quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Lula, o Filho do Brasil (2009)


Este filme percorre a trajetória de Lula desde a infância, saindo de Caetés (PE) em pau-de-arara em 1952, com a mãe, dona Lindu (Glória Pires), e irmãos, rumo a Santos (SP). Lá, reencontram-se com o pai, Aristides (Milhem Cortaz), alcoólatra e violento, que anos depois é abandonado pela mulher. Em seguida, ela e os filhos rumam para São Paulo, depois São Bernardo do Campo, onde Lula (na fase adulta, interpretado pelo ótimo estreante em cinema Rui Ricardo Dias) tornou-se operário e sindicalista, antes de entrar para a política.

É visível que o foco da história está no indivíduo Lula, procurando-se uma abordagem emotiva, que coloca em primeiro plano suas relações familiares com três mulheres – além da figura forte da mãe, sua primeira mulher, Lourdes (Cléo Pires), que morreu grávida de oito meses, e a segunda, Marisa Letícia (Juliana Baroni).

Quando retrata o sindicalismo, a opção do roteiro é colocar Lula como um líder hesitante – que a princípio não quer saber de política, o que é a mais pura verdade em sua biografia – mas em formação, que emerge de um ambiente dominado por alguns pelegos, como Feitosa (Marcos Cesana). Em nenhum momento, o filme cita a formação do Partido dos Trabalhadores, que evoluiu das greves de metalúrgicos lideradas por Lula no ABC paulista, no final dos anos 1970.

Ao retratar essas greves, eventualmente se recorre a imagens documentais – sempre tendo o cuidado de evitar mostrar o rosto do Lula real. Uma atitude que só é abandonada no final, quando se menciona a eleição presidencial de 2002, a primeira vencida por ele, e Lula é mostrado ao lado de dona Marisa no seu primeiro desfile, em carro aberto, por Brasília.

(Lula, o Filho do Brasil - 2009)

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