sábado, 21 de fevereiro de 2015
Sniper Americano (2014)
Baseado nas memórias do ex-fuzileiro naval Chris Kyle, o filme reconstitui a experiência daquele que foi o mais exímio atirador até hoje do exército norte-americano, creditado com nada menos do que 160 mortes por sua impressionante pontaria. Um homem que é visto como herói por seus pares, para quem ele exerce o papel de protetor, localizando-se em cima de prédios, enquanto eles se dedicam a missões mais perigosas em solo, vasculhando casas e prédios no país ocupado.
É indiscutível que "Sniper Americano" não faz, a rigor, uma celebração da guerra em si. Pelo contrário. Com realismo documental, o filme reproduz as condições insuportáveis de perigo e tensão a que os soldados são submetidos diariamente. E coloca na boca de alguns deles dúvidas sobre o sentido de estarem ali, embora de uma forma genérica.
Não se pode afirmar, igualmente, que "Sniper Americano" simpatize cegamente com a obsessão, muito norte-americana, pelas armas de fogo que define seu protagonista – como fica claro por uma cena na cozinha, envolvendo uma brincadeira doméstica de Kyle com a mulher, e até seu próprio fim, nas mãos de um ex-veterano do Iraque perturbado por estresse pós-traumático, Eddie Ray Routh, que está para ser julgado.
É inegável que o filme desperta o furor patriótico de um grande número de espectadores norte-americanos, bem mais do que uma reflexão racional sobre os traumas infligidos pela guerra aos seus soldados e a alienação social de que muitos são vítimas depois da volta para casa. Temas como esse, dos veteranos, tanto como do que é legítimo em termos de guerra do terror e da liberdade de porte de armas, mobilizam profundamente os EUA. Fora do país, pode-se esperar reações diferentes.
Nomeado a 6 Oscar: Melhor Filme, Ator (Bradley Cooper), Roteiro Adaptado, Edição e Mixagem de Som. Levou o prêmio de Edição de Som.
(American Sniper - 2014)
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