
Diferente de “Paris, Eu Te Amo”, “Nova York, Eu Te Amo” busca uma forma menos engessada de contar histórias inspiradas em uma cidade. Se o primeiro tinha cartelas entre cada filminho, este mistura personagens e histórias, resultando em um apanhado orgânico de cenas. Para auxiliar nessa composição, uma personagem "coringa", videoartista, vaga ao longo dos curtas, registrando-os.
Nova York é a capital do mundo, a cidade mais cosmopolita do planeta, o destino de gente de todos os cantos, credos, raças, origens e capacidade financeira. Para um filme captar esse espírito seria, portanto, cheio de nuances, etnias, opções, com pobres e ricos, mostrando por que os olhos do planeta se voltam para lá. "Nova York, Eu Te Amo" passa um tanto longe disso tudo e parece acontecer numa versão de universo paralelo da cidade. Como era previsto no projeto inicial, todas as histórias envolvem de alguma forma o amor, seja entre homem e mulher, pais e filhos, amigos - curiosamente, não há nenhum amor homossexual.
Cada segmento tem sua própria identidade e carrega a marca de seu realizador. Através da montagem, os filmes são perfeitamente combinados entre si, como se fossem prédios diferentes em uma vizinhança multicultural. Todos tratam do mesmo tema, afinal: o amor, algo que pessoas de qualquer raça, origem ou crença entendem. Não é por acaso que em determinado momento alguém diz que "o que mais gosto em Nova York é que todo mundo aqui veio de outro lugar". Relacionar-se - e amar - Nova York é mesmo muito fácil. Porém, amar esse filme não é tão fácil assim.
(New York, I Love You - 2009)
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