domingo, 13 de junho de 2010

Ilha do Medo (2010)


Martin Scorsese entra no centro da paranoia em A Ilha do Medo, onde há um protagonista num local isolado. E os acontecimentos a cada momento fogem ao seu controle, vislumbrando-se uma espiral crescente de loucura. A platéia, por sua vez, é convidada a uma viagem ao inferno. No que se pode acreditar?

Aqui o protagonista é Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio), um agente do FBI que, junto com o parceiro Chuck Aule (Mark Ruffalo), é chamado para uma investigação no manicômio judiciário de Ashecliffe, que fica num local completamente isolado, na rochosa ilha de Shutter, perto de Boston. Ali só se entra e sai por meio de uma balsa, com o acesso severamente vigiado por guardas armados de fuzis.

Teddy e Chuck vêm investigar o desaparecimento misterioso de uma interna, Rachel Solando (Emily Mortimer), que teria afogado seus três filhos. Ela conseguiu sair de uma cela trancada, sem levar sapatos, num clima que é de constante tempestade e frio. Difícil imaginar como. Difícil esperar que possa estar viva.

Os psiquiatras atuantes no hospital, o Dr. Cawley (Ben Kingsley) e o Dr. Naehring (Max von Sydow), são reticentes e não permitem o livre deslocamento dos agentes. Ao mesmo tempo, Teddy sente-se cada vez mais perturbado e indisposto. Ele carrega consigo o peso de um passado doloroso, em que se misturam experiências traumáticas de guerra – ele participou da liberação do campo de concentração de Dachau – e a morte trágica da mulher, Dolores (Michelle Williams), num incêndio.

A noite de Teddy é povoada de pesadelos, em que vê os fantasmas da mulher e também das crianças afogadas, misturando tudo numa espiral de angústia que parece minar sua energia. Ao seu lado, Chuck, o parceiro com quem atua pela primeira vez, tenta ser compreensivo e conversar. Então, Chuck descobre que Teddy tem uma agenda própria na ilha, onde procura desvendar uma suposta operação clandestina para o esmagamento de esquerdistas, no auge das atividades do temível Comitê de Atividades Antiamericanas do senador Joseph McCarthy, em 1954.

(Shutter Island - 2010)

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