quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

The Corporation (2003)


Por mais que não tenha sido o primeiro a fazer esse tipo de documentários, o nome de Michael Moore não significa ao espectador somente o nome do diretor de produções como “Tiros em Columbine”, mas sim o representante de um tipo de documentário que tem feito muito sucesso entre o público. “The Corporation” não foi dirigido por Moore, mas traz em seu corpo algumas marcas em comum, desde a ironia na linguagem até a abordagem do próprio tema, que geralmente tem a ver com instituições que servem de base sócio-econômica e cultural norte-americana.

O documentário dirigido por Jennifer Abbott e Mark Achbar “ataca”, como diz o próprio título, as corporações norte-americanas. Esses conglomerados que controlam a sociedade economicamente agem de forma predatória – de acordo com os diretores –, mas são têm a punição devida.

Nos EUA, a lei aplicada nas ações dessas empresas é a mesma aplicada aos cidadãos do país. Portanto, diz “The Corporation”, as corporações são como psicopatas que não são punidos, se avaliarmos suas “atitudes”. Observando as decisões corporativas da mesma forma que a lei faz – ou seja, como se as decisões coletivas dos acionistas respondessem por uma só pessoa -, o documentário denuncia uma série de atitudes que não são nem um pouco social e não tem medo de apontar o dedo às empresas que exploram mão-de-obra de países do Terceiro Mundo para cortar os gastos, da mesma forma que faz desfilar na tela uma série de logotipos de megacorporações que, como todas as outras, agem como se não existisse lei, como se o mercado fosse uma terra sem dono. O que não deixa de ser mentira.

São mais de duas horas de documentário que passam rápido. De edição rápida e denúncias (não tão inéditas assim) contundentes, “The Corporation” é um documento que serve não somente como peça artística – afinal, ainda estamos falando de cinema por aqui -, mas também como denúncia social. Talvez o maior propósito de “The Corporation” não seja somente alertar, mas sim documentar tristemente que, uma vez inseridos no capitalismo, é impossível fugir dos domínios mercadológicos das corporações. Não que eu ou você podemos fazer algo contra as corporações que, como pode ser visto nesta produção, nos dominam, uma vez que estamos completamente afundados desse tipo de economia. O que se pode é exercer uma função vigilante em relação às suas atitudes, e é exatamente esse o despertar dado pelo documentário.

(The Corporation - 2003)

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