quinta-feira, 22 de março de 2012

O Discreto Charme da Burguesia (1972)


Particularmente não gostei deste filme, não entendi seu propósito e não encontrei um texto no qual o explicasse. O motivo pelo qual o tenha visto foi simplesmente pela sua premiação pela academia e por ser citado entre os 1001 filmes... Segue a crítica do livro:

“O Discreto Charme da Burguesia”, a obra prima cômica de Luis Buñuel – sobre três casais prósperos que tentam, mas nunca conseguem, sentar e comer juntos – é possivelmente o mais bem acabado e executado de todos os seus filmes franceses da última fase. O filme prossegue com interrupções diversas, digressões e interpolações que identificam os personagens, a sua classe e sua aparente indestrutibilidade com os processos de ilusão e continuidade da narrativa.

Uma coisa que torna “O Discreto Charme da Burguesia” encantador, apesar de seu radicalismo, e que ajudou Buñuel a ganhar seu único Oscar (pesquisei e descobri que Buñel, apesar de ter sido indicado duas vezes ao Oscar, não ganhou nenhuma estatueta, acredito que o que o autor quis dizer é que este filme ganhou o Oscar, não o diretor), é o elenco perfeito, no qual muitos dos artistas trazem associações quase míticas de filmes prévios. Desta forma, Delphine Seyrig nos faz pensar em “O Ano Passado em Marienbad (1961)”, Stéphane Audran evoca a alta burguesia do período intermediário de Claude Chabrol, a neurótica de Bulle Ogier se parece com uma versão leve e cômica da personagem louca interpretada por ela em “L’Amour Fou (1969)”, e mesmo Rey traz à mente “Operação França (1971)” quando exibe um pouco de cocaína.

Um pouco depois de este filme ter sido indicado ao Oscar, Buñuel foi entrevistado por repórteres em um restaurante mexicano e, quando lhe perguntaram se esperava ganhar, a sua resposta foi imediata: “É claro. Já paguei os 25 mil dólares que eles queriam. Os americanos podem ter seus pontos fracos, mas costumam cumprir as suas promessas”.

Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Indicado ao Oscar de Roteiro Adaptado.

(Le Charme Discret de la Bourgeoisie - 1972)

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