sábado, 2 de julho de 2011
Transformers: A Vingança dos Derrotados (2009)
Diante de um robô gigantesco – na verdade, um alienígena – um militar atônito se pergunta, apontando para a geringonça: “Se Deus nos fez à imagem e semelhança Dele, quem fez isso aí?”. Essa mesma perplexidade que passa pela cabeça do personagem pode atingir algumas pessoas durante “Transformers: A Vingança dos Derrotados. Dirigido por Michael Bay que traz no currículo além do primeiro “Transformers” (2007) também “A Ilha” (2005) e “Pearl Harbor” (2001), o longa investe pesado nas cenas de ação e destruição, deixando de lado qualquer fiapo de história ou personagens que pudessem distrair a atenção do público. Este é, aliás, um diretor que já demonstrou gosto por pancadaria e correria pelo simples fato de fazer piruetas com a câmera e usar cortes rápidos – alguns mais rápidos do que um piscar de olhos. Por isso, não existe muita diferença entre ver um embate entre dois Transformers – o que acontece mais vezes do que o necessário ao longo das infindáveis duas horas e meia de filme – e um engavetamento numa rodovia qualquer.
Com seus malabarismos e pirotecnias, ironicamente, Bay dificulta que se aprecie o que em princípio seria o forte de “Transformers: A Vingança dos Derrotados”: os efeitos visuais. É tudo tão rápido que em nenhum momento ele se dá ao trabalho de revelar os detalhes. O que lhe interessa são latarias gigantescas se atracando, perto das quais os humanos somem de tão pequenos e inúteis.
Personagens continuam a não ter muita função no segundo longa da série. O protagonista-humano é o jovem Sam Witwicky (Shia LaBeouf, de “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal”), que no primeiro filme, ao lado dos Autobots (os Transformers do bem, por assim dizer) salvaram o mundo dos Deceptions (os Transformers do mal). Ele tem um carro amarelo, seu ‘robô-guardião’, que atende pelo nome simpático de Bumblebee.
Sam está de partida para a faculdade e abandonará não apenas os pais, como seu carro e sua namorada, Mikaela (Megan Fox, de “Um Louco Apaixonado”), com quem pretende manter um relacionamento pela internet. Mas ele tem problemas mais sérios desde que tocou um pedaço do Cubo. Além de provocar-lhe distúrbios mentais, o incidente desperta Transformers adormecidos. Agora, Sam passa a ter visões com símbolos estranhos, que ele não identifica mas os Deceptions sabem ser um código que influenciará numa batalha entre os bonzinhos e os vilões.
Essa perseguição que os Decpections promovem contra Sam impulsiona as cenas de briga e transformação dos carros em robôs. Eletrodomésticos também ganham vida quando expostos a algum fragmento do Cubo, proporcionando ao liquidificador a possibilidade de vingar-se dos anos que passou apenas batendo maionese ou fazendo vitaminas. Esses Transformers que estão entre os humanos há anos são protegidos por uma equipe militar especializada, que inclui entre seus membros Josh Duhamel (Turistas).
A partir de um roteiro que leva a assinatura de três escritores, Bay faz as suas pirotecnias de costume, com a câmera girando em 360º, às vezes, lentamente também. Da mesma forma, recorre eventualmente à pieguice que lhe é típica quando tenta injetar drama ou romance ao enredo. Fora isso, além de destruir Xangai e o Cairo, aparentemente só pelo prazer de ver as criaturas acabando com as cidades, “Transformers: A Vingança dos Derrotados” é um típico fruto de sua época, com militares norte-americanos intervindo em qualquer guerra e jovens ultrainteligentes do mesmo país salvando o mundo. Se há um subtexto político no longa, porém, ele logo é enterrado. Alguém menciona de passagem que durante o cataclisma, que “o presidente Obama escondeu-se num bunker no meio dos Estados Unidos”.
Indicado ao Oscar de Melhor Som.
(Transformers: Revenge of the Fallen - 2009)
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