quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
A Minha Versão do Amor (2010)
O ator Paul Giamatti impregna seu personagem, Barney Panofsky, de tanta verdade que se tem permanentemente a impressão de estar assistindo a uma cinebiografia calcada em fatos reais em “A Minha Versão do Amor”. Mérito desse ator extraordinário, que dá uma vida plena ao protagonista da versão cinematográfica do romance do canadense Mordecai Richler.
Barney não é uma figura simples de entender, nem fácil de gostar. Produtor de TV tresloucado, boêmio e um tanto chegado à bebida e às mulheres, ele leva sua vida como um turbilhão permanente. Jovem, casou-se em Roma com Clara (Rachelle Lefevre), vivendo a batida dos loucos anos 60, com muito sexo, drogas e rock’n roll.
Nada disso dura e eis Barney caminhando para um segundo casamento, com uma mulher judia como ele, convenientemente educada e rica (Minnie Driver). O choque cultural não é tanto entre o noivo e os sogros esnobes (Harvey Atkin e Linda Sorenson), mas entre estes e o pai de Barney – o policial Izzy (Dustin Hoffman), um sujeito simplório, cafona e sem noção, capaz de contar-lhes piadas sujas em plena festa de casamento.
Justamente a festa vai ser a perdição de Barney, que se apaixona ali mesmo, irresistivelmente, por uma convidada, a radialista Miriam (Rosamund Pike) – que vai ser a mulher de sua vida. Naquele momento, ainda nenhum dos dois sabe disso, mas as encrencas que se seguem temperam o romance de adoráveis incidentes e alguns desacertos.
A estrada de Barney fica bem mais tortuosa quando ele se torna suspeito do assassinato de seu melhor amigo, o farrista Boogie (Scott Speedman). Boogie sumiu justamente depois de uma longa noite de bebedeira na casa de fim de semana de Barney, diante de um grande e fundo lago.
Uma sábia decisão na condução da história guarda segredo sobre o real destino de Boogie até o final. Até ali, o espectador compartilha de todas as dúvidas possíveis sobre quem é, afinal, este Barney instável, capaz de lembrar-se ao final da vida de todos os seus erros, mas sem pretender ter evitado nenhum. Talvez um só. E ele tem a ver com Miriam.
Indicado ao Oscar de Maquiagem.
(Barney's Version - 2010)
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