sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Núpcias de Escândalo (1940)


A adaptação de 1940 de George Cukor da farsa teatral de Philip Barry é o clássico incontestável de todas as comédias pastelão sofisticadas. Katherine Hepburn estrelou a peça na Broadway e diz-se que o dramaturgo Philip Barry baseou a protagonista na sua reputação à época. Depois de ela ter deixado a RKO não exatamente em bons termos, o público via Hepburn como mandona e masculinizada, certamente longe do ideal feminino do fim da década de 30.

Na cena de abertura, agora famosa por sua fúria praticamente sem diálogos, a herdeira Tracy Lord (Hepburn) observa seu recém-divorciado marido playboy Dexter Haven (Cary Grant) colocar alguns dos seus pertences no carro e bater com o taco de golfe em sua coxa de raiva. Numa tentativa de provar que ela não é impossível de se amar, Tracy planeja se casar com um homem respeitável embora insosso, na mansão da família, quando Dexter volta com dois repórteres a reboque, Mike Connor (James Stuart) e Liz Imbrie (Ruth Hussey), especificamente para arruinar o casamento. Mais radiante do que nunca Hepburn se supera em um papel que exige um timing cômico impecável, assim como vulnerabilidade genuína. Suas cenas com Stewart no jardim à noite, antes do seu fatídico casamento, capturam a essência da atração impetuosa que eles sentem um pelo outro.

Hepburn foi a responsável por “Núpcias de Escândalo” ser como é. Ela detinha os direitos do projeto, que não vendeu sabiamente para a MGM sob a condição de que repetisse o papel principal e pudesse escolher o diretor e o elenco. Ela queria Clark Gable como Dexter e Spencer Tracy como Mike, porém, por problemas de agenda, nenhum dos dois estava disponível. No lugar deles foram escalados Grant, que já havia sido seu parceiro nas telas em três ocasiões anteriores, e Stewart. O diretor George Cukor conseguiu fazer a imagem pública negativa de Hepburn funcionar a seu favor através da personagem, suscitando compaixão por uma mulher tão bonita e tão incompreendida. O filme foi um enorme sucesso, com um roteiro ganhador do Oscar que misturava comédia com crítica social. Em 1956, a peça foi refilmada, com o acréscimo de números musicais, como “Alta Sociedade”.

Vencedor do Oscar de Melhor Ator (James Stewart) e Roteiro. Indicado ao Oscar de Melhor Filme, Atriz (Katharine Hepburn), Atriz Coadjuvante (Ruth Hussey) e Diretor (George Cukor).

(The Philadelphia Story - 1940)

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