quarta-feira, 28 de abril de 2010

Querido John (2010)



Os personagens sempre são brancos de origem europeia e com certo poder aquisitivo; seu principal problema é não poder viver o amor intenso que os domina, o que acontece em "Querido John" com John Tyree e Savannah Curtis, interpretados por Channing Tatum e Amanda Seyfried.

Ele, surfista e soldado em licença de duas semanas; ela, estudante conservadora, incapaz de maltratar alguém, brigar ou xingar. Em uma quinzena de muita praia e romance, eles juram amor eterno. Ele voltará para a Alemanha, onde está a sua tropa, e ela para a faculdade. Trocam cartas apaixonadas. Ele é mandado em missões para lugares que não pode revelar para a amada, embora fique claro que são países pobres, pois não têm água encanada, nem correio, muito menos acesso à internet.

Poucos dias depois dos atentados de 11 de Setembro, ele volta para casa por um final de semana e, mesmo muito apaixonado e prestes a concluir o serviço militar, alista-se novamente -- para desespero da pobre Savannah. Mais tarde, ela dá o troco e a correspondência entre os dois é cortada. John queima todas as cartas que havia recebido da amada.

Muitas reviravoltas depois, com direito a doenças terríveis, John e Savannah repensam as suas escolhas, sempre erradas, mas sempre feitas com as melhores intenções, e avaliam a possibilidade de reviver a sua história de amor.

Neste filme, conflitos, intervenção militar e soldados são apenas uma desculpa para lágrimas e uma história de amor rasa. John e Savannah são personagens sem qualquer densidade dramática, tornando difícil o envolvimento da plateia.

(Dear John - 2010)

domingo, 25 de abril de 2010

Do Começo ao Fim (2009)


Apesar do enredo superpolêmico, o filme é feito com delicadeza e narra a história dos dois irmãos de pais diferentes Thomas e Francisco. Os dois personagens são interpretados pelos atores Rafael Cardoso (Thomas) e João Gabriel Vasconcellos (Francisco). O amor dos dois começa desde a infância, quando já demonstra ser uma afetividade mais do que fraterna. Esta fase dos irmãos é protagonizada pelos atores mirins Gabriel Kaufmann (Thomas) e Lucas Cotrim.

Ainda incompreendida pelos dois na infância, a paixão torna-se possível após a morte da mãe Julieta, interpretada por Julia Lemmertz. Mais do que polêmico por causa do tema tabu, Abranches, o diretor do filme, diz que se trata de uma história de amor não só fraternal. "Ele é um filme libertário. Acho importante falar sobre esse assunto no século 21".

Apesar do tabu, o diretor diz que não quer levantar nenhuma bandeira. "Conto só uma história que trata de temas tabus", diz. No entanto, para assisti-lo e entender este amor – como diz o personagem Thomas – "é preciso virar o mundo de cabeça para baixo".

(Do Começo ao Fim - 2009)

terça-feira, 20 de abril de 2010

A Orfã (2009)



Esther é uma garotinha sem ninguém no mundo que cai nas graças de Kate (Vera Farmiga, de "Os Infiltrados"), uma ex-alcoólatra cujo terceiro filho nasceu morto e, por isso, decide adotar uma criança. Os problemas em casa não são poucos. O marido, John (Peter Sarsgaard, de "Fatal"), é meio desligado e ela se culpa pelo problema de audição de sua filha Max (Aryana Engineer), causado por um acidente. Tentando dar um novo fôlego para a família, Kate encontra Esther num orfanato. A diretora da instituição mal consegue esconder sua surpresa e alívio pela adoção da criança (Isabelle Fuhrman). Por que será?

No início, a garota é educada, gentil e muito dedicada. Sua fala tem um leve sotaque, mas nada que atrapalhe sua compreensão. Sempre com roupas recatadas e uma Bíblia debaixo do braço, a menina sabe que é diferente e vive falando isso. Mas Kate, como mãe dedicada que é, explica para a nova filha que não há nenhum problema em não ser igual aos outros. Mal sabe ela o que está para acontecer em sua casa. Esther fica amiga de sua nova irmã, mas é hostilizada pelo primogênito, Daniel (Jimmy Bennett). Em relação aos pais, ela tem atitudes estranhas e sempre aparece na hora em que eles estão tendo alguma intimidade.

Se isso é por acaso ou proposital, só mais tarde iremos descobrir. A verdade é que "A Órfã", que começa de forma quase humorística, se torna bastante violento. Esther é capaz de muitas crueldades. Kate passa a ser a única a desconfiar que Esther é má. Tudo terá uma explicação, em seu devido tempo, mas não peça plausibilidade. O efeito buscado aqui é mais a surpresa do que a veracidade. Dirigido pelo espanhol Jaume Collet-Serra ("A Casa de Cera"), o filme combina todos os tiques básicos do gênero: ruídos abruptos, momentos de surpresa e música típica. Quem se destaca é Isabelle Fuhrman, no papel-título, capaz de provocar arrepios de medo e aflição.

(Orphan - 2009)

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Food, INC. (2008)



O documentário “Food, Inc.” apresenta a realidade por trás das indústrias de alimentos, que dificultam ao máximo que os consumidores saibam a verdadeira origem do que estão comprando ou ingerindo. A realidade que a indústria pretende esconder a todo custo é baseada em um cenário perverso: uma vida de sofrimento, tortura e confinamento de animais que são explorados para o consumo humano.

Indicado ao Oscar de Melhor Documentário.

(Food,INC. - 2008)

Coração Louco (2009)


Em "Coração Louco", escrito e dirigido pelo estreante Scott Cooper, a partir do livro de Thomas Cobb, o Jeff Bridges interpreta Bad Blake, um cantor country de 57 anos, em queda livre na carreira e na vida. Ele já foi famoso e rico, mas agora sustenta-se com apresentações em bares e boliches decadentes nos quatro cantos do país.

Antes e depois de cada show, entope-se de bebida e cigarros. Não admira que sua vida pessoal seja triste e conturbada.

Numa de suas paradas, ele conhece Jean (Maggie Gyllenhaal, de "Batman - O Cavaleiro das Trevas"), uma repórter que deseja entrevistá-lo. Da entrevista, nasce um romance que, apesar do potencial de recuperação que oferece a Blake, encerra inúmeras dificuldades para ambos. Divorciada, Jean tem um filho pequeno de quatro anos e expectativas que parecem pouco adequadas à convivência com alguém com um passivo emocional tão alto e destrutivo quanto Blake.

Interpretando seu papel com naturalidade e segurança, Bridges injeta carisma e algum humor num personagem francamente desagradável, que não inspira simpatia à primeira vista. O ator canta, aliás, com a própria voz, usando suas próprias imperfeições vocais para a caracterização da decadência de Blake.

O irlandês Colin Farrell ("Na Mira do Chefe") comparece como Tommy Sweet, um cantor mais jovem que deve sua milionária carreira a Blake e tenta, por todos os meios, reaproximar-se dele e ajudá-lo, depois de uma ruptura mal-resolvida no passado.

Jeff Brigdes levou o Oscar de Melhor Ator junto com a canção "The Weary Kind". Maggie Gyllenhaal recebeu a indicação de Atriz Coadjuvante.

(Crazy Heart - 2009)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Golpe de Mestre (1973)



Ambientada nos anos 30, esta divertida comédia fala das ambições de um pequeno vigarista, Kelly (Robert Redford) e um jogador veterano, Shaw (Paul Newman), que tentam se vingar de Doyle (Robert Shaw), um poderoso gângster, pelo assassinato de um de seus amigos.

O momento em que o grupo de charlatões aplica o golpe de mestre em seu inimigo é um dos mais marcantes da história do cinema, por seu inesperado final. Uma curiosidade é o fato de Robert Shaw ter machucado o joelho durante as filmagens.

Vencedor do Oscar de Melhor Filme, Direção de Arte, Figurino, Direção (George Roy Hill), Edição, Trilha Sonora e Roteiro Adaptado. Indicado nas categorias de Melhor Ator (Robert Redford), Fotografia e Som.

(The Sting - 1973)