quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Paterson (2016)


Motorista de ônibus que compartilha o nome da cidade em que nasceu e onde vive, em Nova Jersey, Paterson é um fino observador do mundo à sua volta. Ele escreve poemas num caderno, em que anota pensamentos e especula em torno das mínimas coisas de seu cotidiano. Uma simples caixa de fósforos, por exemplo. Seu mundo parece estreito: as ruas da pequena Paterson, uma casinha modesta e rosada, que compartilha com a mulher Laura (Goshifteh Farahani) e um cachorro, Marvin (que é um personagem com função na história e, sem ironia, ótimo intérprete).

O filme é conduzido com rigor, retratando um cotidiano que se repete, aparentemente sem mudanças. Todo dia Paterson faz tudo igual, Laura nem tanto – mas as variações dela guardam uma certa afinidade interna, já que ela é obcecada por atividades artísticas e culinárias em torno de padrões em preto-e-branco.

Por conta dessas atividades de Laura, cada chegada de Paterson em casa é recebida com uma surpresa – nunca se sabe o que essa mulher inventou hoje e essa é a forma como ela enfrenta a rotina e as limitações que não são mencionadas explicitamente, mas estão ali: Laura é estrangeira e certamente não tem maiores facilidades para se empregar, ainda mais neste ambiente interiorano.

(Paterson - 2016)

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