sexta-feira, 24 de junho de 2011

A Morta-Viva (1943)


"A Morta-Viva", segundo filme de terror da dupla Val Lewton/Jacques Tourmeur, transfere a história do livro Jane Eyre para as Índias Ocidentais, onde uma jovem enfermeira (Frances Dee) descobre que a esposa aparentemente catatônica (Christine Gordon) de seu patrão foi transformada através do vodu em um zumbi. Envolvido por uma canção que permeia a trama de fundo (Shame and Sorrow in the Family), este é um filme extraordinariamente sinistro.

A heroína Betsy Connell (Dee) sucumbe a uma atmosfera subrenatural evocada primorosamente, embora se esforce para compreender a cultura dos nativos, que outros filmes desdenhariam como supersticiosa. Aqui, no entanto, eles acabam se mostrando mais em sintonia com o que está acontecendo do que os supostamente civilizados personagens brancos. Como em muitos filmes de Lewton, a sequência mais memorável é uma caminhada noturna, em que Dee conduz a morta-viva loira através das plantações de cana, topando com uma inesquecível criatura esbugalhada da ilha (Darby Jones). "A Morta-Viva" faz uso do folclore caribenho e de estranhas imagens religiosas (um busto de São Sebastião) para apimentar um imbróglio romântico, que termina com todas as partes infelizes e com o vilão sendo atraído para as ondas no encalço de sua amada zumbi. Mais distante de Bela Lugosi em "O Cadáver Desaparecido", impossível.

(I Walked With a Zombie - 1943)

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