segunda-feira, 29 de março de 2010

Cidadão Kane (1941)



O poderoso Charles Foster Kane morre após pronunciar a enigmática palavra Rosebud. E este é o ponto de partida do filme: um jornalista tenta descobrir quem ou o que é Rosebud e, para isso, vai entrevistar várias pessoas que conviveram com o magnata.

Assim, a história vai sendo contada: dono de uma grande fortuna, Kane investe milhões de dólares num jornal diário e torna-se o maior magnata da imprensa norte-americana, manipulando o que publica de acordo com seus interesses. Casa-se com a sobrinha do Presidente da República, derrota os jornais concorrentes e candidata-se a governador.

Depois de uma vida de poder, escândalos e tragédia, morre só. A história foi inspirada na vida de William Randolph Hearst, rico editor americano, ou pelo menos em lendas que o cercam. Quando Welles filmou "Cidadão Kane" tinha apenas 25 anos, mas fez um dos filmes mais importantes da história do cinema.

A narrativa, a fotografia e a edição influenciaram muitos filmes, tornando-se um marco no desenvolvimento da linguagem cinematográfica.

Vencedor do Oscar de Roteiro Original. Indicado nas categorias: Melhor Filme, Ator (Orson Welles), Direção de Arte, Fotografia, Direção (Orson Welles), Edição, Trilha Sonora e Som.

(Citizen Kane - 1941)

A Volta ao Mundo em 80 Dias (1956)



O nobre inglês Phileas Fogg (David Niven) faz uma aposta: dar a volta ao mundo em 80 dias. Se não conseguir, perderá toda sua fortuna. Durante a viagem, que começa a bordo de um balão, Fogg vive inúmeras aventuras, passando pela Espanha, India, China e EUA. Em cada país que visita, Fogg nos mostra um pouco da principal cultura, além de conhecer inúmeras pessoas por todos os cantos.

Vencedor do Oscar de Melhor Filme, Trilha Sonora, Fotografia, Edição e Roteiro Adaptado. Indicado aos Oscar de Direção (Michael Anderson), Figurino e Direção de Arte.

(Around the World in Eighty Days - 1956)

domingo, 21 de março de 2010

Mulheres a Beira de um Ataque de Nervos (1988)



Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos foi o filme que tornou o diretor espanhol Pedro Almodóvar conhecido internacionalmente.

O longa conta a história de Pepa (Carmen Maura) e Iván (Fernando Guillén), dois dubladores. Depois uma relação de anos com Pepa, Iván a abandona e deixa um recado em sua secretária eletrônica pedindo que ela arrume uma mala com suas coisas. Pepa não suporta ficar na casa com tantas recordações do ex-marido e põe o apartamento para alugar. Iván acaba não aparecendo e a casa da dubladora se enche de gente e, assim, Pepa aprende muito sobre a solidão e a loucura.

Nomeado ao Oscar de Filme Estrangeiro.

(Mujeres al Borde de un Ataque de Nervios - 1988)

Um Cao Andaluz (1929)



Produção em curta-metragem feito com princípios surrealistas, com imagens chocantes e humoristicas.

Para isso, nada melhor do que a parceria de Buñuel e o expoente da pintura surrealista Salvador Dali. Os dois roteristas escreveram seus sonhos e depois os fotografaram.

Um homem afia sua navalha e corta o globo ocular de uma mulher. Um ciclista passeia pela rua, cai e uma mulher vai ajuda-lo. Na casa da mulher, se vê a mão cortada do ciclista, cheia de formigas. A mulher aparece na rua vestida como um homem, empunhando a mão como um bastão e um carro a atropela. Na casa, o ciclista começa a acariciar os peitos da mulher. Ela foge.





(Un Chien Andalou - 1929)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Uma Noite na Ópera (1935)



Comédia clássica musical, co-estrelando a legendária Margaret Dumont e os irmãos Marx. Dois amantes que estão juntos em uma ópera são impedidos de contracenarem porque o rapaz não foi aceito como tenor lírico.

Os irmãos Marx entram em cena e arrumam um jeito de tirar o tenor principal do espetáculo, dando a chance para o jovem rapaz mostrar seu talento. Uma história de amor cheia de energia.

(A Night at the Opera - 1935)

sexta-feira, 12 de março de 2010

Casa de Areia e Névoa (2003)



O conceito do sonho americano surgiu no pós-Segunda Guerra Mundial, quando os EUA começaram a se firmar como grande potência mundial. Desde então, o sonho de uma vida melhor, nutrido não somente pelos cidadãos americanos, mas também pelos estrangeiros que se mudam para lá a fim de encontrar uma sobrevivência mais digna, tem sido tema de inúmeros filmes, como acontece no drama “A Casa de Areia e Névoa”, primeiro trabalho no cinema de Vadim Perelman.

Baseado em romance best seller homônimo de Andre Dubus III, esse russo, radicado desde pequeno no Canadá, fala sobre como duas pessoas, especificamente, perseguem o sonho americano. Primeiro temos Kathy (Jennifer Connelly), uma jovem que luta contra o vício das drogas. Recém-abandonada pelo marido, ela vive sozinha em uma casa que herdou do pai. Imersa na depressão e longe de sua família, ela é despejada de casa quando, erroneamente, a prefeitura lhe cobra um imposto que ela não devia. Sem rumo algum, Kathy se apega a poucas coisas para tentar se sentir menos perdida do que já está. Uma delas é o policial Lester (Ron Eldard). Ironicamente, foi ele que ajudou a expulsar a jovem de sua casa confiscada pela prefeitura. No entanto, ao perceber que ela realmente precisa de ajuda, seu instinto policial faz com que, primeiro, ele tente ajudá-la. Mais tarde, as coisas fogem do controle e ele se apaixona por ela.

Por outro lado, temos Massoud Amir Behrani (Ben Kingsley), um ex-coronel da Força Aérea Iraniana. Expulso de seu país, resolveu imigrar para os EUA em busca do mesmo padrão de vida que conseguia dar para sua família, a mulher Nadi (Shohreh Aghdashloo) e o filho Esmail (Jonathan Ahdout), o que Behrani não vem conseguindo. Dividindo seu tempo entre dois empregos ruins – um como pavimentador de estradas e, à noite, como caixa de uma loja de conveniências -, o ex-militar sente na pele como são escassas as oportunidades para se conseguir realizar o sonho americano. Ainda mais quando se trata de um imigrante. Quando ele tem nas mãos a oportunidade de comprar a casa de Kathy por um valor quatro vezes menor do que o mercado ofereceria, ele usa todas as suas economias. A casa é, finalmente, a concretização disso que ele foi buscar nos EUA.

Kathy quer sua casa de volta. Behrani recusa-se a entregá-la. É aí que começa o conflito entre esses dois personagens, que levam até as últimas conseqüências a perseguição de seus desejos, que são tão firmes e concretos como areia, ou névoa. Um personagem é a antítese do outro: ela está com sua alma completamente desestruturada, sem a família ou auto-estima suficiente para acordar de manhã; ele tem uma vida caminhando para o caos, mas não deixa de lutar para manter a cabeça erguida e a família unida.

“Casa de Areia e Névoa” é um filme forte, extremamente tocante. Seus personagens procuram seus sonhos de tal forma que se colocam em situações limites. Além disso, não se trata de uma história maniqueísta. Não há mocinhos nem bandidos, o que aproxima ainda mais o filme da vida real. Ben Kingsley e Jennifer Connelly apresentam performances realmente inspiradas. O desespero de seus personagens parece ter sido incorporado pelos atores até o último fio de cabelo e é também nos atores que a força do filme tem base. “Casa de Areia e Névoa” mostra o quanto pode ser difícil se perseguir um sonho. E não se trata somente do tal do sonho americano, mas sim de qualquer desejo que tenhamos. O filme mostra a crueza da vida de uma forma que é impossível sentir compaixão por seus personagens. O espectador acaba sentindo pena não somente de um lado da história, mas dos dois. Eles não querem prejudicar um ao outro, muito pelo contrário. Eles só estão correndo atrás de seus sonhos, como dizem que devemos fazer.

Indicado aos Oscar de Melhor Ator (Ben Kingsley), Atriz Coadjuvante (Shohreh Aghdashloo) e Trilha Sonora.

(House of Sand and Fog - 2003)

Um Profeta (2009)


"Um Profeta” conta a história de Malik El Djebena, um desabrigado e analfabeto de 19 anos à mercê de uma gangue da Córsega, que controla a prisão onde ele vive.
Mudando a linguagem entre o francês, o dialeto da Córsega e o arábico, o filme segue Malik, interpretado por Tahar Rahim, enquanto ele manipula uma luta pelo poder entre a gangue e rivais muçulmanos.

Filmado em um cenário fora de Paris, "Um Profeta" tenta evitar os clichês de generalizações de histórias de prisão e obedece várias convenções de um gênero que é popular na França desde os tempos de Victor Hugo, no século 19.

Embora Audiard tenha afirmado que sua intenção não era apresentar uma análise cultual e social, o filme reflete vários temas que atraíram grande atenção na França, incluindo as tensões associadas aos imigrantes pobres muçulmanos.

Audiard explicou que este "profeta" da prisão tem pouco de religião: anuncia um novo tipo de criminoso, embora o diretor tenha associado a palavra "angelical" ao papel interpretado por um Rahim que pisa forte em sua primeira incursão cinematográfica.

Nomeado ao Oscar de Melhor Produção Estrangeira.

(Un Prophète - 2009)

quarta-feira, 10 de março de 2010

Logorama (2009)


Vencedor do Oscar de Curta-Metragem em Animação.

(Logorama - 2009)

A Dama e a Morte (2009)


Nomeado ao Oscar de Melhor Curta Metragem em Animação.

(La Dama y La Muerte - 2009)

Granny O'Grimm's Sleeping Beauty (2008)


Nomeado ao Oscar de Curta de Animação.

(Granny O'Grimm's Sleeping Beauty - 2008)

French Roast (2008)



Nomeado ao Oscar de Curta de Animação.

(French Roast - 2008)

Wallace e Gromit em "Uma Questão de Pão ou Morte" (2008)



Nomeado ao Oscar de Curta de Animação.

(Wallace and Gromit in 'A Matter of Loaf and Death' - 2008)

segunda-feira, 8 de março de 2010

Mar em Furia (2000)


Apertem os cintos. O roteiro sumiu! Na ânsia de exibir para o mundo inteiro as mais recentes tecnologias de efeitos especiais, os produtores de Mar em Fúria deixaram em segundo plano um “detalhe” dos mais importantes: um bom roteiro. O filme parece uma fita demo de software. Tipo “veja o que eu consigo fazer: uma tempestade gigantesca”. Só esqueceram que cinema, antes de tudo, é uma história bem contada. Mar em Fúria começa repetindo os mesmos clichês dos filmes-catástrofe dos anos 70: vai mostrando aos poucos um pouco da vida pessoal de cada personagem que participará da tragédia.

Claro. Se o público não se identifica com este ou aquele personagem, ele não consegue torcer pelo destino de cada um, durante a tempestade. Clássico. Os clichês são tão gritantes que não falta sequer aquela velha história dos marinheiros que são inimigos antes de embarcar e - na hora do perigo – um salva a vida do outro. Nada mais antigo. A história é baseada num caso real ocorrido no Dia das Bruxas de 1991. Naquela ocasião, condições meteorológicas ímpares formaram uma mega tempestade nunca vista antes, a “perfect storm” do título original.

A borrasca pega, no meio do caminho, um barco pesqueiro comandado pelo obstinado capitão Billy Tyne (George Clooney). E só. O resto é água pra cá, água pra lá, o barquinho vai, o barquinho vem... O diretor alemão Wolfgang Petersen já fez coisa muito melhor, como O Barco – Inferno em Alto Mar e História Sem Fim, ambos do seu período europeu.

Nomeado aos Oscar de Efeitos Visuais e Som.

(The Perfect Storm - 2000)

quinta-feira, 4 de março de 2010

O Segredo dos Seus Olhos (2009)


"O Segredo de Seus Olhos" é protagonizado por Ricardo Darín, o ator-fetiche de Campanella, que aqui está num registro diferente daquele que o transformou numa presença constante em comédias argentinas. Como pede seu personagem, o oficial de justiça Espósito, ele tem uma interpretação mais contida e, por isso, repleta de nuances. A maquiagem contribui nas idas e vindas no tempo da narrativa, mas é o trabalho do elenco -- que também inclui Soledad Villamil ("Não É Você, Sou Eu") e Guillermo Francella ("Rude e Brega") -- que dá a credibilidade à combinação de estilos e à transição entre passado e presente.

Roteirizado por Campanella e pelo escritor Eduardo Sacheri (autor do romance no qual foi inspirado), o filme toca em feridas da história argentina sem nunca fazer destas o seu tema principal, ou sua razão de ser. Um dos tempos da narrativa é em meados dos anos 1970, quando uma moça é encontrada brutalmente assassinada. Apesar de motivações políticas serem mencionadas -- "Seria ela uma subversiva?" -- elas não são aprofundadas, pois o foco do diretor é outro.

O poder do amor, da obsessão e a sede de vingança são o que move os personagens. Espósito trabalha num tribunal de justiça criminal, chefiado por uma mulher, Irene (Soledad), por quem ele se apaixona platonicamente. O romance deles sobrevive três décadas depois quando, já aposentado, ele ainda visita a amiga -- eterno amor -- que trabalha no mesmo tribunal, onde passam horas conversando.

No presente, ele escreve um livro de ficção inspirado naquele crime, possivelmente até hoje sem solução -- ou pelo menos, com uma resolução frustrada. O passado jamais descansa. Por meio de flashbacks, que entrecortam toda a narrativa, descobre-se que Espósito foi o detetive que solucionou o caso. O assassino é descoberto, mas logo ganha liberdade, pois se oferece para ser informante da polícia e fazer o trabalho sujo que a ditadura militar necessita.

"Subversivos são mais perigosos do que estupradores e assassinos", comenta uma pessoa ligada à Justiça. Isso incomoda tanto Espósito quanto o marido da vítima (Pablo Rago, de "Apaixonados"), que todos os dias passava por uma estação de ônibus, na esperança de que o assassino, que ele sabia quem era, passasse por ali.

A montagem, também assinada pelo diretor, dialoga com o passado, com a urgência da resolução do crime, e o presente, carregado da melancolia das oportunidades perdidas. Os personagens olham para trás e analisam as suas vidas e constatam que se transformaram naquilo que nunca planejaram ser. Esse é sem dúvida o filme mais sombrio e mais interessante do diretor que, ao combinar um clima noir com um drama dos romances frustrados, é capaz de prender a atenção por mais de duas horas. Em se tratando da direção, aliás, existem algumas sequências memoráveis. Especialmente uma tensa e longa perseguição num estádio de futebol abarrotado de torcedores numa noite de jogo.

Vencedor do Oscar de Melhor Produção Estrangeira.

(El Secreto de Sus Ojos - 2009)

terça-feira, 2 de março de 2010

O Amigo Oculto (2005)


“O Amigo Oculto” traz Robert De Niro no papel de David, um psiquiatra que tem dificuldades para ajudar sua mulher depressiva (Amy Irving). Carinhosa com a filha do casal, Emily (Dakota Fanning), Alison parece não encontrar outras alegrias em sua vida. Até que comete suicídio. O trauma faz com que sua filha seja internada em uma instituição psiquiátrica sob os cuidados de Katherine (Famke Janssen), ex-aluna de David. Emily não se recupera. Mesmo assim, o pai resolve comprar uma grande (e assustadora) casa em uma pequena cidade no Estado de Nova York para viver com a filha e, assim, tentar trazê-la de volta à sanidade. Claro que a mudança de casa não adianta muito e Emily continua perturbada. Especialmente quando ela arruma um amigo imaginário, Charlie.

Depois disso, algumas coisas esquisitas começam a acontecer na casa. Rapidamente as coisas fogem do controle do psiquiatra, especialmente quando ele parece se interessar por outra mulher, Elizabeth (Elizabeth Sue). À medida que o filme avança, desde a abertura - que mistura “O Iluminado” com “O Bebê de Rosemary” - até o final (não muito surpreendente), tudo em “O Amigo Oculto” é um deja vù . Apesar das boas interpretações – o que é óbvio, já que estamos falando de Robert De Niro e Dakota Fanning -, o roteiro guarda uma série de situações que já viraram clichês em se tratando de filmes de suspense, como a grande casa à beira de uma floresta, a criança perturbada que parece saber demais e os vizinhos esquisitos. Mesmo assim, você agüenta por que quer ser surpreendido pelo desfecho. Será que consegue? Eu não. Por isso, aquela sensação “comprei gato por lebre” é a que fica no término da exibição.

(Hide and Seek - 2005)