sábado, 3 de janeiro de 2015

Operação Big Hero (2014)


"Operação Big Hero" leva o Japão ao Ocidente, apresentando a híbrida metrópole de San Franstokyo, fusão da capital nipônica com a cidade californiana que abriga um grande número de imigrantes orientais e descendentes. Além da mistura da Golden Gate e das típicas ladeiras e casas de São Francisco com os arranha-céus e arcos de Tóquio, une-se a paixão japonesa pela robótica ao espírito tecnológico do estado norte-americano de onde surgiram as maiores empresas da área de tecnologia, no Vale do Silício.

Neste cenário, o público conhece o protagonista Hiro Hamada, um adolescente-prodígio que usa sua inteligência para construir minirrobôs que disputam lutas clandestinas, atividade em que ele ganha seus trocados. Seu irmão Tadashi, modelo para o garoto desde que ficara órfão na tenra idade, consegue convencer o jovem a utilizar melhor seus conhecimentos, levando-o para a universidade onde realiza pesquisas avançadas. Mas aí uma tragédia muda os rumos da vida de Hiro.

Ao conhecer o robô “agente de saúde” chamado Baymax, resultado do projeto ao qual seu irmão se dedicava, ele decide iniciar seu plano de vingança. Nele, estão incluídos o grande autômato de vinil e, posteriormente, os amigos de Tadashi no centro de pesquisa: a alternativa GoGo, o metódico Wasabi, a delicada Honey Lemon e o tranquilão Fred. O grupo de nerds forma uma aliança de super-heróis que, em vez de superpoderes, utiliza aparatos que são frutos de seus estudos. Uma grande sacada do filme, pois torna a ciência algo interessante para o público infantil.

Embora haja certa surpresa na revelação da identidade do vilão, ainda assim a dinâmica da luta entre os jovens e o malvado Yokai não foge do comum. Ainda assim, pelo menos a relação de Hiro com seu robô foi primorosamente construída. Com um corpo inflável e estrutura que remetem ao homem-marshmallow do Caça-Fantasmas e ao mascote da Michelin, mais a fofura do Totoro e de outras criaturas de Hayao Miyazaki – uma excelente influência japonesa para esta animação hollywoodiana –, Baymax é puro carisma, não só por cenas impagáveis dele tentando lidar com seu porte avantajado ou acidentes de percurso. Muito mais porque, por ter sido construído com a finalidade de fazer seus pacientes não sentirem mais dores, ele faz de tudo para aplacar o sofrimento do garoto, proporcionando momentos tocantes.

Constituindo uma abordagem totalmente positivista da tecnologia, quando não se dispõe a destruir e sim a “consertar” as pessoas, o gigante de vinil serve de bússola moral ao protagonista, como aquele ser diferente que mostra a humanidade aos próprios seres humanos.

Vencedor do Oscar de Melhor Filme em Animação.

(Big Hero 6 - 2014)

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