sábado, 6 de novembro de 2010

Lucky Blue (2007)



Muitas vezes somos colocados diante de filmes que nem sabemos do que se trata de antemão. Movidos pela curiosidade da capa ou pela indicação de amigos, somos surpreendidos pelo conteúdo, seja ele por ser muito bom ou por nem valer a pena. E quando se trata de curtas, ai é mais fácil o acesso (ou não?). Curtas têm a vantagem de serem rápidos de ver, mas possuem a desvantagem de deixaram um “gosto de quero mais” se forem bons. Dificilmente se encontra curtas em DVDs para locação, ou você ver ele como bônus de outro filme, ou baixa da internet, ou ainda ver no YouTube, caso o vídeo seja pequeno, não é o caso de Lucky Blue.

Lucky Blue é um curta com 30 minutos de duração, escrito e dirigido pelo sueco Håkon Liu. O elenco é formado por Tobias Bengtsson, Tom Lofterud, Britta Andersson e Johan Friberg, que dão vida aos personagens desse drama amoroso, e romântico. De início somos apresentados a Olle (Tobias Bengtsson) que está organizando um festival anual de música, que acontece em todo verão, em um pacato vilarejozinho no interior da Suécia. Vindo como convidado pela tia, que aparenta ter uma forte relação com o pai de Olle, chega Kevin (Tom Lofterud) , um rapaz, que a principio dá uma idéia de grosso, fechado e mal humorado.

Com o decorrer (rápido) dos fatos, eles por acaso (será? O começo pode refutar isso) se aproximam e se tornam amigos, e um incidente com o pássaro (Lucky Blue) da tia de Kevin que acaba fugindo da gaiola, torna-os cúmplices, uma cumplicidade que evolui em algo mais, algo que os deixa confusos e cheios de dúvidas. Lucky Blue, o pássaro que “se liberta” e depois faz as próprias escolhas, como por exemplo, voltar pra casa, pode até ser visto como analogia, mas é meramente interpretativa de cada um. O que nota-se de interessante, é uma mudança de atitudes nada convencional, Olle o menino do interior, de quem se espera as atitudes grotescas, é quem assume o papel mais sentimental, deixando as patadas por conta de Kevin, de quem se suporia a origem do tal sentimentalismo.

O final não é nada surpreendente, mas o filme tem por si só uma justificativa, não se pode dizer que seja inverossímil, pois se fosse assim estaríamos julgando com a vivência que temos na nossa cultura. O filme também encanta pela música, fotografia e pelo ar poético que permeia nas composições de falas e imagens. Talvez agrade até quem considera esse tipo de relação um antiromantismo.

(Lucky Blue - 2007)

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