sábado, 24 de setembro de 2011

Luzes da Cidade (1931)


O Telecine Cult está exibindo alguns filmes do Charles Chaplin este mês e este foi o segundo filme que assisti deste grande cineasta. O primeiro foi "O Garoto", em que Chaplin interpreta de maneira terna o "Vagabundo" de bom coração.

Neste "Luzes da Cidade" o personagem é o mesmo e o coração do personagem é ainda maior. É incrível como Chaplin conseguiu transformar histórias simples em filmes maravilhosos. Vale muito a pena assistir a seus filmes, mesmo eles sendo mudos e preto e branco. Aqui segue a crítica do 1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer:

"Convencido de que a fala destruiria a beleza do cinema, o maior dos mímicos, Charles Chaplin, sofreu com a introdução da tecnologia sonora e decidiu ignorá-la, apesar de todos os conselhos contrários. Apresentado como 'uma comédia romântica em forma de pantomima', 'Luzes da Cidade', seu filme desafiadoramente mudo de 1931, é em todos os aspectos um triunfo, superando com seu melodrama comovente e sua graça o desejo das plateias por filmes falados - ainda que mais tarde, depois do término das filmagens, Chaplin tenha incorporado efeitos sonoros e composto e conduzido a trilha sonora, conforme continuaria fazendo nos seus filmes posteriores.

O pequeno Vagabundo encanta-se com uma vendedora de flores cega (a graciosa Virginia Cherrill) e salva um milionário excêntrico do suicídio. Sua galante corte à menina e sua determinação em recuperar sua visão o levam a uma série de trabalhos que não dão certo - como a memorável luta de boxe 'arranjada' - enquanto sua relação intermitente com o magnata bêbado e imprevisível oferece situações cômicas paralelas. Como de hábito nos filmes de Chaplin, temos a habilmente coreografada piada com comida - aqui, uma serpentina no meio do espaguete do desavisado Carlitos - e uma desventura em ritmo de pastelão com a lei. Com suas belas atuações e equilíbrio perfeito entre comédia e um eloquente pathos, o filme culmina com um desfecho profundamente tocante. Um dos verdadeiros marcos do cinema".

(City Lights - 1931)

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