segunda-feira, 25 de julho de 2011
Um Lugar ao Sol (1951)
Ao adaptar Uma Tragédia Americana, de Theodore Dreiser, para as telas, o diretor George Stevens se deparou com a dificuldade de tornar a história cruelmente naturalista de luta de classes algo interessante para uma plateia da década de 1950, mais ávida por entretenimento do que por doutrinação política. Sua solução foi de uma eficácia brilhante: dar destaque ao desejo sexual de George Eastman (Montgomery Clift) pela bela Angela Vickers (Elizabeth Taylor). Parente pobre de um industrial rico, George é enviado a ele pela mãe para vencer na vida. No entanto, dominado por sentimentos de privação e exclusão, George não demonstra disposição ou iniciativa para sair da sarjeta através do trabalho. Na verdade, ele é tão fraco que, mal começa a trabalhar na fábrica, viola uma de suas regras fundamentais. Ao sair com uma colega, acaba engravidando a pobre mulher, pela qual logo perde o interesse.
Interpretado com uma ingenuidade patética por Clift, os maiores bens de George passam a ser sua beleza e docilidade. Assim, "Um Lugar ao Sol" se tornou um dos romances mais comoventes e trágicos da Hollywood clássica, resultado da maneira cuidadosa como George Stevens dirigiu os protagonistas (que foram instruidos a enfatizar a linguagem corporal, e não o diálogo) e de sua manipulação habilidosa de dois estilos contrastantes. O encontro de conto de fadas de George com a inocente Angela é dominado por um trabalho de câmera intimista, com closes sobrepostos de forma especialmente cuidadosa em uma fotografia borrada. As cenas na fábrica, com a namorada Alice (Shelley Winters), e posteriormente no tribunal, no entanto, são fotografadas no estilo de filme noir, enfatizando a iluminação chiaroscuro e composições instáveis que expressam belamente a ameaça que as circunstâncias representam ao desejo de George por seu "lugar ao sol".
Grávida, Alice ameaça entregar George a sua família se ele não se casar com ela; ele é salvo desse destino somente porque a prefeitura está fechada por causa de um feriado quando o casal chega. George sugere um passeio no lago em um pequeno barco; sua intenção é que ocorra um "acidente" e Alice se afogue. Não consegue levar a cabo o assassinato, porém Alice, assustada, cai na água. Ela se afoga porque ele não tenta salvá-la e George para com a vida pela sua indiferença. Stevens, no entanto, o torna mais memorável como amante trágico do que como objeto de lição política.
Vencedor de 6 Oscar: Fotografia, Figurino, Direção (George Stevens), Edição, Trilha Sonora e Roteiro. Indicado aos Oscar de Melhor Filme, Melhor Ator (Montgomery Clift) e Melhor Atriz (Shelley Winters).
(A Place in the Sun - 1951)
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