segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Eu, Daniel Blake (2016)


¨Eu não quero mais falar com você. Não me mostre mais amor, porque isso iria me arrasar.¨

Estas são as palavras da personagem Katie (Hayley Squires) para Daniel (Dave Johns), quando ele descobre que ela se prostitui para conseguir sustentar sozinha seus dois filhos. Ela diz isto a ele não por recusar o amor de Daniel, mas por sentir-se desmerecedora deste amor. E não estamos falando aqui de amor romântico, mas sim de um amor altruísta e puro. Esta foi a cena que mais me comoveu neste filme, que aliás, se faz essencial para todos.

¨Eu, Daniel Blake¨ torna-se assim essencial, pois é um filme crítico, que nos mostra como o sistema ao qual fazemos parte é injusto e leva cada vez mais os necessitados à sua periferia e sem recurso algum que os ajudem a melhorar de vida. É um filme ríspido que tenta, às vezes, nos fazer rir, mas por tratar de uma realidade tão dura, mal conseguimos achar graça.

Ao assistir a entrevista do diretor Ken Loach ao programa Milênio da Globo News me interessei ainda mais a vê-lo. E sinceramente o recomendo, mesmo sabendo que serão poucos aqueles que admirarão esta obra com a grandeza que deve ser admirada.



(I, Daniel Blake - 2016)

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