quinta-feira, 25 de julho de 2013
Monsieur Verdoux (1947)
Charles Chaplin comprou a ideia da sua comédia mais negra (por 5 mil dólares) de Orson Welles, cujo plano original era fazer um documentário sobre o lendário assassino em série de esposas francês Henri Desiré Landru. Chaplin deu à história uma abordagem sócio-satírica nova e mordaz, em resposta à paranoia crescente dos anos da Guerra Fria. Verdoux (Chaplin), um pequeno-burguês tranquilo e charmoso, só adota sua profissão lucrativa de se casar com viúvas ricas e assassiná-las mais tarde, quando a depressão econômica impossibilita que ele ganhe a vida honestamente como caixa de banco. Quando é finalmente levado à justiça, sua defesa consiste em que, enquanto o assassino privado é condenado, a matança pública - na forma de guerra - é glorificada: "Um assassino transforma uma pessoa em vilã - milhões, a transformam em herói. Os números santificam." Esses não eram sentimentos populares na América de 1946, e Chaplin se viu cada vez mais na mira da Direita - uma caça às bruxas que resultou na sua partida definitiva dos Estados Unidos em 1952.
Verdoux, acompanhado pela animada canção-tema (Chaplin, como sempre, compôs sua própria trilha), é um personagem rico e vívido. A economia rígida do pós-guerra obrigou Chaplin a trabalhar mais rápido e com muito mais planejamento do que em filmes anteriores. O resultado é uma de suas narrativas mais bem construídas, que ele mesmo considerou, sem modéstia, "o filme mais inteligente e brilhante da minha carreira".
Charles Chaplin foi indicado ao Oscar de Roteiro Original por este filme.
(Monsieur Verdoux - 1947)
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