segunda-feira, 30 de abril de 2012

Clube dos Cinco (1985)


Quem nunca ficou de castigo? Castigo em casa por ter feito alguma má criação aos pais, castigo na escola por mal comportamento na aula de algum professor chato, ou, como no meu caso, castigo no exército por desobedecer às ordens de um superior. Bem, na verdade esse castigo no exército não foi todo culpa minha, e isso ocorreu há mais de 10 anos quando servi ao serviço militar obrigatório. Eu tinha um bom comportamento e a culpa mesmo foi mesmo do grupo que estava em guarda, o qual eu pertencia. Eles aprontaram muito durante uma guarda noturna e acabamos pegos. Pena que os atiradores não tinham bons argumentos e não eram tão bem articulados quanto os personagens de "O Clube dos Cinco", senão daria para escrever um bom roteiro.

O filme é inteligente em sua simplicidade, com um roteiro forte e bem escrito, que descreve as personalidades de cinco adolescentes dos anos 1980 e seus questionamentos. Segue a crítica do "1001 Filmes para Ver Antes de Morrer":

Nos anos 60, filmes de adolescentes tinham Frankie Avalon, Annette Funicello, montes de areia (nada de sexo) e música agitada, enquanto nos anos 70 ser adolescente essencialmente significava ser trucidado em sua cama em vários filmes de horror. Mas, em 1984, o diretor e roteirista John Hughes revolucionou o gênero com "Gatinhas e Gatões", a que deu sequência, no ano seguinte, com "O Clube dos Cinco", um filme cujo grande crédito foi o de finalmente mostrar adolescentes como realmente falam e pensam.

Nenhum outro filme resumiu melhor o período, ou se tornou mais cult para adolescentes, do que "O Clube dos Cinco", que não fez de Hughes um nome a se acompanhar de perto - em seguida ele fez o excelente "Curtindo a Vida Adoidado" e o imensamente bem sucedido "Esqueceram de Mim" - como também reuniu um talentoso grupo de jovens atores (assim como fez, dois anos antes, o filme "Vidas Sem Rumo", de Francis Coppola) que foi apelidado pela mídia de "Bando de Moleques".

Cinco adolescentes bem diferentes são suspensos e têm que cumprir detenção em um sábado por várias razões. Apesar de suas diferenças quando o dia começa, terminam criando laços entre si. Temos o atleta da escola (Emilio Estevez), a esquisitona com excesso de delineador (Ally Sheedy), a princesa pomposa (Molly Ringwald, ídolo adolescente e musa de Hughes desde que estrelou "Gatinhas e Gatões"), o nerd (Anthony Michael Hall) e o rebelde (Judd Nelson), todos tentando se manter entretidos sob o olhar atento do complexado professor Vernon (Paul Gleason).

Este filme, que aposta em um roteiro de tiradas inteligentes mais do que em ação, funciona em grande parte por conta das caracterizações do elenco à medida que verdades são reveladas, ressentimentos são verbalizados e cada um tem sua vez de brilhar. Embora copiado em filmes e seriados de televisão, talvez tenha sido o filme adolescente definitivo, seja por seu timing perfeito, pelos desempenhos afiados ou pela trilha sonora dos anos 80, digna de uma cápsula do tempo, que inclui o clássico "Don't You Forget About Me", do Simple Minds, composto para o filme.

(The Breakfast Club - 1985)

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