terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Feitiço do Tempo (1993)


O ator de comédias Bill Murray tem o que talvez seja o melhor e mais terno desempenho de sua carreira nesta comédia genial - possivelmente a melhor dos anos 90 - dos roteiristas Harold Ramis (que também a dirige) e Danny Rubin.

Murray é Phil Connors, um mal-humorado apresentador de previsão do tempo na TV que é enviado com a produtora Rita (Andie MacDowell) e o câmera Larry (Chris Elliot) à simpática pequena cidade de Punxsutawney, na Pensilvânia, para testemunhar a cerimônia anual do Dia da Marmota. Uma marmota chamada Phil de Punxsutawney emerge e, dependendo de ver ou não ver a sua sombra, prediz se a cidade terá mais algumas semanas de inverno. Esnobe e egocêntrico, Phil quer dar o fora de lá - então, quando acorda no dia seguinte e descobre que está revivendo o Dia da Marmota, ele não fica nenhum pouco feliz. Sobretudo quando continua revivendo aquele mesmo dia no dia seguinte e no outro, sendo aparentemente a única pessoa que está vivendo os mesmos eventos repetidamente e lembrando-se deles.

É um conceito excelente (que nunca é explicado, o que torna a história ainda melhor) que a princípio leva o esperto Phil a tirar vantagem da situação. Ele pergunta a uma mulher em um dia o que ela procura em um homem, e no dia seguinte encarna todos esses atributos para a moça inocente. Em seguida, no entanto, desesperado com sua situação, ele tenta o suicídio de várias formas (até descobrir que invariavelmente acorda vivo na manhã seguinte, sempre a mesma). Aos poucos, começa a melhorar seu comportamento e sua maneira de lidar com as pessoas, em um esforço para se redimir aos olhos de Rita, que o vê somente como o chato que sempre foi. Enquanto isso, há deliciosas gags repetidas, como acordar todos os dias com o mesmo toque do despertador e a canção de Sonny e Cher (I've got you babe) e encontrar Stephen Tobolowky em uma rápida porém divertida atuação como o irritante vendedor de seguros Ned Ryerson, já sabendo o que acontecerá logo em seguida.

"Feitiço do Tempo" é ao mesmo tempo inteligente e engraçado; há poucas comédias tão perfeitas assim.

(Groundhog Day - 1993)

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