quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A Última Música (2010)


Com “A Última Música”, a atriz e cantora Miley Cyrus, de 18 anos, conhecida como a intérprete de “Hannah Montana”, dos estúdios Disney, quer dar adeus ao público infantil. Como cresceu e já protagonizou situações até polêmicas na vida real, nada mais natural que se dedique a outra faixa etária.

No entanto, a escolha do papel de protagonista desta produção coloca em xeque essa ambição. Trata-se de nada menos de um dos folhetins açucarados do escritor norte-americano Nicholas Sparks (de Querido John, Um Amor para Recordar, Diário de uma Paixão), que assina também o roteiro.

Nele, Miley interpreta a jovem Ronnie, uma adolescente problemática, que custa a aceitar a separação de seus pais. Por isso, sua mãe, Kim (Kelly Preston, de Surpresa em Dobro) força-a a passar o verão com o pai, Steve (Greg Kinnear, de Melhor é Impossível), apesar dos protestos da garota.

Ao lado de seu irmão mais jovem, Jonah (Bobby Coleman), a protagonista se vê obrigada a conviver com quem, acredita, ter sido o pivô de todas as desgraças de sua vida – seu pai. Isso, até conhecer Will (Liam Hemsworth, namorado real da atriz e jovem ator de novelas), que relativiza o conflito entre a família.

Porém, na cartilha do escritor Nicholas Sparks nada é muito simples. Doenças terminais, conflitos entre pessoas de diferentes classes sociais e valores universais estão sempre em primeiro plano. Sob estas condições, como adolescente que é, Ronnie age de forma intempestiva a todo momento, fazendo a trama girar em conflitos superficiais.

O efeito do roteiro de Sparks é, no fim, inverso ao que Miley Cyrus quer mostrar ao seu público. Ao lado de seu namorado, sua personagem parece mais adolescente do que nunca. Como não consegue transmitir dramaticidade real, o que se vê na tela é uma cara de tédio constante.

(The Last Song - 2010)

Nenhum comentário:

Postar um comentário