Quanta sensibilidade há neste seriado e como Claire Danes nos transmite, com uma doce delicadeza, os sentimentos de sua personagem Ângela Chase. Interpretação esta que fora reconhecida e merecidamente premiada com um Globo de Ouro.
Lembro-me que quando adolescente, o canal aberto SBT transmitiu “Minha Vida de Cão” nas tardes de sábado e eu até cheguei a assistir alguns episódios, mas não acompanhei o seriado todo. Como sou nostálgico, ou vivo de nostalgia (o que não considero um ponto positivo), decidi acompanhar esta série por completo. E agora, que terminei de assistí-la, eu digo uma coisa, é uma pena que este seriado tenha durado apenas 1 temporada com 19 episódios, tendo o seu final sido deixado completamente em aberto. Cheguei a ler em alguns meios de comunicação que a série fora cancelada devido à sua baixa audiência, outros meios, no entanto, citam que foi exatamente a boa qualidade do seriado que o tirou do ar.
E é exatamente sobre esta boa qualidade que me interessa falar. A narrativa gira em torno da adolescente Ângela, que passa por uma crise de identidade aos 15 anos de idade. Sua melhor amiga do passado, Sharon, já não ocupa mais o lugar de antes, lugar este que é preenchido pela companhia de Rayanne e Rickie, respectivamente uma garota rebelde e um jovem homossexual, aspecto este, que remete a atual situação da protagonista, que está passando por uma fase de transformação. Além disso, Ângela está se apaixonando por um jovem revoltoso – estilo James Dean em “Juventude Transviada” – chamado Jordan Catalano, aqui interpretado pelo jovem e belo ator Jaret Leto.
Um ponto interessante do seriado, é que inicialmente ele é narrado pela personagem principal, mas, em certos episódios o narrador muda e outros personagens passam a contar esta mesma história a partir de seu próprio ponto de vista. Isto chegou a acontecer com o personagem Brian, vizinho de Ângela que é platonicamente apaixonado pela garota, e assim toma a narrativa por este viés, e também por sua irmã Danielle, que muitas vezes se sente rejeitada em sua casa e a partir desta visão de mundo narra os fatos como os vê.
Outra questão abordada nesta série foi a da relação entre pais e filhos na adolescência. Patty e Graham Chase são os pais de Ângela e Danielle. Ao mesmo tempo Ângela os ama e os odeia, necessita deles, mas os quer afastados dela.
Histórias sobre adolescentes, assim falando, podem parecer banais, mas esta aqui é tocante. Afinal, quem nunca passou por esta fase tão complicada e adorada da vida? Eu, com toda a minha nostalgia, daria tudo para voltar no tempo.
(My So-Called Life - 1994)
Nenhum comentário:
Postar um comentário