terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Roma (2018)


Eu estava ansioso para ver "Roma", o tão aclamado filme autobiográfico de um dos meus diretores favoritos, o mexicano Alfonso Cuarón. No entanto, toda esta ansiedade esvaiu-se em sua primeira hora de exibição.

A história é pautada na relação patroa/empregada, também conhecida no Brasil pelo filme "Que Horas Ela Volta?" de Anna Muylaert. Porém, em "Roma" não há choque direto entre estas duas classes, parecendo que ambas simplesmente aceitam a condição que lhe cabem. A protagonista Cleo (interpretada pela novata Yalitza Aparicio), lava, limpa, cuida das crianças, segura o cachorro da família, sem pestanejar, e repete estas ações diariamente, em uma rotina cíclica, até seu dia de folga em que sai para encontrar seu namorado. Já a patroa, Sofia (Marina de Tavira), também repete sua rotina, sentando-se à mesa com os filhos, assistindo TV, cuidando das necessidades do marido, até que este a abandona.

Com o abandono do marido, as duas mulheres apresentam suas semelhanças. O namorado de Cleo foge assim que descobre que a moça está grávida. Desta forma as duas personagens seguem a vida, amparando-se, tentando suportar seus descompassos, mas sempre ocupando a posição que lhe cabem, sem conflitos, de patroa e empregada.

Apesar de apresentar uma fotografia fantástica em preto e branco e uma sonoridade incrível, onde o sons e ruídos do bairro se transformam em personagens do filme, "Roma" não me agradou, esperava mais.

Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, Direção (Alfonso Cuarón) e Fotografia. Nomeado ao Oscar de Melhor Filme, Atriz (Yalitza Aparicio), Atriz Coadjuvante (Marina de Tavira), Roteiro Original, Direção de Arte, Edição de Som e Mixagem de Som.

(Roma - 2018)

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