhoso real que se deu no Exército francês durante a Primeira Guerra Mundial, foi adaptado (por Kubrick, Jim Thompson e Calder Willingham) em um filme poderoso - que se torna ainda mais eficaz por conta da frieza casual com que o diretor lida com o horror inimaginável.

Uma dupla de generais implacáveis, porém incompetentes (Adolphe Menjou, George Macready), manda seus homens se lançarem de forma suicida sobre as posições alemãs; quando alguns poucos sobreviventes se arrastam de volta depois de serem praticamente dizimados, o regimento é acusado de covardia e um trio de soldados de infantaria selecionado aleatoriamente é levado a julgamento. O comprometido coronel Dax (Kirk Douglas) monta uma defesa, porém questões políticas decretam que os três soldados humildes e inocentes - sem dúvida os mais corajosos que se pode imaginar - sejam fuzilados. Amargo, inteligente e com atuações maravilhosas, este é o melhor tipo de filme de guerra: ele deixa os espectadores com raiva. Além disso, seu clímax, depois das execuções, traz a cena mais emotiva já dirigida por Kubrick, na qual um bando de soldados debochados força uma garota alemã capturada (Susanne Christian, posteriormente Christiane Kubrick) a entretê-los cantando uma música apenas para serem constrangidos aos silêncio por sua performance sem jeito, sincera e melancólica.

(Paths of Glory - 1957)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Café com Amor (2011)


O filme mostrará uma semana na vida de um grupo de moradores de Oeste Filadélfia cujas vidas giram em torno de um café local. Jennifer Love Hewitt interpreta Claire, uma garçonete de "West Philly Grounds", que afeta a vida de todos ao seu redor. Claire enfurece alguns traficantes, principalmente Glenn (Kennedy), encanta seu colega de trabalho Todd (Gold), aconselha jovens esperançosos, em especial a jovem Sally (Vega), ajuda os desafios do solitário Craig (Palmer), após Claire se envolver com os traficantes locais e começar a ser perseguida ela encontra o misterioso Elly (Carroll), e é resgatada por ele, as vidas dos moradores nunca mais será a mesma após a chegada da misteriosa Claire.

(Café - 2011)

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Lipstick Jungle - Segunda Temporada (2009)




Read my lips
Be all that you can be. Make a difference, give your
dreams to me
Just like the television says, join the army, get
ahead, oh please
No time for sleeping.
There's too much to do
Don't you forget that we do what they want us to

Let's get nuts. Let's spend some money
Take your shirt off honey
Let's freak out, life's just a party
You'll be sorry Charlie

Taste all your hearts desires. Take a boat ride
through the sky and play
Go where it is you want to go, see the world on a float somedayThey can be lazy or have some real fun
Nothing's too crazy, those politicians can't get done

Let's get nuts. Let's spend some money
Take your shirt off honey
Let's freak out, life's just a party
You'll be sorry Charlie

Rose colored glasses seem to be the rage
Oh, Mr.President, in bed with terrorists again ?

Let's get nuts. Let's spend some money
Take your shirt off honey
Let's freak out, life's just a party
You'll be sorry Charlie
Let's get nuts. Let's spend some money
Take your shirt off honey
Let's freak out, life's just a party
You'll be sorry Charlie

(Lipstick Jungle - Season Two - 2009)

sábado, 7 de julho de 2012

Operação França (1971)


"Operação França" foi um dos filmes que venceu o Oscar na categoria "Melhor".

Em 1972 foi considerado pela Academia como melhor filme do que "Laranja Mecânica" (indicado nesta mesma categoria). Venceu 5 Oscar e "Laranja Mecânica" não levou nenhum. Mas o tempo nos diz qual filme é realmente melhor. Assisti "Operação França" porque ele ganhou o Oscar, caso contrário passaria longe dele. Particularmente, este filme não tem novidade alguma e está totalmente envelhecido. "Laranja Mecânica", ao contrário, é 'novo', cheio de 'novidade' e eu assistiria 'novamente' com o maior prazer.

Não consegui enxergar metade do que foi pontuado na crítica do 1001 Filmes, mas segue ela aí só para constar:

Ao lado de "Bullit" (1968) e "Perseguidor Implacável" (1971), "Operação França" liderou a renovação dos filmes policiais na década de 70. Livremente inspirado em acontecimentos reais, o filme gira em torno dos esforços fanáticos de "Popeye" Doyle (Gene Hackman), detetive de polícia da cidade de Nova York, para interceptar um enorme carregamento de heroína planejado por Charnier (Fernando Rey), um empresário de Marselha. Embora sua visão da guerra contra as drogas como uma luta de classes travada por policiais de rua contra os figurões da alta sociedade hoje nos pareça antiquada, o filme continua sendo tremendamente excitante e vigoroso, principalmente por causa de seu estilo rápido de edição, sua visão épica da decadência urbana e seu final pessimista, sem concessões.

A montagem - com sua energia bruta acentuada por transições de cena irregulares e truncadas - transmite tanto uma desorientação fora de eixo quanto um movimento irrefreável. A celebrada cena de perseguição na qual o carro de Doyle dispara por uma avenida movimentada atrás de um metrô de superfície não parece forçada, pois apenas amplia o efeito cinético, corrido, de visão-de-túnel que persiste ao longo de todo o filme.

A ideia do filme de uma "drogópolis" em guerra vai além das locações decadentes e engloba uma relação ressonante entre diferentes panoramas urbanos. A Nova York suja e desordenada é inicialmente contrastada, com ironia, com a espaçosa e graciosa (mas secretamente cruel) Marselha e, depois, dividida em dois bairros: Manhattan, reduto dos ricos e poderosos, e Brooklin, poleiro de drogados, delinquentes e policiais de rua. Uma virada adicional é dada por uma breve cena em Washington, D.C. - mostrada como uma cidade branca, sem vida, afastada dos verdadeiros campos de guerra urbanos.

Há algum outro ganhador do Oscar de Melhor Filme com um final tão negativo? Após perseguir Charnier até um edifício completamente dilapidado, Doyle não só perde seu alvo como é engolido pela obsessão deste último. Transtornado demais para aceitar que acaba de detonar um agente do FBI, Doyle desaparece em uma perseguição fútil. A cena final pode ser lida como uma visão apocalíptica do futuro da cidade, o prédio arruinado sendo uma relíquia de uma civilização perdida, a porta através da qual Doyle desaparece como no portal do inferno. A crueza impactante dessa conclusão é o que, por fim, eleva "Operação França" acima do nível médio dos ganhadores do Oscar para a categoria dos filmes realmente capazes de prender nossa atenção.

Vencedor de 5 Oscar: Melhor Filme, Direção (William Friedkin), Ator (Gene Hackman), Edição e Roteiro Adaptado. Indicado em mais 3 categorias: Ator Coadjuvante (Roy Scheider), Fotografia e Som.

(The French Connection - 1971)

Adorável Pecadora (1960)


Este foi o penúltimo filme em que Marilyn Monroe participou, o último foi "Os Desajustados" de 1961, e aqui ela teve a sorte de ter sido dirigida por nada menos que George Cukor. Cukor já dirigiu estrelas como Audrey Hepburn, Katharine Hepburn e Judy Garland, e muitas dessas atuações dirigidas por ele renderam o Oscar de Melhor Atriz a essas mulheres.

Infelizmente Marilyn Monroe nunca recebeu uma indicação ao Oscar, acho que sua sensualidade era natural e não necessitava de interpretação. Neste filme, ela interpreta uma atriz de teatro, a qual um milionário está apaixonado. No entanto, ela não conhece a verdadeira identidade deste milionário, que manipula tudo e todos para conseguir o amor de Marilyn.

Para mim, a mensagem deixada pelo filme é a de que para sabermos quem realmente somos, precisamos nos afastar de todos aqueles que nos conhecem e de tudo aquilo que nos cerca para ouvir a sincera opinião de quem jamais nos viu.

Nomeado ao Oscar de Trilha Sonora.

(Let's Make Love - 1960)

A Tempestade (2010)


Adaptado de uma peça de Shakespeare para um dos piores filmes que eu já tenha visto.

"A Tempestade" conta a história de uma feiticeira (Hellen Mirren) que vive em uma ilha com sua filha Miranda. Certa vez ela cria uma tempestade para destruir o navio em que um jovem príncipe navega com seu pai o outras pessoas do reino. Com isso, e a ajuda de um espírito, a feiticeira deseja conquistar o amor do príncipe para sua filha.

Tudo é contado de forma teatral, com péssimos efeitos especiais e diálogos do bardo.

Indicado ao Oscar de Figurino.

(The Tempest - 2010)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Greek - 2º Temporada (2008)


(Greek - Chapter Two - 2008)

Superman - O Retorno (2006)


Verdade que é um típico caso de ressurreição – afinal, Superman renasce nas telas, 19 anos depois do último filme da série (Superman IV – Em Busca da Paz, de 1987). E não é só o personagem que renasce, agora interpretado pelo bonitão Brandon Routh. Até Marlon Brando, que morreu em 2004, reaparece na tela, sua voz inconfundível ressoando na caverna de cristais alienígenas que é o santuário de seu filho, Kal-El, que usa as identidades de Clark Kent quando não está dentro do figurino justo do Superman.

A curta participação de Brando é o momento da homenagem, para religar as conexões que tanto tempo passado entre o último filme e este podem ter deixado soltas. Afinal, trata-se da conquista de uma nova geração de espectadores.

Um dos acertos da produção é não querer repetir o passado além da conta. Brandon Routh não é Christopher Reeve (que também morreu em 2004), nem tenta. Ele cria um outro tipo, mais sensível, com menos ironia, que se aproxima mais do perfil de um heroi romântico – o que certamente tem apelo certo para o público feminino.

Para os meninos, também não falta diversão. O filme tem sequências de ação fortes e grandiosas. A primeira missão do Superman, voltando à Terra depois de uma ausência de cinco anos que o desmoralizou junto ao público, é o salvamento de dois aviões em queda, um dos quais ele deposita no centro de um estádio de beisebol. Este avião, justamente, tem entre seus passageiros ninguém menos do que a repórter Lois Lane (Kate Bosworth), o grande amor de Clark/Superman. Mas ele perdeu o amor dela. Depois do sumiço dele sem explicações, Lois foi cuidar da vida. Teve um filho e ganhou um prêmio Pulitzer justamente por ter escrito no jornal o artigo “Por que o mundo não precisa do Superman”.

Superman vai ter de suar muito o uniforme azul e vermelho para segurar a onda de seu arquiinimigo, Lex Luthor (Kevin Spacey). Ele não só se livrou da cadeia, porque Superman estava fora do alcance para testemunhar no seu processo, como descobriu a caverna de cristais do heroi – aproveitando para roubar alguns deles. Luthor logo percebe a imensa possibilidade destas rochas interplanetárias, que crescem sem medida na Terra e podem ocupar todo o planeta. Isso é justamente o que quer o vilão – que as novas rochas cubram a Terra e ele se torne o único dono do novo terreno.

Resumindo: Superman vai ter de recuperar seu cartaz junto a Lois (que está casada com o sobrinho do dono do jornal, interpretado por James Marsden), segurar a fúria expansionista de Luthor e salvar alguns milhares de seres humanos de diversos perigos ao redor do planeta todos os dias. Coisa de maluco, mas para que é que ele é Superman?

Nomeado ao Oscar de Efeitos Visuais.

(Superman Returns - 2006)

terça-feira, 3 de julho de 2012

Alma em Suplício (1945)


Tiros estouram na noite e um homem moribundo arqueja: Mildred! Em um flashback clássico que remonta à gênese da obsessão e do assassinato, a assassina confessa Mildred Pierce (Joan Crawford no papel ganhador do Oscar que ressuscitou a carreira estagnada da atriz de 41 anos) explica em um interrogatório policial como batalhou como dona de casa, garçonete e confeiteira até se tornar uma próspera dona de restaurante para satisfazer as exigências de sua filha Veda (Ann Blyth) por coisas luxuosas. Quando as duas são fatidicamente seduzidas por um cafajeste de fala mansa e dissimulado (Zachary Scott), a transigência sufocante e neurótica da possessiva Mildred e os desejos precoces da ingrata Veda resultam inevitavelmente em traição sexual e ódio.

Um típico filme para mulheres da década de 40 e uma novela doméstica fervilhante, o filme de Michael Curtiz, adaptado por Ranald MacDougall de um romance surpreendentemente perverso de James M. Cain (famoso por "Pacto de Sangue" e "O Destino Bate a Sua Porta), é também um filme noir esplendidamente cruel, que devasta o ideal da época de devoção materna e tortas de maçã da mamãe. Mildred é inteligente, ambiciosa e obstinada, qualidades respeitadas e recompensadas pela ética americana. Porém, aos poucos, ela se distancia do seu honesto, porém fracassado, marido (Bruce Bennett) e, à medida que favorece a insolente Veda em detrimento da sua mais doce filha caçula, deixando a morte da criança para trás aparentemente sem pensar duas vezes, começamos a notar um aspecto pouco saudável - e talvez até patológico - da compulsão.

Nunca o melodrama foi tão convincente. Mesmo para aqueles que são geralmente desestimulados por Crawford, com seus traços duros e ombros quadrados, sua atuação intensa e incontida como Mildred é tragicamente doentia e cativante. Blyth, de apenas 17 anos, está sarcasticamente sensacional como a femme fatale desdenhosa. Curtiz é um diretor que impôs sua personalidade em filmes de todos os gêneros. A forma magistral como ele dispõe do seu elenco (que conta com coadjuvantes excelentes como Eve Arden, Jack Carson e Lee Patrick) e os diversos elementos técnicos - as alternâncias expressivas dos subúrbios ensolarados para pesadelos sombrios de Ernest Haller, o fotógrafo ganhador do Oscar por "E o Vento Levou...", e a trilha sonora dramática de Max Steiner - são inebriantes.

Vencedor do Oscar de Melhor Atriz (Joan Crawford). Indicado aos Oscar de Melhor Filme, Atrizes Coadjuvante (Eve Arden e Ann Blyth), Fotografia e Roteiro.

(Mildred Pierce - 1945)

domingo, 1 de julho de 2012

Amargo Regresso (1978)


Jon Voight já foi indicado 4 vezes ao Oscar de Melhor Ator e venceu a estatueta por sua interpretação em “Amargo Regresso”. Concorrendo com atores de peso como Warren Beatty, Robert De Niro, Laurence Olivier e Gary Busey não posso deixar de concordar que o prêmio foi merecido, pois Voight esteve brilhante ao interpretar o revoltado ex-general Luke Martin que retorna aos Estados Unidos após lutar na Guerra do Vietnã.

Apesar de interpretar um personagem cadeirante, Voight não perde a sensualidade. As cenas íntimas entre ele e Jane Fonda são de tirar o fôlego. Aliás, são os dois atores que sustentam o filme, e que faz valer a pena que “Amargo Regresso” seja visto. Isto porque, um filme sobre o retorno aos Estados Unidos após a trágica experiência da guerra do Vietnã e com melhores resultados, para mim ainda é “Nascido em 4 de Julho”.

Vencedor dos Oscar de Melhor Ator (Jon Voight), Melhor Atriz (Jane Fonda) e Roteiro Original. Indicado aos Oscar de Melhor Filme, Direção (Hal Ashby), Ator Coadjuvante (Bruce Dern), Atriz Coadjuvante (Penelope Milford) e Edição.

(Coming Home - 1978)

A Excêntrica Família de Antonia (1995)


“O tempo não cura as feridas, mas alivia a dor e embaça a memória”. A verdade é que o tempo não perdoa nada nem ninguém. E perceber seus efeitos pode ser algo bem triste. A ele nada escapa, embora todos vivam suas vidas sem perceber isso. É sobre isso que fala “A Excêntrica Família de Antônia”, contando a história de quatro gerações da família desta generosa, moderna, e terna mulher, que viveu a vida de uma forma tão simples e afetuosa, que quando a hora de partir chega, ela simplesmente reúne a família, despede-se, fecha os olhos, e morre…

Na primeira cena do filme, escutamos os suspiros de Antônia (Willeke van Ammelrooy) seguidos pelas lembranças de seu passado a partir do momento em que retorna à sua cidade natal acompanhada de sua filha Danielle (Els Dottermans) para visitar sua mãe, já no leito de morte. A partir de então, Antônia passa a viver novamente ao lado das pessoas daquela cidade. Percebe-se rapidamente que é uma mulher diferente das demais, acolhida pela cidade, da mesma forma com que se convive “com uma colheita ruim, uma criança deformada, ou um manifesto da onipresença divina”, segundo as palavras da narradora.

Acompanhamos cinco gerações de uma família que vai se constituindo a partir do amor e da generosidade da matriarca, que não hesita em acolher de diversas formas os habitantes daquele pequeno vilarejo, dos tipos mais diversos possíveis: desde uma mulher que uiva para a lua cheia, até um casal de deficientes mentais que encontra o amor de uma forma inesperada e improvável, passando por um filósofo pessimista, uma filha lésbica e uma neta superdotada.

Belas cenas envolvendo a imaginação de Danielle, como no momento em que se apaixona pela professora de sua filha (quando a vê como a Vênus de Botticelli), uma bela maquiagem que demonstra fielmente a passagem de tempo, e a variedade de sentimentos presentes na trama vividos pelos personagens e compartilhados com o expectador. Tristeza, alegria, e um estranho sentimento de melancolia, quando se percebe que embora a “missão” de Antônia já fora cumprida, e que sua hora chegou.

“A vida quer viver!”, diz Antônia a sua neta em determinado momento do filme, e talvez seja esta mensagem que fica no final de tudo: perdas, ganhos, tudo isso faz parte da nossa história. Cada um encara de seu jeito o fato de que a vida não tem muito sentido para além destas contingências (de um lado há a celebração desta vida na família de Antônia, de outro a negação desta pelo filósofo), mas a única verdade é que embora permeada por vários fins e começos (o que é simbolizado no filme pelas constantes gestações que vemos em cena), a vida nunca é conclusiva… É como se fôssemos pequenos capítulos, ou quem sabe notas de pé de página desta grande epopéia que é o existir.

Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (Holanda).

(Antonia - 1995)

Blow-Up - Depois Daquele Beijo (1966)


Depois de uma série de obras-primas em torno dos conflitos da elite italiana e de Monica Vitti, de "A Aventura" até "O Deserto Vermelho", Michelangelo Antonioni tornou-se um cineasta internacional com este filme de 1966. Inspirado em um conto de Julio Cortázar, Blow Up, como "A Aventura", oferece um mistério sem solução, mas vai além, depois de um bocado de investigação obsessiva, ao questionar se sequer havia um mistério fora da cabeça do protagonista. Ao voltar seu olhar de forasteiro para uma Londres que começa a ditar moda, Antonioni captura precisamente um tempo e um lugar que pareciam ser culturalmente significativos. Como em "La Dolce Vita", de Fellini, um filme que nasceu com a intenção de ser um ataque satírico contra um determinado tipo de sofisticação e falta de substância modernas acaba se tornando uma celebração das modas, filmes, música, sexualidade e estranheza do mundo a ser condenado.

O personagem central é Thomas (David Hemmings), um fotógrafo talvez parecido com Antonioni, que divide o tempo entre violentas sessões de fotos com belas e diáfanas modelos e trabalho documental com os marginalizados. Ao tirar fotos a esmo em uma praça estranhamente vazia, na esperança de encontrar uma imagem de paz para concluir um livro, Thomas capta algumas imagens que parecem mostrar um homem mais velho e uma jovem (Vanessa Redgrave) em um momento sereno. Entretanto, a mulher persegue Thomas e exige que ele entregue o filme, e depois aparece no estúdio para insistir no assunto. Desta vez tenta seduzir o fotógrafo de forma agitada e neurótica, o que aumenta o interesse do frio Thomas no assunto. Ele lhe entrega o rolo errado e revela as fotos: sob intensa análise, acredita ter encontrado um homem com um revolver escondido atrás dos arbustos e capturado o olhar da mulher, talvez assustado, talvez cúmplice. Outra foto mostra uma forma distinta que poderia ser um corpo, e outra visita à praça leva Thomas a encontrar um cadáver. Mas então todas as provas são eliminadas e Thomas perde a convicção de ter esbarrado em um assassinato e se entrega às distrações que ocupam sua vida.

Apesar de um gancho ao estilo de thrillers (sempre homenageado em filmes de suspense como "A Conversação", de Coppola, e "Um Tiro na Noite", de De Palma), este é menos um mistério do que um retrato da alienação de uma geração. Em 1966, quando a nudez em filmes de língua inglesa ainda não era lugar comum, havia um peso em uma cena em que Redgrave tirava a blusa e se sentava no estúdio com os braços cruzados diante de seus seios. Sem falar na famosa (e na verdade até discreta) sequência em que Thomas rola no chão com uma dupla de ruidosas gruppies. Este é essencialmente um filme sobre um mundo estranho: a praça assustadoramente vazia, um show (do The Yardbirds) em que a plateia permanece impassível até que uma guitarra é destruída e os espectadores são tomados por um súbito frenesi, uma festa de doidões, onde Thomas procura alguém e então se torna incapaz de explicar o que está fazendo ali, e uma partida de tênis entre alunos de mímica, que conduz a um final ambíguo, quando Thomas é levado a entrar no jogo ao devolver uma "bola" perdida.

Indicado ao Oscar de Direção (Michelangelo Antonioni) e Roteiro Original.

(Blowup - 1966)

Rachel, Rachel (1968)


“Rachel, Rachel” foi o primeiro filme dirigido por Paul Newman e por esta façanha ele conseguiu a indicação ao Oscar de Melhor Filme. Aqui, Newman dirigiu sua própria esposa (Joanne Woodward) interpretando a Rachel do título, na vida real, Newman e Woodward foram casados por mais de 50 anos, o que é raro no mundo do cinema, ainda mais se tratando de um ator tão belo quanto Newman.


Acredito que a vida de Woodward tenha sido bem diferente da vida de Rachel retratada neste filme. Solteira, com 35 anos de idade e morando com a mãe em uma pequena cidade, Rachel se sente infeliz. Não enxerga uma nova perspectiva para a sua vida além da de lecionar e voltar para a solidão de seu lar. Muitas vezes encontra dificuldades para se levantar da cama vivendo em uma quase depressão, além disso, busca refúgio em lembranças de sua infância ou em pensamentos mórbidos, onde simula situações em que algo acontece e sua vida chega ao fim.

Talvez o título do filme, onde o nome de Rachel é repetido, traduza as duas visões sobre ela retratadas neste filme: a de Rachel adulta e infeliz e a de Rachel criança e indefesa. Rachel busca por uma companhia, mas a pequena cidade em que vive não proporciona a ela oportunidades para que conheça novas pessoas. Mas quando isto acontece e subitamente Rachel se apaixona, acredita ser retribuída nesta paixão e pensa que está grávida, tudo se revela em um grande devaneio. Desta forma, Rachel abandona tudo e todos e parte em busca de sua felicidade. O filme não revela se ela a encontrou...

Indicado a 4 Oscar: Melhor Filme, Melhor Atriz (Joanne Woodward), Atriz Coadjuvante (Estelle Parsons) e Roteiro Adaptado.

(Rachel, Rachel - 1968)