terça-feira, 24 de agosto de 2010
That '70s Show - Quarta Temporada (2001)
Continuei assistindo a esse seriado que, aliás, acho muito engraçado, mas infelizmente, no site onde faço downloads não há mais temporadas disponíveis, eles apenas disponibilizaram quatro delas. E agora José?!
(That '70s Show - Season Four - 2001)
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
A Vida Secreta das Abelhas (2008)
“A Vida Secreta das Abelhas” encaixa-se num molde que procura atrair um público de mulheres de meia-idade, supostamente dispostas a um programa sentimental. Não é um pressuposto muito atraente para espectadores, mulheres ou não, mais exigentes em termos cinematográficos e que poderiam esperar mais de um elenco com tantas boas atrizes.
A adolescente Dakota Fanning encabeça a lista, interpretando Lily Owens. Menina triste, ela foi marcada por uma tragédia muito precoce, envolvendo a morte da mãe. O pai, T. Ray (Paul Bettany, de Coração de Tinta) é bruto com ela e com sua empregada, Rosaleen (Jennifer Hudson, de Dreamgirls) – a única pessoa a ter um vínculo afetivo real com a garota.
A aliança entre as duas oprimidas se fortalece quando Rosaleen, acompanhada por Lily, vai à cidade disposta a registrar-se como eleitora. O ano é 1964 e acaba de ser aprovada a Lei dos Direitos Civis que, finalmente, impõe limites à histórica discriminação contra os negros. Mas, na Carolina do Sul, onde elas moram, os reacionários rancheiros brancos não estão dispostos a aceitar tão facilmente a chegada da civilização. Diante dos olhos apavorados de Lily, alguns deles espancam barbaramente Rosaleen que, ferida, ainda vai presa por ter reagido.
Diante da omissão do pai, Lily entra escondida no hospital onde sua empregada está amarrada na cama, e as duas escapam. Seu destino é Tiburon, onde a menina quer procurar pistas sobre sua mãe morta.
A etiqueta de um pote de mel, que ostenta um desenho igual a outro encontrado nos pertences de sua mãe, leva Lily a procurar sua fabricante, August Boatwright (Queen Latifah). Líder de uma família negra e próspera na cidade, ela acolhe Lily e Rosaleen em sua casa, contrariando a irmã June (Alicia Keys), ativista pelos direitos dos negros e feminista, que desconfia da história contada pela menina branca. A outra irmã, May (Sophie Okonedo, de Hotel Rwanda), muito sensível, logo se apega às duas recém-chegadas.
A estadia na casa de August, enquanto seu pai a procura sem ideia de seu paradeiro, prolonga-se tempo o bastante para que Lily descubra uma vida nova, em que entra o trabalho como apicultora e uma vida comunitária e afetuosa. O subtema do racismo se dilui para dar lugar a uma história sentimental que procura mais os caminhos da simplificação piegas do que as nuances mais ricas e complexas da vida.
Descontadas essas pieguices, o filme registra uma raridade no cinema americano – um princípio de romance interracial, entre a menina Lily e o filho de uma das amigas da casa, Zach (Tristan Wilds). Seu beijinho é o máximo de ousadia a que este filme pasteurizado se permite.
(The Secret Life of Bees - 2008)
Lembranças (2010)
Pequenas tragédias pessoais e familiares são redimensionadas diante de uma tragédia maior de um momento histórico no drama romântico “Lembranças”. Basta saber a história é situada em Nova York, deduzir as breves menções ao tempo (férias de verão, Dia do trabalho – nos EUA celebrado na primeira segunda-feira de setembro) para saber quando será o clímax desse romance açucarado, protagonizado por Robert Pattinson, mas conhecido como o vampiro da série “Crepúsculo”.
Nesse filme, Pattinson esforça-se para interpretar um galã à la James Dean. O esforço não é apenas físico – com o cabelo desgrenhado, fumando incessantemente, roupas mal arrumadas e emocionalmente confuso –, como também no tipo de personagem. Como Dean em “Juventude Transviada” (1955) e “Vidas Amargas” (1955), o protagonista aqui, Tyler, tem problemas de relacionamento com o pai, o advogado figurão Charles, interpretado pelo ex-James Bond, Pierce Brosnan.
O romance entre Tyler e Ally (Emilie de Ravin, da série Lost) começa como uma aposta. O amigo dele o desafia a conquistar a filha do policial que os prendeu depois de uma briga de rua. O rapaz aceita a aposta, ganha o coração da garota, para só mais tarde também sucumbir aos encantos da menina e se descobrir apaixonado.
O amor, que poderia redimir Tyler, transformando-o numa pessoa mais compreensiva e menos egoísta, no entanto, não ajuda em nada nos problemas com o pai negligente, que se divorciou da mãe (Lena Olin) e não dá atenção para a filha caçula Caroline (Ruby Jerins), uma artista precoce e sem amigas na escola.
A pessoa a quem Tyler mais protege é Caroline. Ele fica mais decepcionado do que ela quando seu pai não pode ir à abertura da exposição de obras da garota. Mais uma briga entre Charles e o filho explode e traz à tona um lado meio ‘emo’ do protagonista, para quem sofrer parece ser o único prazer disponível.
Ally também tem suas dores do passado. Em 1991, dez anos antes de ela conhecer Tyler, sua mãe foi assassinada numa plataforma do metrô na frente dela, o que a traumatizou e gerou problemas com um pai excessivamente zeloso, o policial Craig (Chris Cooper, de Nova York, eu te amo). Já o trauma do passado do rapaz, além da negligência do pai, envolve o suicídio de um irmão aos 22 anos. Agora, Tyler está a poucos dias de completar essa mesma idade.
Dirigido por Allen Coulter (Hollywoodland – Bastidores da Fama), a partir de um roteiro do estreante Will Fetters, “Lembranças” não mede esforços para agradar à legião de fãs do protagonista de “Crepúsculo” – em sua maioria, adolescentes do sexo feminino. Por isso, exagera nos closes de Pattinson, com olhares apaixonados e/ou perdidos ao longe, frases melosas (“Nossas digitais não se apagam das vidas em que tocamos”), e, tentando copiar as lágrimas de “Titanic”, prepara um final supostamente emocionante.
O romance entre Ally e Tyler, no entanto, nunca ganha a profundidade que poderia ter. Os dois personagens são duas almas feridas e desesperadas em busca de algo que alivie a dor e os afaste de uma nova tragédia. O que eles percebem, porém, é que algumas forças são impossíveis de controlar. A lição do filme é que a vida é curta e praticamente faz pouca diferença para o mundo, mas, ainda assim, devemos vivê-la plenamente. O casal se esforça para fazer valer essa máxima, mas, infelizmente, “Lembranças” está mais interessado em mostrar sua surpresa final do que construir personagens e uma trama mais consistente.
(Remember Me - 2010)
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Sex and the City 2 (2010)
Quando se fala da franquia “Sex and the City”, há sempre um desprezo e um frenesi tão acintosos, que é difícil ficar indiferente. Chamadas de fúteis, irreais e mercadológicas, as seis temporadas de TV e, agora, as duas sequências cinematográficas, também são admiradas e aguardadas por um grande público. Restaria saber por quê.
Por mais que houvesse uma história central, a série não amadureceu e se tornou apenas um ícone de moda. O que se percebe nas últimas temporadas e nas duas sequências para as grandes telas é que o estilo de vida é maior do que a própria narrativa. A embalagem, enfim, de salto alto, com grande grifes, vem sempre antes das personagens.
“Sex and the City 2” é isso. Bem-humorada, elegante e brilhante (mais pelo ouro do que pela genialidade), a produção praticamente é um dia-a-dia de Carrie, Charlotte, Miranda e Samantha. Não há realmente um grande conflito, apenas um questionamento sobre as relações: as três primeiras, casadas, devem lidar com a profundidade de seus matrimônios e a última preocupa-se com sua idade para manter-se sexualmente ativa e atraente, por mais que seja de forma cosmética.
O filme começa com Carrie insegura com a monotonia de seu casamento com Mr. Big (Chris Noth). Ao lado dela, Charlotte se encontra desesperada pela dificuldade de ter que cuidar de duas filhas. Miranda, enquanto isso, começa a perceber que seu trabalho de advogada não lhe traz a tão sonhada realização de mulher independente e decidida.
Finalmente, Samantha, a mais animada das quatro, consegue, por meio de um possível negócio, levá-las a Abu Dhabi (nos Emirados Árabes) para uma semana de tranquilidade no que há de mais excêntrico e, despudoradamente extravagante, no meio do deserto. Uma semana de luxos hoteleiros, que apenas um xeique, rico em petróleo, é capaz de oferecer.
Durante sua estada no Oriente Médio, as personagens devem manter-se de acordo com as convenções às quais estão submetidas. Precisamente, Carrie, que encontra seu ex-noivo Aidan (John Corbett), e Samantha, que vê, a todo momento, barreiras religiosas milenares contra seu comportamento sexual.
Nas mais de duas horas de filme, é bem possível que se veja uma bem-humorada comédia romântica. Mas simplesmente o que leva os espectadores, sejam homens ou mulheres, é a impressão de que os editoriais de moda podem tomar nome, formato e voz e, mesmo assim, serem engraçados. “Sex and the City”, enfim, não é uma franquia, mas uma marca e, como todas elas, corre o risco de sair de moda.
(Sex and the City 2 - 2010)
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Meu Malvado Favorito (2010)
Primeira animação em 3D do estúdio Universal, “Meu Malvado Favorito” bota um pezinho no território que a Pixar tem dominado sem concorrência de peso, em termos de história, inspiração e personagens. Assim, oferece um filme de qualidade, divertido e visualmente atraente.
Partindo de uma ideia do produtor executivo Sergio Pablos, o roteiro de Cinco Paul e Ken Daurio desenvolve-se em torno do auto-intitulado maior vilão do mundo, que atende pelo nome de Gru. Tronco robusto, pernas finas, um sotaque indecifrável, olheiras, careca e nariz pontudo, Gru é um especialista em maldades indiscutíveis, embora miúdas – como estourar um balão na cara de um garotinho e congelar com uma arma especial todas as pessoas à sua frente numa fila de lanchonete, apenas para pegar seu lanche primeiro.
São malvadezas meio infantis e que, por isso, inspiram certa simpatia, o que deve acontecer especialmente junto ao público infantil que é o alvo do desenho. Ao longo da história, nota-se o quanto Gru tem dentro de si um coração de criança que não encontrou espaço para crescer, diante de uma mãe excessivamente crítica e dominadora.
Tal como no mundo corporativo da vida real, nessa competição de “maior vilão do mundo”, ele encontra pela frente alguém mais jovem – o nerd Vetor (Marcius Melhem) que acaba de roubar nada menos do que uma das pirâmides do Egito, colocando em seu lugar uma imitação inflável que tapeou turistas e autoridades. Para contrabalançar a façanha do garoto, Gru decide que vai roubar a Lua, contando com a assessoria de seu cientista maluco particular, o dr. Nefário, e o incontável exército de seres amarelinhos que o assistem, os fieis mas atrapalhados minions.
Essa história de roubar a Lua, Freud explica. Quando era pequeno e assistia à chegada dos astronautas ao satélite pela TV (ao som de Garota de Ipanema, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes), Gru queria de todo modo chegar lá também. Muitos anos depois, o sonho ressurge. Mas agora ele precisa de uma ferramenta, uma arma que dispare raios encolhedores, para poder transportar a Lua. Um momento hilariante, inspirado na vida real, é quando ele procura financiamento para desenvolver a arma junto ao Banco do Mal – onde uma placa informa que se tratava anteriormente do Lehman Brothers, o notório banco de investimentos nova-iorquino que pediu concordata em 2008, no meio da crise econômica mundial.
Essa é uma das poucas piadas destinadas aos adultos, pais das crianças que as acompanharem no filme. A história centra-se bem mais nas situações em torno do envolvimento de Gru com um trio de órfãs, Margo, Edith e Agnes. As meninas vivem tristes num orfanato, sob a direção da despótica srta. Hattie, e tentando vender biscoitos de porta em porta. Quando descobre que o rival Vetor é louco pelos biscoitos, Gru decide adotar as meninas e usá-las para entrar na bem-guardada fortaleza de Vetor – que tem uma arma de raios de encolher prontinha para uso, o que resolve o problema de Gru não ter conseguido seu financiamento no Banco do Mal (mais adiante, na história, se saberá porquê).
Como é de se esperar, o tiro sai pela culatra. As meninas são mais espertas e sedutoras do que Gru esperava e a situação evolui em outras direções. Os efeitos especiais da empresa francesa Mac Guffe Ligne também funcionam direitinho e não faltam nem humor, nem ternura.
(Despicable Me - 2010)
A Origem (2010)
Christopher Nolan teria passado dez anos escrevendo o roteiro de A Origem – o estranho título brasileiro para seu novo trabalho, Inception. Ao assistir a esta audaciosa ficção científica, é possível entender porque ele levou todo esse tempo.
A matéria-prima da história são os sonhos, não em si mesmos, mas como território para uma nova modalidade de crime – o roubo de ideias de pessoas enquanto estão dormindo, quando ladrões invadem seus sonhos. O maior especialista nesta audaciosa espionagem industrial do subconsciente é Dom Cobb (Leonardo Di Caprio), que trabalha armado de um arsenal que inclui drogas poderosas, equipamentos de última geração e um time de auxiliares de primeira. Entre eles, o primeiro-assistente, Arthur (Joseph Gordon-Levitt), o designer de ambientes Nash (Lukas Haas), o químico Yusuf (Dileep Rao) e o faz-tudo Eames (Tom Hardy).
Até agora, o trabalho básico de Dom foi extrair ideias, ganhando muito com isso no competitivo mundo corporativo. Até que aparece Saito (Ken Watanabe), um bilionário que o procura para fazer justamente o contrário: implantar uma ideia na cabeça de outro ricaço seu concorrente, Robert Fischer (Cillian Murphy), levando-o a dividir o império que está para herdar do pai moribundo (Pete Postlethwaite).
A missão é arriscada, mas não impossível. E Dom tem uma razão especialíssima para aceitar – Saito lhe oferece a possibilidade de eliminar o problema que o está impedindo de voltar aos EUA, para junto de seus filhos. Uma situação que tem a ver com o inquietante fantasma (ou é apenas memória?) de sua mulher, Mal (Marion Cotillard), que atormenta todos os sonhos de Dom. Aliás, por conta de seu trabalho, ele só consegue sonhar com auxílio de seus aditivos químicos.
Na primeira metade do filme, Nolan empenha-se em definir os limites deste fascinante mundo imaginário, que funciona movido por leis próprias. Não é fácil seguir a narrativa, especialmente depois que se instalam os sonhos dentro dos sonhos necessários à missão na mente de Fischer. Atuando como uma espécie de guia do espectador, que fará algumas das perguntas que este poderia fazer, entra em cena Ariadne (Ellen Page, de Juno), a nova arquiteta que substitui Nash na idealização dos cenários dos sonhos – ferramenta essencial para produzir ilusões que ajudem a enganar o sonhador que teve sua mente invadida. De Ariadne, como o nome sugere (lembrando a lenda grega de Teseu e do Minotauro), Dom espera que crie um labirinto muito especial, do qual só sua equipe consiga sair.
A Origem tem muita ação, perseguições, lutas, tiros, mas com direito a muitas situações surreais – a cidade de Paris dobrando-se sobre si mesma, como se fosse de papelão, voos de carros e pessoas, desabamento de prédios em série, engolidos por água, e muito mais. A turma de efeitos especiais trabalhou bem, mas os dublês foram mais requisitados ainda, porque Nolan procura uma espécie de realismo dentro do sonho que lhe dê uma certa verossimilhança.
Ainda assim, dentro dos sonhos, vale tudo – os colegas de Dom assumem disfarces e é possível escapar deles ‘morrendo’. Mas também há o risco de cair num limbo e não voltar mais. Pode-se dizer que a imaginação de Nolan foi longe e que criou um novo território na mitologia do cinema. Certamente, ele não inventou tudo isto do nada – deve algo a Matrix, dos irmãos Wachowski, e, de certo modo, a Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, de Michel Gondry, e também a si mesmo, como autor do roteiro de seu próprio filme, Amnésia (2000, inspirado num conto escrito por seu irmão, Jonathan Nolan). Tudo isto é natural: ninguém vai esperar que, com o cinema atingindo 115 anos de idade, uma ideia surja pura de qualquer influência. O que não tira o mérito de Nolan de ter desenvolvido um universo movido por suas próprias leis e que poderá gerar novas sequências. O sucesso deste primeiro filme parece indicar neste caminho.
Indicado ao Oscar de Melhor Filme, Direção de Arte, Fotografia, Trilha Sonora, Som, Edição de Som, Efeitos Visuais e Roteiro Original. Ganhador de 4 estatuetas: Fotografia, Edição de Som, Mixagem de Som e Efeitos Visuais.
(Inception - 2010)
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Vencedor do Oscar
domingo, 8 de agosto de 2010
Eu os Declaro Marido e... Larry (2007)
Chuck (Adam Sandler), bombeiro em Nova York conhecido por conquistar belas mulheres, e seu melhor amigo viúvo Larry (Kevin Jame) são parceiros nos salvamentos mais arriscados e também não se desgrudam na vida pessoal. E a de Larry não anda muito bem: três anos após perder a esposa, ainda sente muita falta dela e tem dificuldades em criar seus filhos, Eric (Cole Morgen) e Tori (Shelby Adamowsky). Ao saber que a lei norte-americana pode não garantir o futuro deles, descobre que precisa casar. Como Chuck é a única pessoa na qual confia, Larry faz uma proposta: um casamento burocrático gay para que o governo garanta um alento financeiro aos seus filhos, caso algo aconteça. E, com ajuda da bela advogada Alex (Jessica Biel), eles tentam driblar o fiscal Clinton Fitzer (Steve Buscemi), que tenta a todo custo provar que o matrimônio é falso.
(I Now Pronounce You Chuck & Larry - 2007)
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Ajami (2009)
Nasri é um garoto de 13 anos de idade que enfrenta a passagem para a vida adulta de forma dramática quando seu tio fere imprudentemente um importante membro de um clã, deixando assim sua família exposta à vingança. Omar, irmão mais velho de Nasri, está decidido a salvar a todos. Ele aceita cometer um crime por dinheiro, mas vive o dilema de estar apaixonado por Hadir, justamente a filha do chefe. Malek é um adolescente palestino de um campo de refugiados que entra ilegalmente em Israel em busca de trabalho para poder pagar a cirurgia de sua mãe. É quando ele conhece Binj e Omar. Binj é de uma família palestina em Jaffa, mas seu sonho com o futuro ao lado da namorada judia pode estar comprometido quando seu irmão é acusado de assassinar um jovem judeu. Dando é detetive na polícia israelense e se esforça para proteger seu país do "inimigo árabe". Pai de um bebê, ele tem sua vida transformada quando o irmão soldado desaparece. Num cenário no qual inimigos são todos vizinhos, as vidas desses personagens se entrecruzam em “Ajami”, um bairro israelense aonde judeus, muçulmanos e cristãos convivem lado a lado, ainda que as diferenças culturais sejam explícitas.
Indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
(Ajami - 2009)
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Indicado ao Oscar
Jogando Com Prazer (2009)
O papel do protagonista deste filme parece ser feito sob medida para Ashton Kutcher (Jogo de Amor em Las Vegas, Efeito Borboleta). Ele é uma espécie de Don Juan, chamado Nikki, que sobrevive seduzindo mulheres e atualmente mora com a advogada de meia idade Samantha (Anne Heche, de Reencarnação e Um Ato de Coragem).
Na vida real, a carreira do ator deslanchou de vez depois que ele se casou com Demi Moore, a famosa atriz de “Ghost – Do Outro Lado da Vida”. Eles têm 15 anos de diferença de idade.
Semelhanças à parte, “Jogando com prazer” é uma espécie de releitura contemporânea de “Gigolô Americano”, do início dos anos de 1980, no qual Richard Gere era um rapaz que fazia a alegria de muita mulher madura em troca de dinheiro.
Aqui é Nikki quem mantém uma vida tranquila às custas de favores sexuais. O personagem é o narrador do filme e comenta seus métodos de trabalho. Sempre de maneira cínica, ele é capaz de catalogar os mais diversos tipos de presa e a forma de agir com cada uma delas.
Samantha tem uma casa fabulosa – “Peter Bogdanovich morava aqui”, comenta – é bonita, tem bastante dinheiro e desejo sexual. A relação que ela mantém com Nikki vai bem até o dia quando a advogada viaja a Nova York e ele fica sozinho e dá uma festa para seus amigos.
E mesmo quando ela o pega traindo, Samantha mantém a calma. O esquema entre os dois continua existindo apesar das desconfianças – afinal, ela está interessada nele apenas como um objeto de satisfação sexual.
Por trás do verniz todo de autoconfiança, Nikki pode esconder um sujeito inseguro e sem perspectivas, o que fica claro quando ele conhece Heather (Margarita Levieva), uma bela garçonete que, conforme se descobre depois, faz um trabalho bem parecido com o dele.
Hollywood é o cenário e quase um personagem em “Jogando com prazer”. Nikki transita das mansões glamurosas a pequenos hotéis decadentes. Os personagens também representam as mais diversas gamas de habitantes de Los Angeles e do mundo do show business.
(Spread - 2009)
A Última Música (2010)
Com “A Última Música”, a atriz e cantora Miley Cyrus, de 18 anos, conhecida como a intérprete de “Hannah Montana”, dos estúdios Disney, quer dar adeus ao público infantil. Como cresceu e já protagonizou situações até polêmicas na vida real, nada mais natural que se dedique a outra faixa etária.
No entanto, a escolha do papel de protagonista desta produção coloca em xeque essa ambição. Trata-se de nada menos de um dos folhetins açucarados do escritor norte-americano Nicholas Sparks (de Querido John, Um Amor para Recordar, Diário de uma Paixão), que assina também o roteiro.
Nele, Miley interpreta a jovem Ronnie, uma adolescente problemática, que custa a aceitar a separação de seus pais. Por isso, sua mãe, Kim (Kelly Preston, de Surpresa em Dobro) força-a a passar o verão com o pai, Steve (Greg Kinnear, de Melhor é Impossível), apesar dos protestos da garota.
Ao lado de seu irmão mais jovem, Jonah (Bobby Coleman), a protagonista se vê obrigada a conviver com quem, acredita, ter sido o pivô de todas as desgraças de sua vida – seu pai. Isso, até conhecer Will (Liam Hemsworth, namorado real da atriz e jovem ator de novelas), que relativiza o conflito entre a família.
Porém, na cartilha do escritor Nicholas Sparks nada é muito simples. Doenças terminais, conflitos entre pessoas de diferentes classes sociais e valores universais estão sempre em primeiro plano. Sob estas condições, como adolescente que é, Ronnie age de forma intempestiva a todo momento, fazendo a trama girar em conflitos superficiais.
O efeito do roteiro de Sparks é, no fim, inverso ao que Miley Cyrus quer mostrar ao seu público. Ao lado de seu namorado, sua personagem parece mais adolescente do que nunca. Como não consegue transmitir dramaticidade real, o que se vê na tela é uma cara de tédio constante.
(The Last Song - 2010)
Chico Xavier (2010)
Santo ou demônio? Médium ou falsário? Essas foram algumas dúvidas que o médium brasileiro Chico Xavier levantou ao longo de sua vida. O longa “Chico Xavier”, no entanto, não está muito preocupado com esse tipo de conflito. Dirigido por Daniel Filho (Se eu fosse você), a partir de um roteiro de Marcos Bernstein (Central do Brasil), baseado por sua vez na biografia As vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior, o filme faz um retrato chapa-branca de seu protagonista – que morreu em 2002.
O Chico Xavier do filme, interpretado pelo garoto estreante Matheus Costa, Ângelo Antonio (2 Filhos de Francisco) e Nelson Xavier (Narradores de Javé) nas diversas fases de sua vida, é um personagem sem muitos dilemas interiores – há umas poucas vaidades, mas conflito mesmo, daqueles de consumir, não existe. Desde pequeno, ele parece aceitar tranquilamente seu dom e sua missão.
Morando com a madrinha (Giulia Gam, de A Guerra dos Rocha), o pequeno Chico é visto com um ser estranho por ela, que tem medo e fascinação na mesma medida pela mediunidade do menino. A única a o compreender é a mãe morta (Letícia Sabatella, de Não por acaso), com quem ele trava longos diálogos.
Mais tarde, morando novamente com o pai (Luis Melo, Encarnação do Demônio), ele ganha outra cúmplice – a madrasta (Giovana Antonelli, de Budapeste). Com alguns saltos de roteiro, Chico chega à vida adulta, quando sua mediunidade se manifesta com mais força e ele começa a estudar a doutrina espírita. Ainda morando em sua cidade natal, Pedro Leopoldo (MG), recebe pessoas que pedem sua ajuda para se comunicar com parentes e amigos que já morreram. Nessa mesma época, Chico começa a receber as visitas de uma entidade que recebe o nome de Emmanuel (André Dias), que o acompanhará ao longo de sua vida.
A narrativa ficcional sobre o médium em “Chico Xavier” é entrecortada por trechos de uma participação verídica no programa de entrevistas Pinga-Fogo, na TV Tupi, na década de 1970. Nele, uma espécie de Roda Viva de sua época, Chico é sabatinado pelas mais diversas pessoas, que colocam em xeque seus poderes e crenças. Essa entrevista, que interliga os episódios da vida do médium no filme, também serve como pretexto para amarrar outra linha narrativa do longa. Trata-se da história do casal Orlando (Tony Ramos, de Tempos de Paz) e Gloria (Christiane Torloni, de Onde andará Dulce Veiga?), cujo filho morreu há pouco em um acidente.
Ela está desesperada, enquanto o marido, que é o diretor do Pinga-Fogo, é cético. Essa parte do roteiro não se baseia numa história específica – embora sua conclusão venha de um fato real, envolvendo uma carta psicografada pelo médium. O casal, claramente, serve como identificação do público na tela. E, para não deixar ninguém de fora, um deles acredita em Chico Xavier e suas cartas, e o outro é o cético que zomba disso.
Enquanto personagem, Chico Xavier carece de conflitos e nuances. Ele aceita a sua missão muito facilmente, dizendo: “Eu sou como um carteiro, recebo cartas, e aí entrego”. Seu único porém é um pouco de vaidade – que causa alguns desentendimentos com Emmanuel, mas nada muito sério. Quando se muda para Uberaba, onde abre seu centro, Chico já é bastante conhecido e recebe visitas de pessoas de vários cantos do país em busca de comunicação com mortos.
Daniel Filho dirige com o profissionalismo que lhe é habitual, mas sem qualquer ambição mais cinematográfica. É um filme feito para as massas, que devem se emocionar em cada momento calculado para fazer chorar – especialmente as cenas que mostram a comunicação entre pais e filhos, em que um dos envolvidos já morreu.
Por outro lado, como bem mostram as imagens finais do longa, tiradas do programa Pinga-Fogo real, Chico Xavier era uma figura bem maior do que aquela mostrada pelo filme. Sem dúvida, não seria fácil captar num longa de ficção uma figura tão complexa como o médium.
(Chico Xavier - 2010)
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Quando Nietzsche Chorou (2007)
Adaptação de um dos maiores sucessos literários no Brasil, o livro homônimo de Irvin Yalom, o filme "Quando Nietzsche Chorou" conta à história de um encontro fictício entre o filósofo alemão Friedrich Nietzsche (Armand Assante) e o médico Josef Breuer (Ben Cross), professor de Sigmund Freud (Jamie Elman).
Nietzsche é ainda um filósofo desconhecido, pobre e com tendências suicidas. Breuer passa por uma má fase após ter se envolvido emocionalmente com uma de suas pacientes, Bertha (Michal Yannai), com quem cria uma obsessão sexual e fica completamente atormentado.
Breuer é procurado por Lou Salome (Katheryn Winnick), amiga de Nietzsche, com quem teve um relacionamento atribulado. Ela está empenhada em curá-lo de sua depressão e desespero e pede ao médico que o trate com sua controversa técnica da "terapia através da fala".
O tratamento vira uma verdadeira aula de psicanálise, onde os dois terão que mergulhar em si próprios, em um difícil processo de autoconhecimento. Eles então descobrem o poder da amizade e do amor.
(When Nietzsche Wept - 2007)
domingo, 1 de agosto de 2010
Shrek Para Sempre (2010)
Shrek está cansado! E não parece estar sozinho. Em seu novo filme, “Shrek para Sempre”, o quarto da série, o ogro enfrenta uma séria crise da meia-idade, enquanto seus roteiristas e diretor enfrentam uma crise de criatividade. O longa consegue ser um pouco melhor do que o terceiro, lançado em 2007, mas, ainda assim, passa um tanto longe da magia, sagacidade e originalidade do primeiro filme, de 2001.
Em Shrek para sempre há algo de errado no Reino de Tão Tão Distante. Afinal, não faz muito sentido um filme infantil que tem como tema central a crise da meia-idade. Em todo caso, o novo Shrek segue a linha dos dois últimos filmes, ou seja, vai pela cartilha da animação fofinha, com uma piadinha aqui e outra ali, dezenas de referências pop e olho grande na bilheteria.
O que o primeiro filme trazia de inovador, de audacioso ao revirar o mundo dos contos de fadas e, por consequência, da mentalidade dos desenhos da Disney perdeu-se ao longo de quase 10 anos. Embora os quatro filmes mantenham uma forte identidade visual, a audácia já não faz parte do repertório.
A história, creditada a Walt Dohrn – que também dubla o vilão na versão em inglês –, pega emprestado o mote central de A felicidade não se compra, com a pergunta: como seria o mundo se Shrek não tivesse beijado Fiona? A resposta vem do acordo que Shrek (voz de Mike Myers, de Bastardos Inglórios, na versão legendada) faz com o traiçoeiro Rumpelstiltskin – um personagem cooptado de um conto dos irmãos Grimm. Aqui, ele é conhecido por seus acordos com letras minúsculas no rodapé, que, no final das contas, transformam-se em grandes problemas.
Durante a festa de um ano de seus três filhos, Shrek surta. Está cansado de ser marido, pai, motivo de zombaria e não assustar mais ninguém. E enquanto vaga sem rumo encontra Rumpelstiltskin, Rumple, para os íntimos. Seu acordo consiste em dar ao ogro novamente um dia de glória, como ele tinha no passado, aterrorizando pessoas e correndo como uma fera doida por aí. Em troca, Shrek dá outro dia de sua vida. Nesse acordo mefistofélico, porém, Rumple consegue reverter toda a história. Shrek não beija Fiona, portanto, ela continuará a sofrer sua maldição (princesa durante o dia, ogra durante a noite). E o próprio Rumple se torna rei de Tão Tão Distante, transformando o local, que parece viver numa eterna Idade Média, num Halloween eterno, um paraíso para bruxas e outras criaturas malignas.
Os ogros vivem no subterrâneo e Fiona (no original dublada por Cameron Diaz, de A caixa) é uma espécie de líder da resistência, que vive planejando uma revolta para tomar o poder. O Gato de Botas (Antonio Banderas, de “A lenda do Zorro”) está mais gordo do que nunca e é seu confidente.
Com esses elementos, o diretor Mike Mitchell (Super-escola de heróis) extrai uma animação meio engraçada, meio sonolenta, às vezes exageradamente emocional, que quase nunca faz lembrar o primeiro filme. Intacta na série parece estar apenas a trilha sonora, com canções pop, com destaque para “Top of the world”, na versão original dos Carpenters, usada na cena quando Shrek recupera o seu ‘mojo’, como diria Austin Powers, outro personagem imortalizado por Myers.
(Shrek Forever After - 2010)
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