terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Todo o Dinheiro do Mundo (2017)


O filme resgata o drama do jovem John Paul Getty III (Charlie Plummer), de 16 anos, que é sequestrado nas ruas de Roma, em 1973. Seus sequestradores esperam receber milhões de seu avô (Christopher Plummer), mas ele, desde o início, recusa-se publicamente a qualquer negociação – exibindo, não se sabe se frieza ou um sangue-frio cínico, quando declara que tem 14 netos e não gostaria de estimular esse tipo de chantagem.

De sua parte, a mãe do rapaz, Gail Harris (Michelle Williams), não tem como manter a mesma calma. Separada do filho de Getty e arrancando da família penosamente a guarda de seus três filhos – abrindo mão de bens e pensão para si mesma -, ela se empenha em tentar dobrar o bilionário ex-sogro para salvar a vida do filho, que passaria longos meses nas mãos de seus captores.

A trama centra-se na batalha da mãe para arrancar o dinheiro do ex-sogro, que ela mesma não tem como levantar, enquanto ele, por sua vez, se esforça por todas as maneiras para escapar das pressões. Quando o sequestro se arrasta e fica claro que não se trata de nenhuma brincadeira do garoto – como em determinado momento se chega a suspeitar -, entra no jogo Fletcher Chase (Mark Wahlberg), um ex-funcionário da CIA que realiza trabalhos de segurança para o velho Getty e pode ser útil por sua experiência em negociações difíceis em ambientes turbulentos, como o Oriente Médio.

No cativeiro, o jovem tem como uma de suas poucas vantagens um pouco de solidariedade de um de seus captores, Cinquanta (interpretado com personalidade pelo francês Romain Duris). Ainda que se conheça o desfecho real da história, o andamento do filme guarda componentes eletrizantes, já que reproduz em detalhes a situação de vulnerabilidade vivida pelo refém.

De todo modo, a história serve também para criar uma reflexão sobre a peculiaridade do mundo dos muito ricos, como Getty, que parecem não pertencer à mesma esfera que os mortais comuns. De certo modo, não mesmo, mas a interpretação de Plummer garante que este personagem não se torne caricato, mesmo nos momentos em que parece mais implacável.

Nomeado ao Oscar de Ator Coadjuvante (Christopher Plummer).

(All the Money in the World - 2017)

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