sábado, 30 de janeiro de 2010

O Ponto de Mutação (1990)



É o início dos anos 90, o "consciente" coletivo do mundo ainda está fixado em produção em massa para alimentar o consumo em massa. Consciência ecológica ainda era coisa de poucos, vistos pelos demais como fanáticos.

Neste "cenário" consciencial, três personagens se encontram: uma física afastada do trabalho, por conflitos éticos, vivida pela maravilhosa Liv Ullman; um candidato a presidencia dos EUA derrotado nas eleições (Sam Waterston) e um poeta que acabou de viver uma decepção amorosa (John Heard).

Já o "cenário físico" é uma ilha na costa da França chamada Mont Saint Michel, com seu castelo medieval e campos que aparecem e desaparecem pelo movimento das marés, quase sempre encobertos por brumas.

No roteiro, nenhum grande romance, ação ou suspense, apenas conversas sobre ideias que se hoje em dia não são mais novidades, na época eram revolucionárias. Baseado no livro homônimo de Fritjof Capra e brilhantemente traduzido para o cinema pelo diretor Bernt Capra (irmão do escritor).

Assistimos uma cientista apresentando tanto ao político, quanto ao poeta, o pensamento holístico e o que ele poderia fazer pelo Mundo.

Para ver e rever, especialmente neste momento em que estamos começando a caminhar rumo a uma consciência ecológica cada vez maior.

(Mindwalk - 1990)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O Mensageiro (2009)


Como bem alerta o capitão Tony Stone (Woody Harrelson, de "Zumbilândia") ao seu novo colega de trabalho, sargento Will Montgomery (Ben Foster, de "X-Men - O confronto final"), não existe uma forma fácil de fazer esse serviço. Mesmo assim, é preciso seguir algumas regras.

"O Mensageiro", é um estudo desses dois personagens, dirigido por Oren Moverman (corroteirista de "Não estou lá"), a partir de um roteiro que ele escreveu com Alessandro Camon. O filme aborda a guerra no Iraque, só que focando as consequências domésticas do conflito nos EUA, a partir do olhar de seus dois protagonistas.

Montgomery tem poucos meses para cumprir do serviço militar. Ele voltou do Iraque depois de perder parte da visão durante um confronto. Stone, por sua vez, jamais esteve num campo de batalha. Tudo o que ele sabe sobre guerra aprendeu na escola ou do relato de colegas. Ainda assim, ele pensa que sabe tudo a respeito.

Essa diferença, uma espécie de fissura na sociedade dos Estados Unidos, é o que guia a narrativa de "O Mensageiro": aqueles que estiveram numa guerra, aqueles que gostariam de ter estado e aqueles que não fazem idéia do que é estar em ação. A essa última categoria pertencem as pessoas que receberão as notícias das baixas, dadas por Stone e Montgomery. Nem sempre é preciso que eles falem qualquer coisa. Pais e viúvas sabem o que significa ter dois oficiais do Exército batendo em sua porta.

Em princípio, a relação entre os dois personagens e as pessoas a quem visitam teriam que permanecer tão impessoais quanto possível. Stone alerta Montgomery, entre outras coisas, que nunca deve abraçar os parentes das vítimas - na verdade, não deve ter qualquer tipo de contato físico com eles.

Num primeiro momento, o relacionamento entre os dois personagens centrais também é de confronto. Montgomery não gosta de seguir os protocolos, não gosta de Stone e sofre de um sério estresse pós-traumático, além de descobrir que sua ex-namorada (Jena Malone) está prestes a casar-se com outro. A amizade entre os dois, no entanto, amadurece à medida que são obrigados a um convívio maior. O rapaz descobre feridas também no passado de seu novo colega, um ex-alcoólatra solitário.

No começo, Montgomery assiste quase que passivamente Stone dando a notícia a familiares. Mas são situações de cortar o coração. Uma mãe passa mal assim que os vê dentro de sua casa. Um pai olha suplicante para um bebê, sua neta, que brinca na sua sala ao saber da morte da filha. Um outro pai reage de forma inesperada e assustadora - esse é interpretado por Steve Buscemi (de "Eu os declaro marido e... Larry"), que deixa de lado sua habitual veia humorística para impressionar em duas cenas, como um homem devastado pela dor.

Montgomery é consumido por um conflito interno que fica ainda mais difícil de lidar quando conhece Olivia (Samantha Morton, de "Sinédoque, Nova York"), viúva de um oficial. "Sei que não deve ser fácil para vocês também", diz ela com sinceridade, depois de ser informada da morte de seu marido. O sargento acaba se interessando pela viúva. Dos pequenos encontros pretensamente casuais a um relacionamento mais sério é apenas um passo. Mas um conflito ético os aflige.

Moverman, ele mesmo um veterano de combate do Exército de Israel, estréia na direção conduzindo o filme com segurança e objetividade. Talvez por conhecer de perto o tema, ele foi capaz de criar personagens com nuances e veracidade. Muito ajudado por duas atuações empenhadas - Harrelson concorre ao Oscar de ator coadjuvante -, o diretor criou um filme que só tem a acrescentar não apenas aos debates sobre a presença dos Estados Unidos no Iraque, como também ao alto preço pago pelas famílias dos soldados mortos, geralmente longe do foco da mídia.

Indicado aos Oscar de Roteiro Original e Ator Coadjuvante (Woody Harrelson).

(The Messenger - 2009)

A Princesa e o Sapo (2009)


Ambientado em Nova Orleans em meados da década de 1920, o desenho é um primor de detalhes dos cenários da Louisiana. Há um capricho especial na trilha musical, assinada por Randy Newman (Oscar de melhor canção em 2001 por "Monstros S.A."), que reúne momentos de jazz, blues e gospel.

A protagonista é Tiana (voz de Kacau Gomes), jovem garçonete negra que só vive para trabalhar. Seu sonho é juntar dinheiro para abrir um restaurante, um projeto acalentado pelo pai, que já morreu. Ela também ganha alguns extras vendendo doces. Uma de suas melhores clientes é Charlotte, menina rica com quem Tiana cresceu. Charlotte vai dar uma festa para o príncipe Naveen (voz de Rodrigo Lombardi, o Raj da novela "Caminho das Índias"), que está na cidade. Como Charlotte sonha casar-se com um príncipe, capricha no figurino e no cardápio e encomenda uma enorme quantidade dos docinhos de Tiana, que também vai à festa.

A mocinha só não contava com os efeitos da bruxaria, outra especialidade de Nova Orleans, tanto quanto a cozinha cajun e o jazz. Transformado em sapo pelo bruxo dr. Facilier, o príncipe acaba convencendo Tiana a beijá-lo - mas, para surpresa de ambos, ela também vira uma rã e os dois são obrigados a fugir para a floresta. Num ambiente repleto de pântanos perigosos, os dois batráquios fazem amizade com um jacaré grandão chamado Louis, cujo maior sonho é tocar trompete numa banda de jazz. Louis será o guia da dupla para encontrar outra feiticeira, Mama Odie, que dará uma dica sobre como os dois sapinhos podem voltar a ser humanos.

Um toque extra de romantismo é trazido pelo vagalume Ray, apaixonado por uma estrela que ele jura ser um vagalume-fêmea -- e ninguém tem coragem de contradizê-lo.
A história é, assim, cheia de toques politicamente corretos, como integração racial e social.

Duas de suas canções foram indicadas ao Oscar, além disso o filme recebeu a indicação ao Oscar de Melhor Filme de Animação.

(The Princess and the Frog - 2009)

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Abraços Partidos (2009)


Estão na história o melodrama, o noir e referências expressas a diretores que Almodóvar assumidamente cultua - como Federico Fellini, Luchino Visconti, Nicholas Ray e Jules Dassin. Nem por isso, o filme se resume a uma coleção de citações.

Nesta que é sua quarta parceria com a atriz Penélope Cruz (vista também em "Volver", "Tudo sobre Minha Mãe" e "Carne Trêmula"), o diretor exercita um jogo de duplicidade. Que começa com o protagonista, que usa alternadamente os nomes de Harry Caine e Mateo Blanco (ambos interpretados por Lluís Homar, de "Má Educação").

No tempo presente, ele só é conhecido como Harry Caine, pseudônimo do roteirista cego que, apesar da deficiência, vive com relativa independência e sucesso profissional. No dia-a-dia, ajudam-no em suas tarefas sua produtora, Judit (Blanca Portillo, de "Volver"), e o filho desta, Diego (Tamar Novas, de "Mar Adentro").

Seu nome verdadeiro, Mateo Blanco, remete a um passado que ele não quer recordar, no qual era um cineasta de prestígio. Antes que se esclareçam as causas de sua cegueira, sucessivos flashbacks informam sobre a identidade de Lena (Penélope Cruz), a atriz do último filme dirigido por Blanco e sua musa.

Ao conhecer Blanco, Lena era amante de um milionário, Ernesto Martel (José Luis Gómez), um homem a quem era grata por tê-la ajudado financeiramente na grave doença de seu pai. Escolhida para o novo filme de Blanco, a comédia "Garotas e Malas", Lena inicia um caso com o diretor, cujos desdobramentos serão trágicos em mais de um sentido.

(Los Abrazos Rotos - 2009)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Buena Vista Social Club (1999)



Em 1996, o premiado músico Ry Cooder reuniu alguns dos maiores nomes da história da música cubana para gravar o álbum “Buena Vista Social Club”, premiado com o Grammy. Este filme é inspirado neste trabalho e traz as participações de músicos lendários como Ibrahim Ferrer, Rubén González, Eliades Ochoa, Omara Portuondo, Compay Segundo, entre outros, além do próprio Ry Cooder e de seu filho Joachim.

Fascinado por estes personagens incríveis e suas músicas extraordinárias, Wenders foi até Havana para documentar a cooperação e a amizade entre Cooder e seus amigos veteranos, agora conhecidos no país como os superavôs. Filmou também as apresentações do grupo em Amsterdã, além de um concerto triunfante no Carnegie Hall, em Nova York, em 1998.

O músico Ry Cooder e o cineasta Wim Wenders se conhecem há mais de 20 anos. Enquanto trabalhavam na trilha de O Fim da Violência, em 1996, Cooder não parou de falar sobre sua viagem a Cuba e sobre o disco que gravou lá, com velhos músicos cubanos - alguns dos quais tinham caído no ostracismo. Pouco depois, o CD Buena Vista Social Club foi lançado com enorme sucesso. Quando Ry Cooder voltou a Cuba em 1998, para gravar um álbum solo com Ibrahim Ferrer, Wenders o acompanhou com uma pequena equipe, registrou a performance dos músicos no estúdio e recuperou histórias de suas vidas em Havana. A filmagem continuou em Amsterdã, onde o Buena Vista Social Club fez duas apresentações, e terminou em Nova York, num concerto triunfante no Carnegie Hall.

Nomeado ao Oscar de Documentário.

(Buena Vista Social Club - 1999)

Simplesmente Complicado (2009)


Tal como fez em "Julie & Julia", Meryl Streep aparece cozinhando de novo. Ela interpreta Jane Adler, dona de uma padaria sofisticada, recheada de croissants, bolos e biscoitos sensacionais. Seus três filhos, todos adultos, já são independentes.

Jane foi casada por 20 anos com o advogado Jake Adler (Alec Baldwin, de "Amigos, Amigos, Mulheres à Parte"). Um dia, ele a trocou por uma estonteante mulher mais jovem, Agness (Lake Bell). O divórcio foi repleto de mágoas e, por anos, ela simplesmente não o deixava entrar em sua casa. Agora, quando se reencontram para a formatura do filho caçula (Justin Kirk), o antigo casal tem uma recaída e vive um tórrido e clandestino romance. Cheios de sentimentos confusos e também para evitar problemas com Agness, os dois tentam esconder do resto do mundo o que está acontecendo. Nem sempre é muito fácil. Um dia, Jake e Jane decidem ter um encontro no meio da tarde, num grande hotel. Justamente ali, sua filha (Caitlin Fitzgerald) e o futuro marido, Harley (John Krasinski, da série "The Office"), tinham uma reunião para preparar sua festa de casamento. Harley faz o maior malabarismo para não deixar a noiva ver os pais chegando e subindo aos beijos no elevador, além de outros incidentes - que incluem a participação de um médico.

Contribuindo para dividir ainda mais seus sentimentos, Jane está sendo cortejada por Adam (Steve Martin, "A Garota da Vitrine"), outro divorciado, e o arquiteto que comanda a reforma de sua casa. Uma sequência especialmente engraçada entre os dois inclui sua ida a uma festa e o consumo de maconha.

(It's Complicated - 2009)

sábado, 23 de janeiro de 2010

A Costela de Adão (1949)



Warren Attinger (Tom Ewell) é um marido infiel, por essa razão, sua esposa traída, Doris Attinger (Judy Holliday), lhe dá um tiro à queima roupa quando o encontra nos braços da amante. Doris é presa e sentenciada por tentar matar seu marido, sorte dele que a esposa traída não sabia manusear uma arma e por isso o tiro lhe pegou apenas de raspão.

Quem defende Doris nos tribunais, é a advogada Amanda Bonner (Katharine Hepburn) e, por coincidência, quem vai defender Warren é o marido de Amanda, Adam Bonner (Spencer Tracy). A guerra entre este casal de advogados está armada, agora, os dois que viviam na santa paz em seu lar, irão se rivalizar no tribunal suas diferentes visões sobre a igualdade dos sexos e mais tarde esta briga vem a prejudicar o relacionamento dos dois.

"A Costela de Adão" nada mais é que um filme sobre o direito da mulher, o direito de igualdade entre os sexos, igualdade essa que até hoje não foi alcançada, já que ainda encontramos nos noticiários notícias absurdas de maridos que matam a ex-esposa a queima-roupa por se acharem no direito de as possuirem, isso vem a mostrar que este filme de 1949 e dirigido por George Cukor ainda é atualíssimo e rico em sua abordagem sobre a condição da mulher na sociedade moderna.

Indicado ao Oscar de Roteiro Original.

(Adam's Rib - 1949)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O Fantástico Sr. Raposo (2009)



“O Fantástico Sr. Raposo” é uma animação para crianças de todas as idades, divertido em sua ingenuidade, esse filme vem nos mostrar um pai de família que está cansado de sua simples condição financeira e que por essa razão quer melhorar a vida de sua mulher e de seu filho.

Depois de se sentir pobre por viver em um buraco, o Sr. Raposo decide morar em uma árvore, localizada entre três grandes corporações que aguçam o seu desejo por melhorias em sua condição de vida. Portanto, esse Raposo decide roubar os produtos dessas corporações, o que causa certo transtorno na vida de seus proprietários.

Para se vingarem do pequeno ladrão de suas propriedades e dar fim aos roubos que andam ocorrendo, esses mercenários declaram guerra à família Raposo e a todos os animais selvagens que possam atrapalhar seus negócios. O negócio agora é cavar para escapar da ira desses seres humanos que não querem mais dividir seus lucros com as pequenas raposas ladras.

Indicado ao Oscar de Melhor Trilha Sonora e Melhor Filme em Animação.

(The Fantastic Mr. Fox - 2009)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A Jovem Rainha Victoria (2009)



“The Young Victoria” é a história real da jovem princesa inglesa Victoria que se apaixona e se casa com o príncipe alemão Albert, após turbulentos processos que quase a impediram que chegasse ao trono inglês.

O casal teve 9 filhos e sua família real está presente dentre diversas famílias reais de toda a Europa. Mesmo após a morte de Albert, com 43 anos, Victória demonstrou o amor por seu marido, preparando suas roupas todas as manhãs, até sua morte com 80 anos de idade. O filme não vem a retratar esses fatos, mas mostra a situação a qual se conheceram e o atentado que quase tirou a vida de Victória, caso ela não fosse salva por Albert, o que fez com que a jovem realmente se conscientizasse do amor que ele sentia por ela.

Narração lenta e precisa, trilha sonora encantadora e figurino impecável, além da ótima interpretação de Emily Blunt como Victoria, o que lhe rendeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Atriz.

Indicado aos Oscar: Direção de Arte e Maquiagem. Vencedor do Oscar de Figurino.

(The Young Victoria - 2009)

domingo, 17 de janeiro de 2010

Educação (2009)



Muitas garotas deixam de lado sua educação e a substituem por promessas e ilusões surgidas através das palavras do um amor de um homem, que muitas vezes não deveria ter o direito de tal confiança.

“Educação” é um filme que trata exatamente desta questão. Afinal, o que é melhor para uma jovem garota? Se dedicar aos estudos, procurar uma boa universidade, se concentrar em seu futuro e se tornar independente, ou se iludir com as promessas de um homem mais velho, se entregar às viagens, roupas e artigos de luxo que o dinheiro pode comprar?

Carey Mulligan interpreta Jenny, a jovem de 16 anos que encanta um homem de 35 com sua educação, inteligência e erudição, e esse homem, David (Peter Sarsgaard), a ilude com promessas que jamais serão cumpridas.

Um filme muito bom de ser visto, principalmente por aqueles que se deixam iludir...

Nomeado aos Oscar de Melhor Filme, Atriz (Carey Mulligan) e Roteiro Adaptado.

(An Education - 2009)

Um Olhar do Paraíso (2009)


Aos 14 anos, Susie Salmon foi estuprada, assassinada e estripada, mas não morreu completamente. Algo estranho aconteceu com ela. De onde está – não é o paraíso, mas também não é o inferno, e não parece ser o purgatório – ela pode observar sua família e seu assassino e torcer para que ele seja preso. Ainda assim, “Um Olhar do Paraíso” não é um filme sobrenatural. É um drama sobre crime e castigo.

O filme tem tudo para ser hipnótico, perturbador até, mas nas mãos do diretor e corroteirista Peter Jackson (famoso pela trilogia “O Senhor dos Anéis”), a adaptação do romance “Uma vida interrompida” é morna, sem graça e cheia de efeitos visuais. A trama é interessante, mas os excessos criativos do diretor a transformam num emaranhado de clichês visuais, um filme no qual uma onipresente narração em off contradiz uma regra básica do cinema: mostrar ao invés de dizer.

Jackson nunca foi um diretor contido – especialmente nos últimos filmes, nos quais o excesso é a regra. Por isso, procura não apenas mostrar, mas verbalizar no discurso de algum personagem aquilo que mostra na tela. Em “Um Olhar do Paraíso”, Susie (Saoirse Ronan, de “Desejo e Reparação”) encanta-se com aquele lugar para onde vai depois de morta – a que chamam de “meio-termo”. Parte sonho lisérgico, parte parque de diversões, esse purgatório fofinho reúne todas as garotas assassinadas pelo mesmo sujeito – interpretado por Stanley Tucci.

De lá, Susie observa esse homem e suas tramoias para encobrir seus crimes. Além disso, ele também joga uns olhares estranhos para a irmã mais nova de Susie, Lindsey (Rose McIver), que é também uma vítima em potencial.

De seu purgatório pessoal, a garota também assiste à dissolução de sua família. O pai, Jack (Mark Wahlberg, de “Os Infiltrados”), obcecado por capturar o assassino, negligencia a mãe e os outros filhos. A mãe, Abigail (Rachel Weisz, de “Um Beijo Roubado), não aguenta a tragédia e vai embora de casa. Já Lindsey tenta levar a sua vida. Susie se preocupa com todos aqueles que ficaram – uma preocupação da qual o diretor parece não compartilhar.

O livro de Sebold força a narrativa a um extremo, no qual a menina morta é uma narradora onisciente que fala com seus leitores com uma franqueza brutal. Há algo de muito interessante na forma como a história se abre, como a tragédia maior alavanca pequenas tragédias individuais que ameaçam o núcleo familiar como um todo. O filme de Jackson, por sua vez, é muito menos audacioso. O diretor parece tão interessado em criar visuais bonitos que deixa de lado qualquer profundidade que a trama pudesse alcançar.

Combinando fantasia com um toque de morbidez, “Um Olhar do Paraíso” poderia fazer uma ótima companhia para um dos bons filmes de Jackson, “Almas Gêmeas”, de 1994 -no qual uma Kate Winslet estreante matava a mãe de uma amiga, com ajuda da garota, e as duas escapavam mentalmente para um mundo feito de massinha, no qual acreditavam que eram as rainhas e viviam um amor proibido, protegidas por cavaleiros armados. O peso dos anos – ou talvez do sucesso – pode ter abalado a audácia e criação artística de Jackson, que sucumbe a um pastiche visual que não acrescenta nada à narrativa, e nem, ao menos, é tão bonito de se ver.

Indicado ao Oscar de Ator Coadjuvante (Stanley Tucci).

(The Lovely Bones - 2009)

sábado, 16 de janeiro de 2010

Preciosa - Uma História de Esperança (2009)


A personagem central de “Preciosa” é interpretada pela estreante Gabourey Sidibe, e é difícil imaginar o filme com outra atriz no papel-título. Ela é capaz de encarnar esta sofredora sem transformá-la em mártir, sem torná-la uma causa social, mas apenas uma garota de 16 anos que passou por uma vida cheia de abusos e que, mesmo assim, encontra um novo caminho.

O roteiro - indicado ao Oscar na categoria de melhor roteiro adaptado - baseia-se num romance da poetisa Sapphire, que foi professora no Harlem, onde conviveu com muitas garotas parecidas com suas personagens. O livro é uma homenagem a outro romance, "A Cor Púrpura", de Alice Walker - e que, aliás, torna-se fundamental na vida de Preciosa.

A esperança entra na vida da garota através da professora Blu Rain (Paula Patton, de "Déjà Vu"), que Preciosa conhece quando se matricula numa escola alternativa, onde estudam garotas tão problemáticas quanto ela. A professora é a única pessoa que mantém a fé em todas as alunas, esforçando-se para que aprendam a ler e escrever, entrem para uma universidade e mudem de rumo.

A diferença entre a srta. Rain e todas as outras pessoas em torno de Preciosa e suas colegas é que a professora nota essas meninas - enquanto para o restante da humanidade elas parecem simplesmente não existir. Ela é a única capaz de ver além das aparências e da linguagem vulgar da protagonista e perceber que há uma menina desesperada ali que foi obrigada a crescer à força e sem opções.

A mãe de Preciosa, Mary - interpretada pela comediante Mo'Nique -, não apenas ignora a filha, como também a transforma em sua serviçal e saco da pancadas. As duas moram num pequeno apartamento no Harlem, de onde Mary praticamente não sai, passando todo o tempo diante da televisão. Um de seus raros contatos com o mundo externo é a visita mensal de uma assistente social, de quem depende a continuidade do recebimento do dinheiro da previdência social que sustenta a família. Nessa ocasião, Mary manda trazer para sua casa a primeira filha de Preciosa, uma menina que vive com a avó e tem síndrome de Down.

Os únicos momentos de alívio na vida de Preciosa são suas fantasias, nas quais se imagina linda, rica e amada - especialmente por belos rapazes. Isso é apenas uma válvula de escape de uma garota que cresceu junto a pais que são verdadeiros monstros. O único momento em que Mary deixa transparecer um lado humano é no clímax, perto do final do filme - num diálogo que, se permite compreender suas razões, não a absolve dos trágicos erros em relação à filha.

Gabourey Sidibe, na sua composição da protagonista, é capaz de partir corações, sem nunca apelar para emoções ou lágrimas fáceis. O filme é o retrato de uma menina que tenta sobreviver a uma vida duríssima. A atriz, em seu primeiro papel, é capaz de transcender rótulos e criar uma personagem cujo sofrimento parece tão real quanto sua humanidade. É fácil entender por que a professora e a assistente social compram a briga por ela - muita gente faria o mesmo.

Indicado a 6 Oscar: Melhor Filme, Atriz (Gabourey Sidibe), Atriz Coadjuvante (Mo'Nique), Direção (Lee Daniels), Edição e Roteiro Adaptado. O Filme levou as estatuetas de Atriz Coadjuvante e Roteiro Adaptado.

(Precious: Based on the Novel Push by Sapphire - 2009)

Invictus (2009)


O ator norte-americano de 72 anos faz o papel de Mandela em "Invictus", novo filme de Clint Eastwood, tanto Freeman quanto Eastwood pensaram, a princípio, em adaptar a própria autobiografia do líder para o cinema. Mas deram-se conta de que o extenso material renderia um filme ou minissérie de muitas horas.

Eastwood encontrou então o livro "Playing the Enemy", de John Carlin, que focaliza um momento particular na conciliação da África do Sul pós-apartheid: a realização da Copa Mundial de Rúgbi, que o país venceu, contra todos os prognósticos. A vitória serviu como elemento de união nacional.

Em fevereiro de 1990, Mandela (Freeman) acabara de sair da prisão, depois de 27 anos. Quatro anos depois, foi eleito o primeiro presidente negro da história de um país onde, por décadas, a maioria negra não tinha quaisquer direitos políticos, sociais e econômicos. Por conta disso, há uma enorme tensão na África do Sul. Do lado dos negros, devido à ânsia de ocupar seu espaço e, em alguns setores, de buscar vingança. Do lado dos brancos, ainda a elite econômica e cultural da nação, medo e desconfiança, quando não alguma tentativa de boicote ao novo governo.

Mostrando sabedoria política exemplar, Mandela sabe que terá de satisfazer aos dois lados e conquistá-los. Uma oportunidade se apresenta com a Copa Mundial de Rúgbi. Esporte branco por excelência, o rúgbi é desprezado pela maioria negra, que torce ostensivamente por todo e qualquer adversário do time nacional nas competições. Para piorar, a seleção nacional também não apresenta um desempenho dos melhores.

O presidente Mandela enxerga aí uma chance única. Assim, abre uma vaga na sua apertadíssima agenda para receber o capitão do time de rúgbi, François Pienaar (Matt Damon, de "O Desinformante"), o primeiro que ele ganha para a grande causa de vencer a Copa Mundial - uma tarefa que, neste momento, parece simplesmente impossível.

A atitude do presidente confunde não só Pienaar, prestigiado membro da elite branca, como seus próprios colaboradores negros. Nenhum dos lados entende o alcance deste esforço. Alguns consideram simplesmente ridículo que o presidente se ocupe de um assunto esportivo num momento em que o país se debate com um dramático déficit de investimentos, além da precariedade da infraestrutura, dos transportes, da saúde e da educação.

A inteligência cinematográfica de Eastwood, um diretor que vive uma maturidade criativa excepcional, às vésperas de completar 80 anos (em maio), torna atraente todo este esforço, mesmo para plateias que desconheçam o rúgbi e a política sul-africana. Quando se apresentam os jogos, o filme enfatiza o seu aspecto de disputa de vida ou morte - um detalhe com o qual qualquer fã de esporte coletivo identifica à primeira vista. Assim, não é preciso entender as regras do rúgbi, muito menos gostar do esporte, para acompanhar a história e envolver-se com a enorme batalha protagonizada por Mandela, fora do campo, e Pienaar, dentro dele.

Ao explorar as tensões de um país desigual e dividido social, cultural e racialmente, colocando em primeiro plano o esforço de um líder conciliador e visionário, "Invictus" cria paralelos com diversas outras situações e países, em vários momentos da História.

Indicado aos Oscar de Ator (Morgan Freeman) e Ator Coadjuvante (Matt Damon).

(Invictus - 2009)

Entre Irmãos (2009)



Mais um filme para mostrar a Guerra do Afeganistão. Nesse caso, um jovem americano pertencente ao exército (Tobey Maguire), abandona sua família para defender os interesses de seu país no Oriente Médio, lá sofre um atentado e é dado como morto, mas na verdade está vivo e é mantido como refém dos afegãos.

Enquanto isso, sua esposa (Natalie Portman) é consolada por seu cunhado (Jake Gyllenhaal) e os dois se tornam tão próximos que ele acaba conquistando a esposa e as duas filhas do irmão.

Tudo piora quando o jovem Capitão é resgatado e volta para a América e para os braços de sua família.

(Brothers - 2009)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Guerra ao Terror (2008)


A produção acompanha um grupo de soldados americanos que trabalha em uma divisão antibomba em Bagdá, no Iraque. A poucos dias de voltar para casa, o principal técnico de equipe morre no decorrer de uma missão. Para assumir a função, integra o time o destemido sargento William James, (Jeremy Renner, que concorre ao Oscar de melhor ator).

O excesso de confiança de James e o modo como ele desafia a morte causa estranhamento e atritos entre os colegas. Mas, aos poucos, a convivência faz com que cada um revele aspectos da sua história e consiga compreender melhor as ações individuais. O durão J.T. Sanborn (Anthony Mackie) sonha em ter um filho, enquanto o assustado Owen Eldridge (Brian Geraghty) teme a morte a cada nova operação.

Ao mesmo tempo em que mostra a ação quase realista do desarmamento de bombas, o filme trata do drama pessoal dos personagens, apresentando um panorama psicológico dos soldados. A história de "Guerra ao Terror" é inspirada na experiência real do jornalista e roteirista Mark Boal, que prestou serviço em uma unidade antibomba.

Vencedor de 6 Oscar: Melhor Filme, Diretora (Kathryn Bigelow), Edição, Som, Edição de Som e Roteiro Original. Indicado aos Oscar de Melhor Ator (Jeremy Renner), Fotografia e Trilha Sonora.

(The Hurt Locker - 2008)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Amor Sem Escalas (2009)



Todos os anos, quando sai a lista dos indicados ao Oscar, eu percebo o quanto a academia nomeia filmes cujos temas estão presentes de alguma forma na atualidade, no cotidiano. Ainda não foram divulgados os indicados ao Oscar 2010, mas como o Globo de Ouro é uma prévia do Oscar, já comecei a assistir alguns desses filmes e aos poucos minha percepção vai se transformando em realidade.

“Amor Sem Escalas” foi o filme mais indicado ao Globo de Ouro e este filme tem como pano de fundo o maior dano trazido pela crise econômica do final de 2008: o desemprego.

George Clooney interpreta Ryan Bingham, um homem contratado por empresas para fazer o papel que nenhum chefe está afim de fazer nesse momento, despedir seus funcionários. Por essa razão, Ryan viaja todo os EUA, de ponta a ponta, visitando diversas empresas, até que certo dia uma jovem garota chamada Natalie tem a brilhante idéia de modernizar seu serviço para que dessa forma todas as dispensas sejam feitas por vídeo conferência. Ryan é contra essa decisão, e para mostrar seu trabalho a Natalie, passam a viajarem juntos e sentirem o drama que é despedir pessoas que tem toda uma família e uma vida para sustentar com os salários que ganhavam nas empresas que já não necessitam mais de seus serviços.

Esse é realmente um ótimo filme, com diversos outros desfechos que vocês irão descobrir assim que assisti-lo. Recomendo.

Nomeado a 6 Oscar: Melhor Filme, Direção (Jason Reitman), Ator (George Clooney), Atriz Coadjuvante (Vera Farmiga e Anna Kendrick) e Roteiro Adaptado.

(Up In The Air - 2009)

Te Amarei Para Sempre (2009)


Henry DeTamble (Eric Bana) sofre de uma rara modificação genética, que o faz viajar pelo tempo involuntariamente. Numa de suas viagens, ele conhece a pequena Clare (Rachel McAdams), que se apaixona por ele imediatamente. Ano após ano, ela espera sempre no mesmo lugar que este estranho viajante retorne. Até que os dois, finalmente, se encontram e a paixão começa. Porém, o curso da vida de Clare é normal e, quando ela menos espera, seu grande amor desaparece, sem data para retornar. Como poderia um romance suportar a estas indas e vindas?

(The Time Traveler`s Wife - 2009)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Duplicidade (2009)


"Duplicidade", é uma combinação entre espionagem, romance de alta voltagem, intriga e um pouco de comédia -- vinda basicamente do absurdo de toda a situação -- no mundo das grandes empresas. No fundo, uma história de amor e sensualidade entre duas pessoas repletas de motivos para não confiarem uma na outra, "Duplicidade" é uma espécie de "Sr & Sra Smith" sem violência e com inteligência no lugar das armas.

Talvez o filme possa assustar quem busca um divertimento descompromissado estrelado por Julia Roberts. Divertimento há, mas este não vem de graça -- na contra-mão dos produtos pasteurizados e auto-explicativos de Hollywood que desembarcam semanalmente nos multiplexes do mundo.

Ao contrário de sua estreia na direção com "Conduta de Risco" (2007), Gilroy aqui deixa de lado a seriedade, tentando (e conseguindo) se comunicar melhor por meio da comédia logo nos créditos iniciais, quando dois chefões sisudos da indústria de higiene -- interpretados por Paul Giamatti e Tom Wilkinson -- caminham um em direção ao outro e se atracam exageradamente em câmera lenta.

Num prólogo, Claire (Julia) conhece Ray (Clive Owen, de "Filhos da Esperança") numa festa da independência dos EUA, em Dubai. Eles dormem juntos, mas ela sai à francesa e leva consigo alguma informação importante. Anos depois eles se reencontram e, por mais que ele insista que a conhece e foi enganado, ela nega. Os dois são ex-espiões governamentais que agora trabalham para empresa privadas -- o que é muito mais rentável. Durante o reencontro se dá um diálogo memorável, que será repetido outras vezes em diversas situações e para os mais variados efeitos.

Há um motivo óbvio mostrando como um foi feito para o outro: jamais encontrarão um par tão à sua altura, mas, ao mesmo tempo, nunca poderão confiar no outro. Ainda assim nenhum dos dois ex-espiões, embora juntos por motivos do coração e do bolso, quer confessar seu amor. Afinal, a outra parte iria acreditar?

Se no passado o que movia os filmes de espionagem era a Guerra Fria, com nações assimétricas e igualmente poderosas, agora o marketing global é responsável por movimentar esse gênero cinematográfico.

Gilroy, que também roteirizou os filmes da trilogia "Bourne", sabe disso e coloca em cena duas empresas de grande porte, chamadas Burkett & Randle e Equikrom, numa guerra séria, pelo mercado de xampu, fraldas geriátricas, cremes e loções -- a diferença entre esses dois produtos, aliás, como fica claro, é importante.

Num mundo onde segredos valem ouro, Claire e Ray fazem de tudo para esconder o seu relacionamento. Viajando de lado a lado -- Roma, Londres, Dubai, Nova York -- a dupla se encontra e se desencontra, seduz um ao outro e troca segredos e informações confidenciais. Indo e voltando no tempo, Gilroy pede de seu público concentração para montar o quebra-cabeça de intriga e enganos da trama de "Duplicidade".

Uma das duas empresas tem uma fórmula rentável -- ninguém sabe qual é o produto, mas todos garantem que ele renderá lucros incalculáveis. Juntos, Claire e Ray deverão roubar a fórmula e enviá-la para a concorrente. A sequência do roubo, por exemplo, garante um dos momentos mais tensos do filme.

Gilroy brinca o tempo todo com o conceito de duplicidade: quem trabalha, na verdade, para quem; quem, realmente, seduz a quem? Por isso, o longa é um jogo de espelho, repleto de reflexos e leituras: uma comédia romântica no mundo da espionagem industrial, um suspense cômico cujo pano de fundo é o amor -- ou um filme bastante inteligente, que brinca de se levar a sério; ou um filme sério, que parece estar zombando do estado das coisas. Qualquer que seja a opção, "Duplicidade" mostra que ainda há vida inteligente respirando em Hollywood.

(Duplicity - 2009)

sábado, 9 de janeiro de 2010

Noivas em Guerra (2009)



Com um roteiro que não se sustenta em seu argumento, “Noivas em Guerra” é um filme para pessoas feitas de alface e adoçante, além se ter sido feito para ser totalmente esquecido minutos após seus créditos finais (se você conseguir chegar até lá).

Essa história de amigas de infância que se tornam inimigas mortais apenas porque se casarão no mesmo dia não é um bom motivo para o desenvolvimento de um filme, afinal elas não se casarão com o mesmo marido, não usarão o mesmo vestido, e como eram amigas, poderiam muito bem dividir as despesas da festa e com isso terem sido felizes para sempre.

(Bride Wars - 2009)

Entrando Numa Fria Maior Ainda (2004)


Sabe quando a piada já acabou, mas a pessoa continua querendo contá-la? Essa é a sensação que se tem durante toda a projeção do filme “Entrando Numa Fria Maior Ainda”, continuação de “Entrando Numa Fria” que, diga-se de passagem, também não era nenhuma maravilha.

No primeiro longa o personagem de Ben Stiller vai conhecer a família da sua noiva, gerando uma série de situações muito mais constrangedoras que divertidas. Nada especial. Mas, como a bilheteria foi grande, partiu-se para esta seqüência caça-níquel na qual, agora, os pais da noiva vão conhecer os pais do noivo, gerando outra série de situações ainda mais constrangedoras.

Para quem entende como sinônimas as palavras “rir” e “constranger”, o filme é um prato cheio. A maior parte das piadinhas é feita em cima de situações sexuais, o que gera um humor raso e pré-adolescente bem ao gosto do público norte-americano, que tornou o filme um super sucesso de bilheteria . Sem ritmo e dirigido com mão pesada por Jay Roach (o mesmo da série Austin Powers), “Entrando Numa Fria Maior Ainda” é um desperdício de celulóide para os talentos de Dustin Hoffmann, Robert De Niro (também produtor do filme) e até de Barbra Streisand, retornando às telas após oito anos de ausência. Seu título em português provavelmente se refere a quem for assisti-lo.

(Meet the Fockers - 2004)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Religiões do Mundo - Volume 2 (1998)


(Religions of the World - 1998)

Um Sonho Possível (2009)



Com o seu papel em “O Lado Cego”, Sandra Bullock foi premiada com o Globo de Ouro de melhor atriz, será que desta vez ela leva o prêmio máximo da academia? A atriz interpreta a personagem real Leigh Anne Tuohy, mãe de dois filhos, esposa dedicada, mulher pertencente à classe média alta norte-americana que divide seu tempo entre a família, o trabalho como decoradora e almoços com suas amigas fúteis. Sandra Bullock interpreta muito bem essa personagem “perua” e engraçada, que tem sua vida mudada quando um novo aluno é aceito no colégio católico onde estudam seus filhos.

Esse novo aluno é negro e tem o lado intelectual pouco desenvolvido, é conhecido como “Big Mike”, mas ele não gosta de ser chamado assim, prefere ser conhecido pelo seu verdadeiro nome, Michael Oher, e é interpretado aqui por Quinton Aaron.

Michael começa a chamar a atenção de Leigh quando está a caminho do colégio e já é noite e faz muito frio. Neste momento, ela pára o seu carro para lhe perguntar o que ele vai fazer na escola naquela hora, e ele responde que lá é um lugar aquecido e bom para se passar a noite. Leigh, mesmo hesitando, decide que ele pode passar aquela noite com ela e sua família em sua casa.

Mesmo com um forte receio e desconfiança, ela resolve abriga-lo durante outros dias além daquela noite e a partir daí passa a fazer com que ele se insira na sociedade em que passou a viver, melhorando seu desempenho nas aulas do colégio, o que não é uma tarefa das mais fáceis.

Para colaborar com o seu desenvolvimento social, Big Mike passa a fazer parte do time de futebol americano do colégio, o que mais tarde faz com que ele se destaque e se torne um grande atleta profissional.

Nos créditos do filme são mostradas as fotos reais de toda família Tuohy em momentos pessoais e em destaques esportivos do grande Michael Oher.

Nomeado ao Oscar de Melhor Filme. Vencedor do Oscar de Melhor Atriz (Sandra Bullock).

(The Blind Side - 2009)

sábado, 2 de janeiro de 2010

Doidão (2008)



“Doidão” é um filme inusitado por relacionar um usuário e traficante de drogas com seu psicólogo, que também é usuário assíduo de drogas! Afinal, qual dos dois personagens é o mais doidão? E olha que esse filme não é uma comédia.

Sinceramente não sei se o título em português deste filme é realmente o que menciono aqui, pois na verdade, penso que este filme ainda não chegou ao circuito cinematográfico brasileiro, sendo assim, esse se trata de mais um dos downloads que fiz. Já que, de maneira totalmente casual ou por conta do destino, esse título chegou até mim, e por isso resolvi assisti-lo.

Ao ver as cenas desse garoto traficando maconha nas ruas de Nova York, e para isso utilizando um carrinho de sorvete, lembrei de uma reportagem que li na Le Monde Diplomatique, onde um garoto de classe média, branco, com os pais desempregados vítimas da crise financeira, decide plantar e vender maconha ao invés de entrar para o exército norte-americano. A vantagem que esses garotos brancos encontram, é que dificilmente serão abordados por policiais.

Além do tráfico de drogas, o filme também aborda a difícil relação desse garoto classe média com seus pais, que se encontram em constante discussão. Por esses e outros motivos, como sua dificuldades para se relacionar com as garotas devido a sua sufocante timidez, nosso anti-herói ao vender drogas ao seu psicólogo, encontra sempre uma boa oportunidade para desabafar sobre os problemas que lhe afligem.

(The Wackness - 2008)

Falando Grego (2009)



Gostei muito desse filme, pois ele é aquela comédia romântica sem compromisso, leve e solta, livre, que nos faz rir e depois nos trás aquele sentimento de esperança, em que um dia seremos realmente felizes, basta olharmos para o nosso lado e descobrirmos que a felicidade está alí, presente todo o tempo.

Nia Vardalos, novamente nos leva ao mundo grego, desta vez de corpo presente na Grécia, o que faz com que nos sentimos realmente em uma excursão á esse envolvente país. E é lá que ela é uma professora de história grega, que por perder o seu emprego, passa a trabalhar como guia turística, mostrando a pessoas de todo o mundo as belezas gregas e seus encantos.

E é conduzindo uma turma muito excêntrica de pessoas que ela encontra o seu verdadeiro amor, um verdadeiro deus grego.

(My Life in Ruins - 2009)

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Jean Charles (2009)



Acho que vocês se lembram da história do brasileiro Jean Charles que fora assassinado por policiais em Londres ao ser confundido com um terrorista. A história dele virou filme, com um certo apelo político, mas que não chega a causar as reações que se propôs a causar.

Selton Melo interpreta Jean Charles, um rapaz cheio das malandragens, eletricista, que ganha a vida trabalhando em construções em Londres e que é muito querido por seus amigos e os ajuda sempre com o seu jeito brasileiro de ser. O filme consegue mostrar muitas das dificuldades que brasileiros enfrentam no exterior, mas não consegue ser uma denúncia à fatalidade que ocorreu com esse jovem.

(Jean Charles - 2009)