sábado, 5 de janeiro de 2013

O Ditador (2012)


Poucos humoristas conseguem ser tão corrosivos, transgressores, ofensivos e ainda assim engraçados como Sacha Baron Cohen. Pelo menos, para quem gosta do tipo de humor destilado pelo inglês que, muitas vezes, parece ter perdido completamente o limite entre o politicamente incorreto e o francamente ofensivo.

Diferentemente da estrutura de “Borat - O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Casaquistão Viaja à América” e “Bruno”, em que Cohen fingia ser um repórter para tapear seus entrevistados, em “O Ditador” ele realmente escreveu uma história e, surpresa, romântica. Mas isso não significa que seus personagens deixarão de passar pelas mais vexatórias situações, tal como os azarados participantes de seus filmes anteriores.

Nesta produção, Cohen é o almirante-general Aladeen (como o personagem de As Mil e Uma Noites), o psicótico e narcisista ditador da República Wadiya, no Oriente Médio, odiado tanto pelo seu povo como por seus assessores mais diretos, entre eles Tamir (Ben Kingsley). Aladeen é a própria caricatura patética dos ditadores da região que, embora não citados nominalmente, estão nas entrelinhas.

Aladeen é acusado, por exemplo, de pôr em prática um programa nuclear para armas de destruição em massa, e está às voltas com sanções da ONU. Mesmo praguejando contra o ocidente, o ditador aceita ir aos Estados Unidos para discursar em uma assembleia da organização e defender a soberania de seu país.

No entanto, este é o momento que Tamir esperava para se livrar do ditador: durante a viagem, Aladeen é sequestrado e o assessor coloca um sósia em seu lugar. Como última vingança, raspa a barba do tirano, para que ele não seja mais reconhecido, antes de ser jogado nas ruas de Nova York como um anônimo.

Como se trata também de uma comédia romântica, ele receberá ajuda de Zoey (Anna Faris), a dona de uma loja de produtos naturais, pacifista e altruísta. Ela não apenas irá a trazer à tona a humanidade do protagonista, mas também suas próprias contradições. E Anna Faris tem um talento especial para fazer o papel de mulheres boazinhas, sem escorregar nos clichês.

(The Dictator - 2012)

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