sábado, 4 de abril de 2020

Uma Vida Oculta (2019)


Sempre que vejo um filme de Terrence Malick sou imerso a uma experiência única. A forma com que o diretor conduz suas cenas faz com que sintamos o filme de diversas maneiras possíveis. Quando a câmera segue os passos dos personagens temos a impressão de que estamos ali junto a eles. Quando decide mostrar a imensidão da natureza em que a humanidade se insere, parece que mergulhamos em águas profundas ou deitamos em campos gramados macios. Quando os diálogos deixam de ser diretos e são colocados em cena em narrativa em off, temos a impressão de que ouvimos os pensamentos de cada personagem. Além disto, temos todo o questionamento filosófico que os filmes de Malick abordam. A existência e o sofrimento humano são sempre indagados.

Em "Uma Vida Oculta", o diretor conta a história real de Franz Jägerstätter (August Diehl), um camponês austríaco que se recusa a lutar para o exército de Hitler em plena Segunda Guerra Mundial. Devido às decisões do marido, consequentemente é mostrado todo o sofrimento que recai sobre a esposa dele, Fani Jägerstätter (Valerie Pachner). Por ser é um filme de três horas de duração o diretor optou pela narrativa direta e linear, o que não ocorre em outros de seus filmes, isto é bom por não deixá-lo confuso. Temos aqui também as belas paisagens campestres da Áustria que através da maravilhosa fotografia utilizada no filme deixa tudo ainda mais belo.

Quem quiser passar três horas imersos em mais um filme de Terrence Malick, digo que vale a pena.



(A Hidden Life - 2019)

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