quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Nine (2009)



“Nine” é de tirar o fôlego, da fotografia à trilha sonora, passando pelo figurino e pela vibe alto astral e de extremo bom gosto - quase como tudo que tem "design" italiano. O roteiro mais fraco e não tão ambicioso acaba, em certos momentos, não tendo tanta importância diante de tanta exuberância visual e dramática.

O filme é também uma homenagem à mulher e à Itália - tanto que a legendária Sophia Loren brilha, ao lado de musas como Nicole Kidman e Marion Cotillard. A história parte da "página 1, página 1, página zero..." de Guido Contini, maestro e cineasta italiano em uma crise de criatividade, moral e bons costumes.

Em referência a “8 ½” o filme de Fellini de 1963, onde o cineasta é interpretado por Marcello Mastroianni, Nine explora (ou pelo menos tenta) os pensamentos do genial, porém abalado, Guido Contini, cujos últimos filmes foram um total fracassos de crítica e público, aumentando ainda mais a pressão e a expectativa a respeito de sua próxima produção, Itália (cujo roteiro é inexistente).

Numa fuga involuntária da realidade, pelo desespero ao ver sua carreira e vida pessoal desmoronarem por completo, a imaginação de Guido Contini traz, de forma brilhante, os números musicais da produção. Comparando aos seus antecessores de peso (“Moulin Rouge”, de Baz Luhrmann, em 2001, e “Chicago”, do próprio Marshall, em 2002), “Nine” é uma experiência quase obrigatória por causa de seus números tão audaciosos quanto inovadores.

Indicado ao Oscar de Atriz Coadjuvante (Penélope Cruz), Direção de Arte, Figurino e Canção.

(Nine - 2009)

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